Meio Ambiente e Privatizações
Chuvas e enchentes- Crônica de uma tragédia anunciada
O país tem sido atingido por fortes enchentes decorrentes das mudanças climáticas e da negligência dos governos que, mesmo sabendo dos riscos e problemas de forma antecipada, não atuam para evitar as tragédias. Do norte ao sul do país, assistimos milhares de pessoas perdendo seus bens e casas, amigos e familiares. Não bastasse isso, é constante a queda de energia e a falta de atendimento principalmente para a população mais pobre.
Os governos das 3 esferas nada fazem para mudar esse cenário. Há décadas o problema se repete, sem uma resolução, e quem sempre paga por essa crise é a população pobre pela falta de uma política de habitação, saneamento e infraestrutura.
A privatização agrava a situação
Somada ao caos das chuvas, ainda assistimos os constantes problemas com a suspensão da energia por dias sem um atendimento imediato. Em todos os estados onde as empresas de energia foram privatizadas, os problemas se agravaram, como nos casos de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Isso está relacionado com a política geral dos governos que, além de não investirem na prevenção das enchentes, ainda entregam áreas importantes para a iniciativa privada, como a energia e o saneamento. Enquanto isso, as tarifas só aumentam.
O governo Lula não enfrenta esse problema nacionalmente porque segue a sua política de aliança com PP, Republicanos e demais partidos que foram base do governo Bolsonaro, partidos que defendem a privatização, ao mesmo tempo em que aplica uma política econômica que garante, via arcabouço fiscal e o déficit zero, o pagamento da dívida pública aos banqueiros, cortando verbas de áreas essenciais, como prevenção de enchentes e meio ambiente.
É necessário retomar a política de saneamento para o Estado e reestatizar as empresas de energia. Investir pesado na prevenção de enchentes, habitação, infraestrutura e saneamento. Isso só será possível com o não pagamento da dívida e a inversão da lógica fiscal para a social. Junto com isso, exigimos que as grandes centrais sindicais (CUT e CTB) e movimentos sociais, como MST e MTST, através de uma jornada de lutas, encampem a pauta pela reestatização das empresas de energia, saneamento e de apoio aos atingidos e desabrigados das enchentes.