Por Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional

Cesar Apaza, líder camponês dos produtores de folha de coca de Yungas em La Paz, está preso e sendo torturado desde 22 de setembro de 2022. Apaza era presidente do “Comitê de Autodefesa” da Adepcoca, associação de camponeses produtores de coca de Yungas, que está em conflito com o governo do MAS há anos, com seus líderes sofrendo perseguições, com uma “justiça” submetida ao governo.

A razão básica do conflito é a tentativa do governo do MAS, junto com líderes dos produtores de coca da região do Chapare, de controlar a venda de folhas de coca. Por trás dele estão os interesses do narcotráfico, que usa a folha de coca para produzir cocaína. Em Yungas a folha de coca é produzida para consumo.

Cesar Apaza foi sequestrado em 22 de setembro por 8 homens encapuzados, supostamente policiais, que o espancaram brutalmente, arrastaram-no pela rua amarrado a um carro e o prenderam. O juiz o encaminhou para a prisão de Chonchocoro, com uma “prisão preventiva” supostamente para investigar acusações notoriamente falsas. Chonchocoro é uma das prisões com as piores condições para os presos. Devido às torturas sofridas em sua detenção, e posteriormente na própria prisão, Apaza sofreu um derrame e ficou com metade do corpo paralisado. Isso desde sua detenção, que já dura mais de 6 meses! Ele não consegue andar nem sentar em uma cadeira. Sua vida está ameaçada! E, recentemente, quando expiraram os 6 meses da “prisão preventiva”, o juiz ordenou uma nova “prisão preventiva” de mais 6 meses.

Diante desta dramática situação – e considerando que sua prisão é totalmente injusta e um atentado não só a Cesar Apaza, mas a toda a organização camponesa de produtores de folha de coca de Yungas –, nós, da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores (UIT-QI), aderimos à campanha do PT da Bolívia e da ARPT (parte do PT e seção da UIT-QI) exigindo do governo e dos tribunais bolivianos a libertação imediata de Cesar Apaza!

04 de abril de 2023

Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional