LUTA CONTRA AS OPRESSÕES E A VIOLÊNCIA POLICIAL NO CARNAVAL

Por Eziel Duarte – Educação em Combate e Isadora Bueno – Juventude Vamos à Luta
Os desfiles das escolas de samba foram marcados por temas críticos: Xica Manicongo, mulher trans africana escravizada no Brasil, foi homenageada no Rio pela Paraíso do Tuiuti; em São Paulo, a Estrela do Terceiro Milênio trouxe o tema de direitos LGBTQIAPN+ no Anhembi. A arte dos desfiles iluminaram temas ambientais, indígenas e outros, enfrentando as ações de governos e políticos conservadores satirizados na avenida e nos blocos.
O carnaval é uma festa popular que, desde as suas origens, questiona a dominação de classe, a exploração e a opressão. No Brasil, é construído pela cultura negra e de matriz africana. Não à toa, é foco de perseguição da extrema direita religiosa e das polícias. Exemplo disso foi a repercussão da fala de Milton Cunha nas páginas cristãs, pela defesa às questões raciais e contra o racismo religioso.
Outra expressão foi que, antes mesmo de que os desfiles começassem, no dia 1º de março, a Polícia Militar agrediu pessoas que estavam no bloco do Baiana System, em Salvador. No momento em que a repressão ocorreu, sem nenhum conflito anterior, Russo Passapusso (integrante da banda) se envolveu e ironicamente “parabenizou” o trabalho dos PMs, tentando constrangê-los. Os policiais identificados por Passapusso como “capitão Roberto” e “major Rebeca”, aproveitaram o momento da roda que tradicionalmente ocorre nos shows do grupo para violentar os jovens presentes.
Nós, da CST e da Juventude Vamos à Luta, nos solidarizamos com os foliões que foram covardemente violentados e com os integrantes da banda que enfrentaram a polícia. A postura da PM de Salvador é expressiva do papel que cumprem as polícias historicamente: de repressão e violência à classe trabalhadora, às camadas populares e negros e negras. Esse episódio é só um das dezenas que temos cotidianamente que mostram que é preciso acabar com a polícia militar!