Espaço de Coordenação Contra o Ajuste e a Repressão convoca marcha para 20 de dezembro
Escreve Atílio Salusso (Izquierda Socialista/FIT Unidad)
“Abaixo o plano motosserra de Milei e do FMI! Não ao protocolo de Bullrich! Nem repressão nem criminalização!”
Sob esses lemas, na sexta-feira passada, 15 de dezembro, realizou-se uma importante plenária na sede da AGD UBA (sindicato dos docentes universitários), em que foi aprovado o Dia Nacional de Luta para a próxima quarta-feira, 20 de dezembro, em todo o país. Em CABA [Cidade Autônoma de Buenos Aires], a marcha sairá, às 16h30, do Congresso, com uma faixa de abertura comum de todas as entidades organizadoras, e seguirá até a Praça de Maio, onde será lido um documento unitário.
“Marcharemos contra o ajuste brutal de Milei e o protocolo repressivo de Bullrich”, disse Rubén “Pollo” Sobrero, um dos principais dirigentes que participaram do evento.
A reunião foi convocada pela Plenária do Sindicalismo Combativo (PSC), única coordenação nacional que reúne as novas bandeiras e os organismos combativos do país, que, junto com a Unidad Piquetera, está convocando a marcha do dia 20 de dezembro.
A PSC tem como uma das suas principais referências Rubén “Pollo” Sobrero, secretário-geral da União Ferroviária Seccional Oeste, que faz parte da sua mesa nacional, junto com dirigentes de Sutna, Ademys, AGD UBA, Aten Capital, Ceramistas de Neuquén, Interna Hospital Italiano, entre outros, bem como com correntes e grupos da esquerda combativa.
A plenária também foi convocada pela Unidad Piquetera, que reúne o Encontro Memória Verdade e Justiça; a Autoconvocação pela Dívida; sindicatos como Suteba Tigre, ATE e CTA Zona Sul; organizações estudantis, ambientalistas, sociais, do movimento de mulheres e da esquerda, entre elas a Frente de Izquierda Unidad, com as participações do deputado nacional eleito da Izquierda Socialista, Juan Carlos Giordano, e de representantes do PTS, do PO, do MST e do restante da esquerda.
Participaram representantes de diferentes organizações: Professores em Movimento, Tribuna Docente, ATE Trabalho, diferentes centros estudantis, Suteba Ensenada, Ate Inca, INTI, Foetra, Movimento Cromañón, Hospital Posadas, Ambiente en Lucha, Interna Hospital Italiano, List Marrón Sutna, Ate Garrahan, Marabunta, Sitrapuba, Coordenação Basta de Falsas Soluções, Cicop, Sindicato Casas Particulares, entre outros.
Sergio Maldonado esteve presente, lembrando que não se surpreendeu com o protocolo de Bullrich, já que foi aplicado algo semelhante quando o seu irmão, Santiago Maldonado, desapareceu (Santiago Maldonado, presente!, gritaram todos/as os/as presentes). E Beverly Keene (Autoconvocação pela Dívida) concordou com ele.
A secretária-geral da AGD UBA, Ileana Celotto, abriu a plenária, com o local lotado de participantes, apontando a necessidade de enfrentar o ajuste de Milei e a política repressiva de Bullrich. Rubén Sobrero falou em seguida, saudando a realização da plenária e apelando à mais ampla unidade operária e popular para enfrentar o que está por vir. “Conseguimos um grande espaço de coordenação entre diferentes organizações ao convocar unitariamente a marcha em 20 de dezembro, no aniversário do Argentinazo, para repudiar as medidas anti-operárias e antipopulares de Milei e do Fundo Monetário e o protocolo repressivo de Bullrich, que quer restringir o direito de protestar”, disse ele. O dirigente do combativo sindicato dos professores da Capital, Ademys, Jorge Adaro, perseguido por Larreta e pelo PRO, falou em termos semelhantes. Dezenas de participantes falaram, incluindo Guillermo Pacagnini (Cicop – MST) e Camilo Mones (Movimiento Agrupaciones Clasistas – PTS).
O deputado Giordano, por sua vez, destacou que é muito importante apoiar a esquerda, porque “somos os únicos que dizemos, com a Frente de Izquierda, que devemos romper com o FMI, parar de pagar a dívida e implementar um plano econômico para sair do desastre social provocado pelo peronismo e agora aprofundado de modo selvagem por Milei.” Ao final, cumprimentou o dirigente do Polo Obrero, Eduardo Belliboni, pedindo para que fossem acertados os últimos detalhes da grande marcha do dia 20.
A mesa de coordenação da PSC resumiu finalmente os pontos acordados, destacando a importância da marcha do dia 20 como a primeira promovida por organizações combativas e de esquerda contra o ajuste brutal de Milei. Houve consenso nas fortes críticas à CGT, que defende o “diálogo” com o governo e não adota qualquer medida de luta. Exigiu-se que ela convoque assembleias para preparar um plano nacional de luta do conjunto da classe trabalhadora por um imediato aumento salarial de emergência face à inflação galopante.
Foi formado o Espaço de Coordenação Contra o Ajuste e a Repressão, que convocará outros eventos para continuar avançando na unidade para enfrentar o plano motosserra de Milei. Também foi decidido aderir ao panelaço nacional contra o ajuste no dia 20, às 20h.
Na terça-feira, dia 19, haverá uma entrevista coletiva ao meio-dia para dar detalhes da marcha do dia 20 e, às 16h, haverá uma audiência pública no Congresso, convocada pelos/as deputados/as da Frente de Izquierda, para repudiar o protocolo repressivo de Patrícia Bullrich.