Sobre os debates no Polo Socialista Revolucionário acerca de seu encerramento
1-Na última reunião da coordenação nacional do Pólo, Eduardo Almeida (do PSTU) apresentou a proposta de finalizar a experiência do Polo. A CST, MRT, Plinio de Arruda Sampaio Jr. (do Contrapoder) e Silvio Sinedino (dos Petroleiros Socialistas) defendemos a manutenção do Polo. Assim, o encerramento do Polo se deu por uma opção política dos camaradas do PSTU.
2- Consideramos equivocada a posição do PSTU, que levou a este desfecho, já que a adesão geral da esquerda e do PSOL ao governo da frente ampla de Lula/Alckmin, aumenta a necessidade da batalha por um polo de independência de classe. Isso é fundamental também para o combate à extrema-direita, pois a política de conciliação de classes só fortaleceu o bolsonarismo.
3-Em recente artigo, Eduardo Almeida reafirma essa linha justificando que existem diferenças estratégicas. Mas as divergências sempre existiram e vinham de antes. Elas não impossibilitaram a construção do Pólo Socialista Revolucionário. Não impossibilitaram a elaboração de um programa comum para as eleições que todos reivindicamos como um importante programa de independência de classe, contra a conciliação e categórico nas críticas à frente ampla liderada por Lula e o PT. Esse programa, juntamente com o manifesto de fundação do Polo, foi uma base sólida para a construção do Polo como uma esquerda classista e socialista revolucionária.
4- Sobre as divergências, foi deliberado pela coordenação do Polo um método para tratar os “pontos programáticos” divergentes, preservando a autonomia de cada força e cada dirigente. E todas foram debatidas democraticamente no site do próprio Polo e em nossas reuniões de coordenação nacionais e nos estados.
5- Destacamos que uma das maiores divergências que tivemos no Polo foi sobre sua participação ou não nas eleições e conseguimos superá-la com um debate honesto e paciente entre todas e todos que compunham sua coordenação. Felizmente superamos esse debate de forma fraterna e mantivemos o Pólo num momento muito complexo para nós que defendemos um programa de ruptura com o sistema capitalista.
6- As diferenças alegadas para encerrar o Polo agora já existiam desde antes. Uma dúvida que fica é: Por que então não se encerrou o Polo no seu início? Para que nós nos ficássemos num Polo somente nas eleições? E se fosse o caso de apenas uma tática eleitoral, porque não colocar abertamente que esse era o objetivo e debatê-lo claramente? Somos organizações e dirigentes que militam há certo tempo no Brasil e todos nós conhecemos. Não se pode alegar surpresa sobre as divergências. Constatamos aqui um procedimento equivocado por parte dos camaradas. O término, em nossa opinião, imotivado do Polo traz ainda o malefício do descrédito que futuras propostas poderão ter.
7- Os camaradas do PSTU apresentam como caminho aos que queiram defender uma posição de independência de classe o ingresso no próprio PSTU. Mas não estão em condições de serem sozinhos um Polo de atração que imponha uma fusão das forças que defendem uma posição de independência de classe. Essa visão do PSTU é errada por se desviar para um rumo autoproclamatório.
8- Aspiramos a que a luta de classes e a necessidade de agrupar num mesmo espaço os que defendem um programa revolucionário, sem patrões, leve a uma reflexão e mudança de atitude dos camaradas. No marco de termos diferenças também entre os que assinamos este documento, seguiremos nas lutas nos dispondo a atuar em comum com os camaradas do PSTU e com todos os grupos e dirigentes que desejem construir uma saída classista e socialista para o país.
Assinam organizações e dirigentes da Coordenação Nacional e Estaduais
- Plínio de Arruda Sampaio, Editor de Contrapoder
- Silvio Sinedino, dos Petroleiros Socialistas
- Cláudia Gonzalez, Coordenação da CST
- Marcelo Tupinambá, Coordenação do MRT
- Fabio Marinho, Coordenação Estadual do Polo no RJ
- Trog Perusso, Coordenação Estadual do Polo no RJ
- Roberto Rutigliano, Politica Revolucionária
EDIÇÂO: Foram incluídas novas assinaturas que se somam a esse posicionamento no dia 21/12. O texto segue em aberto para assinaturas.
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