O 1º de Maio na Paulista é o da verdadeira oposição de esquerda
Os atos do 1º de maio em São Paulo serão uma importante expressão da polarização que estamos vivendo no país, a favor e contra a permanência de Dilma na presidência da república. Frente a esse cenário, os desafios para a esquerda são imensos, pois há um processo de lutas nos estados que questiona o ajuste fiscal e a corrupção de Dilma, Temer, Cunha, Renan e Aécio e nossa tarefa é construir um terceiro campo classista e combativo contra tudo isso que está aí.
O ato em defesa de Dilma no Anhangabaú
As Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, que reúnem a CUT, CTB, UNE e MST, juntamente com o MTST e Intersindical, vão realizar um ato em defesa da continuidade do governo corrupto e anti operário de Dilma. A presença de Lula, o agente das empreiteiras e defensor do ajuste fiscal contra os trabalhadores, está praticamente confirmada. Este ato, lamentavelmente, contará com o apoio do PSOL já que, o campo majoritário do partido e seus deputados federais transformaram-se em linha auxiliar do PT. Isso ficou expresso na votação do impeachment, quando os parlamentares do partido não fizeram uma crítica ao governo petista.
Esse ato também contará com a presença de organizações da extrema esquerda, como o MRT, que sucumbiu à polarização e passou a defender a continuidade do mandato de Dilma.
A defesa do atual governo, apontando o PT como o” mal menor”, nada mais é do que condenar os trabalhadores a carregarem nas costas um governo enlameado na corrupção e aplicador dos mais fortes ataques contra nossa classe nos últimos anos.
O ato da Força Sindical em defesa de Temer e Cunha na Zona Norte
A Força Sindical, central com longo histórico de apoio aos patrões e à direita, fará seu ato/show na Zona Norte de São Paulo. Um ato de apoio a um futuro governo Temer e sua agenda de ataques e ao processo de impeachment encabeçado por um bandido como Eduardo Cunha. É de se esperar que vários deputados reacionários, que protagonizaram o “show de horrores” em 17 de abril, estejam presentes. A FIESP também deve ter sua representação. Preparando o terreno de um possível governo Temer, mais uma vez essa Central, que outrora foi base de apoio do governo Lula, se coloca como correia de transmissão da política de um setor patronal.
O ato na Praça da Sé é para evitar um ato do terceiro campo
Diante do ato em defesa de Dilma e do ato em defesa de Temer, deveríamos organizar uma atividade contra o PT, o PMDB e o PSDB. Porém, surgiu uma proposta que esconde sua verdadeira posição por meio de bandeiras genéricas. Na Praça da Sé, vários setores da esquerda, realizam um ato com eixo em “defesa dos direitos”, “contra o ajuste”, sem nomear claramente quem aplica os cortes de direitos e o ajuste fiscal em nível nacional: o Governo Dilma e seu Vice Temer. Ou seja, um ato que blinda o atual governo do PT, justamente no momento de maior desgaste do projeto capitalista e corrupto de Lula aos olhos de milhões de trabalhadores. Por isso, afirmamos que essa manifestação não expressa um projeto independente e é uma das variantes da linha auxiliar do PT. Não por acaso é uma manifestação conjunta com a direção do MTST e o campo majoritário do PSOL, as duas correntes mais Lulistas da esquerda brasileira.
Mas, qual a razão para a existência desse ato? Por que o MTST e a direção do PSOL o convocam se o eixo dessas organizações é o ato pró-Dilma no Anhangabaú? A explicação é uma só: esse ato transformou-se num contraponto ao ato da Avenida Paulista, chamado pelo espaço de unidade e ação, que tem como eixo o combate contra o governo Dilma, contra Temer, Cunha e Aécio. Seu objetivo é esvaziar o ato da Paulista e confundir os ativistas, realizando um ato centrista com um verniz de esquerda para um público que não está convencido de ir até o Anhangabaú defender Dilma e Lula. Não podemos aceitar essa política que se coloca objetivamente no campo Lulista. Denunciamos essa manobra e pouco importa se ela é feita abertamente, de forma camuflada ou se é mera expressão de posições centristas. Tudo isso é um debate muito importante, pois, em outros estados, polêmicas parecidas ocorreram, a exemplo do Rio de Janeiro, onde um ato com essas mesmas características, embora mais governista que o da Sé, foi convocado para o bairro de Madureira.
