Basta de racismo! Todo nosso apoio a Vinícius Jr!
Neste domingo assistimos mais uma vez um episódio de racismo sofrido pelo jogador de futebol Vinícius Junior. A violência racista da torcida adversária criou uma onda de indignação no Brasil. O racismo sofrido por ele é reflexo de um modelo econômico que começa no projeto colonial e tem sua continuidade no Capitalismo. A colonização construiu a imagem de um homem branco dominador que até hoje paira na subjetividade dos europeus. Eles raptaram, subalternizaram outros povos e culturas, animalizaram homens e mulheres, dizimaram etnias e fizeram dessas pessoas máquinas para a criação de sua riqueza e toda ostentação dos impérios Espanhol e Português. É o que culminou na revolução industrial, que favoreceu a Inglaterra como potência capitalista e mais a frente os EUA.
Hoje isso continua de várias formas como nos piores salários e empregos precários destinado ao povo negro e até mesmo o trabalho escravo que vimos em grandes empresas brasileiras. Nas favelas e periferias o reflexo é, por exemplo, as chacinas policiais que matam principalmente a juventude negra. Na própria Europa ou nos EUA se expressa no racismo e xenofobia contra nossos irmãos africanos, asiáticos, árabes e latino-americanos.
Vinicius Junior, apesar de ser um atleta famoso e rico, representa a imagem de um jovem negro, de São Gonçalo/RJ, que através do futebol, conseguiu fugir da política de criminalização da pobreza e da guerra as drogas, que diariamente mata todo dia jovens negros aqui no Brasil. Não podemos normalizar a exploração, a desumanização e a violência que a juventude negra sofre cotidianamente. E por isso exigimos que tudo e todos os envolvidos no racismo contra Vinicius Jr sejam punidos severamente. É preciso responsabilizar seriamente (com pesadas multas, expropriação de bens e punição aos dirigentes) a La Liga, a FIFA, os clubes e empresas patrocinadoras como o Banco Santander (patrocinador da La Liga). Os clubes e as torcidas devem ser punidas com o rebaixamento para divisão inferior a que estão atualmente, confisco dos bens e obrigatoriedade de destinação de arrecadações para projeto educativos antirracistas e campanhas de combate ao racismo dentro e fora dos estádios. A escolas devem incorporar em seus currículos disciplinas antirracistas e receber mais verbas estatais para contratação de mais professores e formação de combate ao racismo.
Infelizmente os sucessivos governos continuam aplicando uma política que aprofunda a precarização da vida, matando trabalhadores todo dia. Que a denúncia do racismo sofrido por Vinicius Junior seja também a denúncia do genocídio sofrida cotidianamente pelas pessoas pretas, trabalhadoras e periféricas.
E esse mesmo racismo é expresso em projetos políticos como o de Bolsonaro no Brasil, de Trump nos EUA, ou de Vox no Estado Espanhol e Chega em Portugal. Por isso é uma luta fundamental, pois é necessário esmagar esses projetos ultrarreacionários e neofacistas.
As centrais sindicais, sindicatos, as torcidas organizadas dos times de futebol, a coalizão negra por direitos, o MNU, UNEGRO e UNEAFRO, Vidas negras importam e as organizações do movimento negro têm que organizar atos e mobilizações em solidariedade a Vinicius Jr, exigindo que sejam punidos os responsáveis dos atos racistas, contra as operações policiais nas favelas, pelas pautas do povo negro por saúde, educação, emprego, moradia, arte e cultura nas favelas e periferias. Uma mobilização que poderia nos unificar com movimentos antirracistas do Estado Espanhol e da Europa.