Seguir nas ruas em defesa do povo palestino!
Cessar-fogo já, retirada das tropas invasoras, fim do genocídio e do cerco a Gaza e libertação dos presos políticos! Todo apoio à resistência palestina!
No dia 7 de janeiro, completamos 3 meses da nova campanha genocida do Estado de Israel contra o povo palestino. O Estado de Israel cercou Gaza sistematicamente, impedindo acesso a eletricidade (vital para hospitais), água potável, comida e suprimentos médicos. Ocorrem bombardeios a estruturas civis (escolas, templos, hospitais, áreas urbanas densamente ocupadas) e deslocamentos forçados. Ocorre uma série de violências de colonos israelenses na Cisjordânia. Nos últimos dias, Israel realizou um bombardeio em Beirute, no Líbano, assassinando um dirigente do Hamas. Até aqui, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, já são 22 mil pessoas assassinadas pelas ações militares de Israel, a maioria mulheres e crianças. Mais de 50 mil feridos. Um genocídio implacável e sanguinário.
Israel quer impor uma nova Nakba
O Estado Sionista tenta impor uma nova Al-Nakba (catástrofe) como a que ocorreu no momento de sua fundação. Neste ano de 2024, completam-se 76 anos da Al-Nakba, o cruel episódio no qual mais de 700.000 palestinos foram expulsos de suas casas (cerca de metade da população na época) com brutalidade pela milícia sionista, iniciando a diáspora.
Desde sua implementação na Palestina pelas potências ocidentais capitalistas, o Estado de Israel pratica limpeza étnica, ataques militares contra civis, prisões arbitrárias, controle ao acesso a recursos e direitos básicos para essas populações e a suas liberdades de movimento e lhes nega reconhecimento de sua cidadania. Tais atitudes são baseadas no Sionismo, uma ideologia racista criada pela burguesia europeia no Século XIX.
O plano sionista é expulsar toda a população de Gaza para o Sinai, anexar em 100% a Cisjordânia e dominar inteiramente todo o território que ainda está com o povo palestino. Além de explorar economicamente o petróleo que está no subsolo de Gaza. Esse projeto Sionista é questionado por movimentos de judeus que criticam o apartheid e dizem “não em nosso nome”. Recentemente, um jovem israelense de 18 anos, Tal Mitnick, foi preso por declarar não servir ao exército afirmando “me recuso a participar de uma guerra de vingança”.
As mobilizações e a resistência palestina continuam
Em meio à tão desesperadora situação, a resistência palestina continua. O povo palestino é um povo heroico, suporta as piores privações e segue de pé.
As mobilizações mundiais continuam ocorrendo no que é uma das maiores jornadas internacionalistas dos últimos 20 anos. Mesmo em dezembro, no Natal e Ano Novo, ocorreram manifestações nos EUA, Japão e Europa. No Oriente Médio o repúdio ao Sionismo e ao Imperialismo que o sustenta é massivo. No caso do Iêmen, além de manifestações, temos os Houthis, que realizam ações militares contra barcos sionistas no Mar Vermelho.
Os horrores vividos por nossos irmãos palestinos não passaram despercebidos. Um novo movimento mundial de solidariedade ao povo palestino surgiu e ajuda a isolar Israel e amplia o desgaste dos países e empresas que o financiam. Algo que preocupa os EUA.
A força do repúdio ao genocídio no Oriente Médio atrapalhou, momentaneamente, o avanço dos “acordos de Abraão”, em que Israel busca estabilizar relações com Emirados Árabes, Bahrein, Marrocos e Sudão e estava em vias de acertar o mesmo com Arábia Saudita.
Há focos de resistência
As ações da frente de resistência palestina, no dia 7 de outubro, foram um golpe ao poderio Sionista. Tal ação militar surpreendeu a ocupação sionista por sua escala, ousadia, e por mostrar que toda a tecnologia, investimento e treinamento das forças armadas israelenses não conseguem destruir a resistência de um povo oprimido. Ao mesmo tempo em que desmoralizou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Apesar da desproporção de forças militares, as organizações da resistência palestina (ligadas ao Hamas, Jihad islâmica, Frente Popular para a Libertação da Palestina e outros grupos) estão mantendo alguns focos de combate. É difícil ter informações precisas. Mas é certo que ocorreram duros combates em alguns pontos, como nos arredores do campo de Jabalya e do Hospital Al-Shifa, que duram até dez horas segundo a própria mídia pró-Israel (oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/11/10/numero-de-soldados-de-israel-mortos-pass). Agora mesmo, isso segue ocorrendo, como se noticia em outras mídias: “Também no sul, tanques israelenses avançaram na cidade de Khan Younis e bombardearam uma área de mercado, mas encontraram forte resistência, disseram os moradores”
(https://www.brasildefato.com.br/2023/12/19/com-quase-20-mil-palestinos-mortos-conselho-de-seguranca-da-onu-faz-nova-tentativa-para-suspender-massacre). Nessa hora difícil, estamos na trincheira militar palestina, pelo seu triunfo, prestando apoio incondicional, mantendo nossa independência política, mesmo não tendo acordo político ou programático com essas organizações e suas lideranças.
Nesse início de janeiro, as Forças Armadas de Israel retiram parte de suas tropas de Gaza, mas ainda mantêm a invasão e bombardeiros. Segue necessário expulsar integralmente o exército invasor e impedir qualquer novo plano de ataque ou de subjugação de Gaza através de “planos de pós-guerra” ditados por Israel, bem como por fim ao apartheid.
Seguir a mobilização
No próximo dia 13, em inúmeras cidades pelo mundo, ocorre uma nova jornada de apoio ao povo palestino. Uma ação global em solidariedade ao povo palestino. No Brasil já há uma manifestação convocada para SP. É preciso nacionalizar essa data via os comitês e Frentes de apoio ao povo palestino. É preciso ocupar as ruas e exigir o cessar-fogo já, retirada das tropas invasoras, fim do cerco a Gaza e libertação dos presos políticos e dar todo apoio à resistência palestina! Retirada das tropas estadunidenses do Oriente Médio e fim de todo e qualquer bombardeio imperialista e sionista ao Líbano, Síria ou Iraque.
Nós, da Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores, seção no Brasil da UIT-QI, exigimos do governo Lula/Alckmin que rompa relações diplomáticas, econômicas e militares com Israel e impeça a continuidade do uso de aparelhos, armas e técnicas militares de Israel em nossas favelas. Exigimos que as grandes direções do movimento de massas, como CUT, CTB, UNE e MTST construam um calendário nacional de lutas pelo cessar-fogo e em apoio ao povo palestino.
As manifestações não podem parar até que tenhamos o fim do Estado de Israel, cuja própria existência depende do apartheid, da subjugação, violação de direitos e extermínio da população palestina. Defendemos a necessidade de um único Estado Palestino, laico, democrático e não racista, do Rio Jordão ao Mar Mediterrâneo.