Por que Edmilson Rodrigues esteve no lançamento das pré-candidaturas de PT e PCdoB à prefeitura de Belém?
Sem nenhum debate com a militância do PSOL, o companheiro Edmilson Rodrigues, pré-candidato à Prefeitura de Belém pelo PSOL, esteve nos lançamentos das pré-candidaturas de Lélio Costa (PCdoB) e Regina Barata (PT).
Infelizmente esta postura não nos surpreende, haja visto que a corrente de Edmilson, a Unidade Socialista, com pequena maioria no PSOL no Pará e no Brasil, já vem há tempos compondo um bloco político com os petistas e “comunistas” do PcdoB. Para nossa surpresa, esta aliança da US com os ex-governistas não sofreu uma grande resistência nacional das principais correntes que se organizaram no Bloco de Esquerda durante o Congresso do PSOL, como o MES e a Insurgência.
Desde o ano passado, na luta contra um golpe inexistente – na verdade o que ocorre é uma briga de dois blocos burgueses e corruptos pelo poder –, Edmilson e sua corrente são aliados preferenciais de Dilma e Lula, PT e PCdoB. Os mesmos que aplicaram um brutal ajuste fiscal a mando das empreiteiras e bancos que financiaram suas campanhas gerando milhões de desempregados e uma crise sem precedentes na saúde e na educação, além de serem os que aprovaram a lei antiterrorismo que visa criminalizar os movimentos sociais e da mini reforma eleitoral que retira o PSOL e outros partidos de esquerda dos debates na televisão, como também foram precursores de propostas como a reforma para aumentar a idade para a aposentadoria e de um projeto de lei que visava a não realização de concursos públicos por anos e o congelamento do salário mínimo e o dos servidores públicos municipais, estaduais e federais.
A movimentação de Edmilson que aproxima o PSOL do PT e PCdoB, justamente quando estes partidos perdem referência política para milhões de trabalhadores que os identificam como corruptos e aplicadores do ajuste fiscal, só leva a uma consequência: o PSOL se confunde com eles aos olhos de milhões, e ao invés de ser um novo partido contra a velha política, torna-se mais identificado como um partido capaz de fazer qualquer coisa pelo poder.
Essas medidas, ao invés de fortalecerem a luta contra Zenaldo, Eder Mauro e Maneschy, candidatos da burguesia paraense, debilita uma candidatura em que o povo de Belém se agarre para derrotar esses três candidatos. Isso ocorre porque corretamente 90% dos belenenses repudiavam Dilma e seu governo em Março desse ano.
É preciso lembrar também que em Belém o PT e o PcdoB são aliados históricos do bandido Jader Barbalho. Na eleição de 2014, PT e PCdoB apoiaram Helder Barbalho do PMDB ao governo do Estado. Fatos que aumentam o repúdio do povo de Belém por esses dois partidos que de esquerda não têm nada.
Achamos muito ruim também que a Unidade Socialista esteja armando uma aliança que integra os corruptos e aplicadores do ajuste fiscal do PV, Rede, PPL, partidos que em 2014 apoiaram Aécio no segundo turno das eleições presidenciais e localmente apoiaram os Barbalho. Também, não podemos fazer aliança com a Rede de Marina denunciada pela Lava-Jato e que em Guarulhos se aliará ao PSC de Bolsonaro. Definitivamente, desta forma não expressamos sermos um “novo partido contra uma velha política”.
Nós, da Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST -, acreditamos que os militantes e apoiadores de Edmilson Rodrigues e do PSOL devem fazer uma reflexão: é possível ser diferente e de esquerda aliado a partidos que hora estão com o PT, hora com PSDB, hora com PMDB e PSC? É possível ser progressista estando aliado a partidos que aplicaram o ajuste fiscal contra o povo e que estão envolvidos em escandalosos esquemas de corrupção? Acreditamos que Não. Avaliamos que não podemos nos balizar pelo tempo de tevê e nem a participação nos debates para nos aliarmos a estes partidos, fazendo alianças oportunistas e espúrias, pois estar com eles significa estar com os que destroem a vida dos povos.
Por isso chamamos os trabalhadores, as mulheres, os jovens e o povo, as correntes do PSOL, em especial o MES, a APS e Insurgência, o PSTU, o PCB, o PCR/UP e as correntes de esquerda a repudiarem estas alianças e movimentações da Unidade Socialista, e a batalharem pela conformação de uma Frente de Esquerda e dos Trabalhadores, onde se privilegie a unidade com os trabalhadores e jovens em luta na cidade e os partidos de esquerda que não se venderam aos financiamentos privados de campanha como PSTU, PCB e PCR/UP.