Precisamos construir uma nova greve contra as privatizações
Reprodução do artigo da página 3 do jornal Combate Socialista nº 175.
Diego Vitello – Diretor do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de SP e da Coordenação da CST
O dia 03/10 foi marcado pela demonstração de força da classe trabalhadora. A cidade de São Paulo ficou praticamente paralisada. O tema das privatizações “ganhou a boca do povo” e grande parte do povo trabalhador ficou do lado dos grevistas. Aconteceu o que já vínhamos sentindo no dia a dia da votação do Plebiscito Popular Contra as Privatizações: muitos trabalhadores entenderam que a privatização vai aumentar as tarifas e piorar os serviços. Como disse a Dona Fátima ao ser entrevistada pela TV Bandeirantes ao vivo: “Isso aí não é culpa de sindicato, são esses governantes que não valem nada”.
Voltando aos locais de trabalho, no Metrô, na CPTM e na SABESP, todos observaram um clima muito bom, de que a greve foi um acerto. Porém, o dia 3 foi apenas o início de uma longa batalha. O governador Tarcísio, que joga no “time” dos ricaços, preparou um ataque forte e, duas semanas depois do dia 3, enviou para a ALESP (Assembleia Legislativa de São Paulo) o projeto de privatização da SABESP em regime de urgência. Precisamos reorganizar o nosso “time” dos trabalhadores, para enfrentar esse ataque que se avizinha.
Os reflexos da greve na luta contra as terceirizações no Metrô
Após a greve unificada do dia 3, estavam marcados dois pregões que terceirizariam importantes serviços no Metrô: o atendimento nas estações e a manutenção de trens da Linha 15 – Prata. Apesar da justiça autorizar o pregão, ficou determinado que só poderiam colocar em prática o resultado após o término do julgamento da ação judicial do Sindicato questionando essas terceirizações. Sabemos que isso não é uma vitória definitiva e que a justiça pode, pressionada pelo poder econômico, acelerar o julgamento do processo. Porém, foi o impacto da greve e a possibilidade de novas greves que motivou a decisão judicial.
Construir um ato na Paulista e um novo dia de greve
É fundamental construir um grande ato unificado, convocando todas e todos os contrários as privatizações do Tarcísio: sindicatos, associações de bairro, entidades estudantis, parlamentares e todo trabalhador que quiser protestar, para mostrar nossa força nas ruas. A disputa da opinião pública também passa pela construção de fortes manifestações. Além disso, frente ao projeto de privatização da SABESP na ALESP, é fundamental que os sindicatos do Metrô, CPTM e o SINTAEMA se reúnam para apontar uma nova data de greve unificada.
Que CUT, CTB, Força e UGT organizem uma greve geral em SP
No dia 3 mostramos que é possível enfrentar Tarcísio e parar São Paulo. A luta unificada pode crescer ainda mais. Para isso, é preciso que a direção da CUT mude totalmente a postura de divisão do movimento que teve na APEOESP. Não podemos dividir a luta contra Tarcísio. Nós defendemos a unidade da classe trabalhadora para enfrentar o projeto da extrema-direita. Exigimos que as maiores centrais (CUT, CTB, Força, UGT), que dirigem categorias como metalúrgicos, professores, bancários, Correios, entre outras, coloquem toda a sua força nessa luta.
Operadores de Trem protestam contra retaliações da direção do Metrô
No dia 11/10, véspera de feriado, os operadores de trem da Linha Verde foram informados pela chefia que seriam punidos porque se negaram a colaborar com o plano fura-greve da empresa, que queria que os operadores treinassem chefes para operar os trens durante a greve. A reação foi de indignação. No dia 12/10, começou um protesto na Linha Verde. Os operadores se negaram a rodar os trens exigindo a retirada imediata das punições. Após o protesto se espalhar para as outras linhas e o metrô quase paralisar totalmente, a empresa decidiu “congelar” as retaliações. Porém, as três que já haviam sido dadas não foram retiradas e a empresa não se comprometeu a cancelar as punições. Seguiremos a luta pela retirada de todas as retaliações que ferem o direito de greve.
O governo Lula e a privatização da SABESP
Através do seu ministro Fernando Haddad, o governo federal articula o novo Marco Legal do Saneamento. Seu objetivo é fortalecer a política de PPPs (Parcerias Público-Privadas) no setor. O governo quer garantir R$ 120 bilhões de dinheiro público até 2033 para que os estados e municípios façam as PPPs e garantam o lucro das empresas privadas que assumirem a gestão das empresas. Na prática, o governo Lula, eleito com muitos votos de trabalhadores contrários às privatizações, está ajudando governadores como Tarcísio a privatizarem uma empresa tão essencial para a população de São Paulo. Por essas e por outras, nós da Combate Sindical (CST e Independentes) defendemos que o movimento sindical se mantenha independente do governo federal.
Plenária em SP discute a continuidade da luta
Rana Agarriberri e Dani Possebon, da CST de São Paulo
Na tarde de sábado, dia 21/10, aconteceu a plenária do Combate em São Paulo. Estiveram presentes trabalhadores do ensino público estadual, do Metrô, Sabesp, além da juventude. Após a vitoriosa greve unificada do dia 3, o Combate acredita que é fundamental debater e construir atividades para unir as lutas por uma greve geral em São Paulo.
Os ataques do governador de ultradireita Tarcísio, através das PPPs, impulsionaram que os trabalhadores se mobilizassem e parassem os serviços. A vitoriosa greve do dia 3 foi um demonstrativo da disposição de luta da classe e da solidariedade da população. Infelizmente, os ajustes de Tarcísio não estão derrotados. Por isso, é fundamental construir uma grande greve geral no estado.
A CST (Corrente Socialista das Trabalhadoras e Trabalhadores) é uma organização socialista e revolucionária que está nessa batalha. Acreditamos que a classe trabalhadora deve comandar as empresas e dirigir o conjunto da sociedade. Defendemos um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil Socialista. Convidamos você a também se somar nesse projeto. Converse com quem te vendeu esse Combate Socialista e saiba mais sobre a CST!