O erro da CSP-Conlutas
Nos surpreendeu a assinatura da CSP-Conlutas nesta convocatória, sobretudo porque um dos principais sindicatos onde os companheiros atuam, os Metroviários, também a assina. Algo que dá um respaldo grande à manifestação e ajuda a confundir. Dizemos isso porque os companheiros estão, há meses, defendendo o “Fora Todos”. A direção da CSP-CONLUTAS, a direção do PSTU como organização majoritária da central, cometeu um vacilo ao assinar essa convocatória, pois visivelmente baixou a guarda contra o campo governista num tema fundamental. E mais do que isso, errou ao assinar uma convocatória que joga contra a atividade que o PSTU e CSP-CONLUTAS vem impulsionando há algumas semanas: o ato anti governista e classista da Avenida Paulista.
Os companheiros da Unidos pra Lutar de São Paulo, também se somaram nessa convocatória, o que também entendemos que foi um erro.
Seria muito importante que as direções da CSP-CONLUTAS, do PSTU, dos Metroviários e da Unidos Pra Lutar, refletissem sobre o que está em jogo e revissem sua posição. Frente a uma conjuntura extremamente polarizada, a assinatura dessas organizações na convocação do ato da Sé, enquanto construímos o ato da Avenida Paulista, só serve para criar confusão. Além disso, vai na contramão da construção de um campo político da classe trabalhadora que enfrente os dois campos burgueses que lutam pela chave do cofre.
O ato da Paulista é o único contra o governo Dilma, o bloco PMDB/PSDB e o ajuste fiscal
O ato da Paulista, encabeçado pelo Espaço de Unidade de Ação, com claro protagonismo da CSP-CONLUTAS, com eixo “Contra Dilma/PT; Temer, Cunha e Renan/PMDB; Aécio, Serra e Alckmin/PSDB”, é o único independente do governismo e da oposição tucana. Nele, estarão agrupadas diversas organizações da esquerda anti governista brasileira.
Nas fábricas, nos mais diversos locais de trabalho, existe um rechaço da classe trabalhadora contra o atual governo e os patrões. Um sentimento que “todos” devem sair. Isso precisa ser fortalecido e convertido em mobilização nas ruas. A justa indignação dos trabalhadores com o atual governo do PT e com a turma do PMDB e do PSDB, coloca a bandeira do “Fora Todos” na ordem do dia. A ela vemos enorme simpatia, sobretudo nos setores mais precarizados da nossa classe. Em meio à maior crise no país nas últimas décadas, vemos que a primeira tarefa colocada para nossa classe é construir uma ampla mobilização, superior inclusive a de junho de 2013, para colocar para fora Dilma e toda a linha sucessória da república. Esse é o primeiro grande passo para a construção de uma alternativa de poder para a classe trabalhadora. A construção desse ato, em nossa opinião, deve estar mais do que tudo a serviço dessa tarefa. Para isso, chamamos todos os trabalhadores e a juventude em luta a compor o ato da Avenida Paulista. Fortalecendo o ato independente desses dois blocos burgueses é que vamos dar passos concretos na verdadeira saída pela esquerda para o país que rume para construir um governo nosso, da esquerda, dos trabalhadores e do povo.
- Fora Dilma, Lula, Temer, Cunha, Renan e Aécio! Fora Todos!
- Por uma plenária sindical, popular e estudantil para discutir uma saída para a crise!
Dia 1º de maio independente de Dilma/Lula, de Temer/Cunha, de Aécio/Alckmin é na Paulista! | Todos ao Vão do MASP, dia 1º de maio às 9 horas!