NACIONAL | PSOL lança Chico Alencar como candidato à Presidência da Câmara dos Deputados
É necessário defender prisão para Bolsonaro e todos os golpistas!
No dia 1 de fevereiro ocorrerá a eleição para a Presidência da Câmara dos Deputados, quando se inicia a nova legislatura. O Deputado bolsonarista Artur Lira é candidato à reeleição e conta com o apoio de 19 partidos. Uma frente amplíssima composta pelo PT, PSB, PCdoB, passando pelo PP, o PL e União Brasil. Apoiam também Lira os Republicanos, Podemos, PSC e Mais Brasil (federação PTB e Patriota), PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, Solidariedade e Pros.
O apoio do PT e PcdoB a reeleição de Artur Lira, em nome de uma suposta “governabilidade” é um erro gigantesco que acaba dando fôlego para a extrema direita e para os setores bolsonaristas, justamente no momento em que ocorreram atos golpistas como o do dia 8 de janeiro. Lira foi peça chave na sustentação dos 4 anos do governo Bolsonaro, engavetando o pedido de impeachment e aprovando um conjunto de medidas contra a população no Congresso Nacional, como por exemplo o orçamento secreto.
E para garantir mais benesses para seus pares, Lira acaba de assinar um ato reajustando em 40% o auxílio-moradia dos deputados federais, um verdadeiro escárnio com a população. Enquanto o país segue no mapa da fome e milhões sofrem com moradias em condições precárias, os deputados vão contar com até R$8.401 para morarem em verdadeiras mansões. Sem falar no aumento em gastos com combustíveis e outras benesses para os sangues sugas do Congresso Nacional. Os deputados federais já recebem um salário escandaloso de cerca de R$39,2 mil.
Para se contrapor a Lira, a bancada do PSOL decidiu lançar a candidatura de Chico Alencar para disputar a Presidência da Câmara dos Deputados. Chico Alencar tem defendido como tema central de sua campanha a punição aos golpistas, com o mote “sem anistia”.
Boulos participa do jantar em apoio a Artur Lira
Apesar do PSOL apresentar o nome do Chico Alencar em contraponto à reeleição de Lira, de forma surpreendente Guilherme Boulos, líder da bancada do PSOL, que deveria estar se empenhando na campanha do PSOL, faz ao contrário e decide se confraternizar com nossos inimigos de classe participando do jantar em apoio à reeleição de Artur Lira, junto com o governador de SP bolsonarista Tarcísio de Freitas, Rosângela Moro (esposa do ex-juiz Sérgio Moro), Eduardo Bolsonaro, Ricardo Salles e Mário Frias, a ala bolsonarista ideológica. Além de Boulos estava também a deputada do PSOL-SP Erika Hilton. Esse jantar não era uma atividade institucional, na qual o líder da bancada teria que participar, e sim um Jantar político dos que apoiam a reeleição de Lira. Portanto Boulos com essa posição boicota a candidatura do Chico Alencar e mostra a contradição e os limites do PSOL, que ao compor a base governista, acaba se comprometendo com a política de conciliação da frente ampla do Lula-Alckmin.
Punição para os golpistas!
Demissão imediata dos ministros bolsonaristas!
A candidatura de Chico Alencar à Presidência da Câmara tem que estar a serviço de uma forte exigência de prisão para Bolsonaro e todos os golpistas. Até agora o governo Lula tem feito ações pontuais contra os responsáveis pelo ato golpista, no entanto, o chefe da quadrilha Jair Bolsonaro segue impune. A luta dos que defendem contra a anistia tem que se dar nas ruas, por isso o PSOL tem que defender a continuidades das mobilizações, colocando seus parlamentares a serviço dessa luta, de um forte calendário de mobilização que exija a punição dos verdadeiros responsáveis pela tentativa de golpe, visto que não podemos confiar unicamente nas ações institucionais, no Congresso e no STF para barrar a extrema direita.
Também é fundamental que o PSOL e a candidatura do Chico Alencar defendam a saída imediata dos ministros bolsonaristas, como José Múcio do PTB, Ministro da Defesa, que foi cúmplice com as ações golpistas e de Daniela do Waguinho, Ministra do Turismo, ligada a setores milicianos do RJ. A presença de Múcio e Daniela, representantes de setores da extrema direita no governo, só fortalece a impunidade e mais ações golpistas.
O PSOL tem que voltar a ser um partido independente, não pode compor a base governista da frente ampla no Congresso Nacional, recheada de partidos do centrão, e nem compor cargos no governo. Por isso a ida de Boulos ao jantar pró-Lira, não é um fato menor, ao contrário, só reforça o compromisso do Psol com esse governo que busca pactuar com setores bolsonaristas, buscando manter intacto esse podre regime político da falsa democracia dos ricos. O governo não está em disputa, é um governo burguês que defende o sistema capitalista, e sua política de conciliação acaba arrastando o Psol e inúmeros dirigentes e figuras públicas para a lama da conciliação de classes.
O eixo do PSOL tem que ser impulsionar a mobilização, pois somente através dela é que podemos lutar pela punição de todos os golpistas já! Pela prisão e confisco de bens, a começar pelo ex-presidente Bolsonaro, seus familiares, a cúpula militar das forças armadas e empresários golpistas. Colocar para fora os ministros bolsonaristas e exigir a exoneração de toda cúpula militar. Da mesma forma exigir a punição para os assassinos dos povos indígenas e lutar pela pauta da classe trabalhadora.
Cabe ao Psol lutar pelas reivindicações da classe trabalhadora, da juventude, das mulheres e da população LGBTQIA+, exigindo que o governo cumpra com as promessas de campanha, como o fim do teto de gastos e o aumento real do salário mínimo. Ao mesmo tempo que exigimos também a revogação da reforma da previdência, trabalhista e da lei da terceirização.
28 de janeiro de 2023.
Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores – CST-PSOL