Por Rana Agarriberri – Coordenação Nacional da CST

Ao se aproximar 2024, todos os holofotes se viram para as eleições que se avizinham. Pela esquerda, um dos nomes com maior expectativa é o de Guilherme Boulos, mas qual é exatamente o projeto que ele defende?

Boulos tem sido enfático ao dizer que reeditará a frente ampla na cidade de SP. Ele se refere à amplíssima aliança que levou Lula ao terceiro mandato presidencial. No espectro nacional a prioridade de Lula foi aglutinar tudo e todos, desde o PSOL, passando pelo PCdoB, PSB, chegando ao PROS e à REDE.

Há quem diga que para governar é necessário costurar alianças amplas. Nós entendemos os desafios de nossa época, principalmente no que diz respeito ao combate à extrema direita, mas opinamos que, para governar verdadeiramente a favor dos mais pobres, é necessário priorizar a aliança com os de baixo, os explorados, oprimidos, os despossuídos que tudo produzem e nada têm.

A CST pertence ao campo da oposição de esquerda ao Governo Lula, uma oposição que não teve dúvidas de que lado assumiria quando chegou o segundo turno das eleições contra Bolsonaro. Mas nunca demos um cheque em branco para a frente Lula-Alckmin.

Lutamos contra o Arcabouço Fiscal, pela derrubada total do Marco Temporal, contra os cortes orçamentários realizados em fevereiro e em julho, além de todas as medidas antipovo que esse governo implementa.

Neste momento, vivenciamos em SP uma onda de lutas sindicais, sendo marcada pela greve dos metroviários, ferroviários e sabespianos. Apoiar e unir os lutadores é uma prioridade da qual não abrimos mão, e, justamente por isso, assinamos e saudamos a declaração da Plenária Nacional Sindical e Popular da Oposição de Esquerda, convocada por organizações anticapitalistas brasileiras.

A proposta que Boulos quer reeditar em São Paulo já dá elementos mais que suficientes para bater o martelo sobre quem será beneficiado. Ele já assinala o interesse de angariar o apoio da classe média, comerciantes e empresários, contando com a experiência do marqueteiro Lula Guimarães, responsável pelas campanhas de Doria (2016), Alckmin (2018) e Soraya Thronicke (2022).

Nós defendemos e lutaremos pela construção de uma Frente da Esquerda Independente do governo Lula/Alckmin, do govenador Tarcísio, da extrema direita e dos patrões!