O exemplo de luta que vem de SP
Nos últimos dias, nós, da CST, estivemos empenhados na construção da greve unificada de São Paulo. Felizmente o movimento foi positivo e mostrou a força da classe trabalhadora. Ao mesmo tempo em que estivemos nessa batalha, não paramos de nos solidarizar com a resistência palestina e lutar contra o genocídio em Gaza. No ato da ALESP, inúmeras falas convocaram a solidariedade palestina do dia 29/11 (ver a cobertura das manifestações em nossa página cst_uit).
Algumas lições da greve de SP
A primeira lição é que o Tarcísio mantém a truculência. Se não for derrotado, ele não vai recuar em seu plano de privatizar Metrô, CPTM, Sabesp, Porto de Santos e destruir a educação pública. E ele já disse que vai continuar tentando aplicar esse projeto, pois defende os interesses da burguesia bandeirante e tenta se mostrar como um fiel escudeiro de seus lucros. Então, a única saída é a luta nas ruas, greves e paralisações. Somente a ação direta da classe trabalhadora pode dobrar o governador, as chefias, a Justiça e o parlamento.
Uma segunda lição é que a força da classe trabalhadora está na união e organização. O governador tem muito poder nas instituições. Mas isso não significa que ele pode tudo. Por exemplo, o plano de contingência dos transportes que ele montou não deu certo. Não conseguiu quebrar a greve, que teve alta adesão. Alguns trechos da CPTM e Metrô funcionaram com setores da chefia e supervisão,
mas sem dar vazão ao serviço. Poucos passageiros se arriscaram nessa aventura. A greve foi bem divulgada e tinha apoio popular.
Não pode ter arrego e nem vacilação!
O destaque negativo foi a direção majoritária da APEOESP (Articulação Sindical, corrente majoritária do PT e da CUT, liderada por Bebel, corrente do atual presidente Lula). A greve não foi construída de verdade. Por que isso ocorreu? Do nosso ponto de vista está ligado ao fato de que o Republicanos, partido de Tarcísio, acaba de ingressar no governo Lula, no ministério dos Portos. Além disso, o PSD,
de Kassab, compõe o governo Lula e o governo Tarcísio. E, por fim, o próprio governo Lula não tem posição contrária às privatizações de SP e autorizou a privatização do Metrô de BH, bem como faz projetos pela via das PPPs (parcerias público-privadas). Então, se reafirma a necessidade de que a CUT, CTB, APEOESP, sindicatos e federações sejam independentes do governo Lula/Alckmin
e se voltem para a organização da luta da classe trabalhadora.
Exigimos da CUT, CTB, APEOESP e MTST uma jornada de lutas
Exigimos que se convoque uma nova jornada de lutas em SP e em nível nacional. Um protesto contras as privatizações, reintegração dos demitidos e demitidas; pela revogação da reforma da previdência, trabalhista, da privatização da Eletrobras; do NEM e do funil do vestibular; pela duplicação do salário mínimo, reajuste dos salários, do Bolsa Família e bolsas estudantis; atendimento das pautas
dos trabalhadores de aplicativos, direitos para terceirizadas e terceirizados; redução da jornada de trabalho; pelo fim das chacinas policiais, da violência contra a mulher e contra LGBTQIA+; fim do Arcabouço Fiscal e do Marco Temporal.
Propomos uma frente eleitoral da esquerda independente para 2024
Durante os atos e as greves sempre surge um debate sobre as eleições de 2024. Nós avaliamos que estamos muito longe das eleições municipais e acreditamos que nossa tarefa prioritária é a luta. Mas o fato é que o PSOL, o PT e o PCdoB já anteciparam esse debate. Eles lançaram a frente ampla de Boulos com setores empresariais, em São Paulo, e constroem coligações patronais em várias outras capitais. Por outro lado, setores do bolsonarismo também lançaram seus candidatos. Nós defendemos a independência política da classe trabalhadora e fazemos isso também nas eleições. Por isso, apresentamos uma proposta alternativa: construir uma frente eleitoral da esquerda independente do governo Lula/Alckmin e de seus governadores, sem qualquer partido patronal. Uma frente eleitoral contra os governadores e prefeitos de direita e da extrema direita. Para isso, a CST propõe uma reunião conjunta da UP, PCB, PCB-RR, PSTU, MRT, POR e demais coletivos e dirigentes socialistas e comunistas para debater a possibilidade de organizar essa frente eleitoral.
Por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil Socialista
O que faz falta é uma esquerda classista forte que lute contra os ataques e não compactue com os patrões. Então, ao mesmo tempo que batalhamos pela luta unificada, nos esforçamos para construir um governo da classe trabalhadora, sem patrões, que aplique um plano econômico alternativo, operário e popular, que rompa com o capitalismo e a exploração imperialista para satisfazer nossas necessidades.
Venha debater essas propostas da CST, participe de nossas reuniões, ajude a divulgar nosso jornal e financiar nossa organização. Participe de nossas ações em apoio ao povo palestino. Seja militante e fortaleça a unidade dos revolucionários e revolucionárias na luta por um Brasil e uma América Latina socialistas.