| Coordenação Nacional da CST/PSOL

Raul Castro e o Partido Comunista implementam ajuste capitalista na ilha.

Desde o último congresso do Partido Comunista, um importante debate se instalou na esquerda: qual o caráter da política em curso em Cuba?

Com distintos argumentos, sejam “esquerdistas” ou “conservadores”, uma ampla corrente de opinião defende a política implementada pelos irmãos Castro (Fidel e Raul).

No Brasil esse debate aumentou após Dilma visitar aquele país. Para o PT a saída para a ilha é aumento dos investimentos externos. Por isso, Dilma acertou uma série de acordos econômicos em beneficio das empreiteiras multinacionais brasileiras – todas financiadas pelo BNDES – o que só fortalece o sub-imperialismo verde-amarelo.

De nossa parte, a CST-PSOL, entende que as medidas em curso são um brutal ajuste fiscal capitalista contra o povo. Um ataque contra o qual os trabalhadores não podem se defender porque estão impedidos de se organizar livremente para lutar contra a situação de miséria e opressão. E os investimentos externos, sobretudo dos capitais europeus, são um dos pilares da restauração do capitalismo em Cuba.

Setores de direita e do imperialismo, por meio da mídia corporativa e do parlamento, tiram proveito da situação numa campanha que visa desmoralizar a esquerda. Querem repetir o que fizeram em meio à queda do muro de Berlim. No entanto, o ajuste econômico e a abertura capitalista nada têm em comum com a esquerda classista latino americana.

É necessário, portanto, analisar esse processo com objetivo de desmistificar a visão que predomina sobre a ilha. E nesse caminho não se pode capitular ao PC de Cuba. Nem muito mesmo deixar de combater os odiados Gusanos de Miami ou o embargo Norte-Americano. Com esse objetivo é que lançamos em nosso site uma seção especial denominada “A situação real em Cuba”, no qual publicaremos artigos e textos.

Combatemos a política do PC Cubano porque somos fies a poderosa revolução de 1959, com sua expropriação da burguesia e enfrentamento ao imperialismo. Combatemos o ajuste de Raul Castro porque seguimos Che Guevara: “revolução socialista ou caricatura de Revolução”.

Inaugurando essa seção são publicados dois textos. O primeiro é “Ajuste a la Cubana”, da trotskista argentina Mercedes Petit, que é integrante da Unidade Internacional dos Trabalhadores-Quarta Internacional, organização que a CST-PSOL integra. Mercedes analisa pormenorizadamente a situação Cubana para mostrar os prejuízos históricos e atuais das medidas da direção Cubana sob a condução de Fidel e Raul.

O segundo texto, “Um olhar sobre Havana” foi escrito recentemente por Luciana Genro, que é fundadora do PSOL e do Movimento Esquerda Socialista (tendência interna do PSOL). O texto circulou pela internet e apresenta as contradições sociais Cubanas. Obviamente, a liberdade que tomamos ao publicar o texto de Luciana de forma alguma pode levar a que a autora seja responsabilizada ou vinculada às posições de nossa corrente. O fizemos unicamente para dar mais detalhes sobre a situação do povo e do regime cubano.