A luta das mulheres

Por Rosi Messias – Coordenação Nacional da CST

8M: Atos marcam a luta das mulheres!

No dia 8 de março, ocorreram atos massivos feministas para marcar esta data histórica da luta das mulheres trabalhadoras. De norte a sul do país, as mulheres tomaram as ruas. E Em São Paulo, cerca de 10 mil pessoas marcharam exigindo o fim do feminicídio, mais verbas para as mulheres e não para os banqueiros, contra a anistia, pela prisão de Bolsonaro e de todos os golpistas, além do aborto legal já. No Rio de Janeiro, Minas Gerais e Belém o grito era um só: te cuida, te cuida seu machista a América Latina vai ser toda feminista!

Os índices de feminicídio aumentaram no governo Lula-Alckmin.

Em 2024, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 17 horas no Brasil, segundo a Rede de Observatórios da Segurança. Os casos aumentaram 12,4% em relação a 2023. Os recentes casos de feminicídios de Clara Maria, de 21 anos, em Belo Horizonte e de Vitória, de 17 anos, em São Paulo são exemplos de ódio contra as mulheres. No governo de frente ampla, os índices de violência de gênero só crescem. Em contrapartida, o governo Lula-Alckmin nada faz para reverter essa situação. Enquanto a pasta das Mulheres sofre cortes orçamentários, o governo vota junto com setores bolsonaristas em resoluções contrárias aos direitos de meninas vítimas de estupro, como ocorreu com o protocolo do CONANDA. As recentes declarações de Lula, afirmando que a escolha de Gleisi Hoffmann para a articulação política se deu por ela ser ‘bonita’, apenas fomentam o machismo estrutural e reforçam estereótipos de gênero. O que demonstra o caráter machista e patriarcal de um governo que se alia com a extrema direita e a igreja contra nossos direitos reprodutivos. Outro exemplo é o esvaziamento de mulheres nos Ministérios, apesar de todo o discurso de um governo inclusivo, as mulheres vêm perdendo cargos estratégicos para homens de partidos do centrão.

Por outro lado, as principais lideranças do movimento de mulheres, como a Marcha Mundial, a UBM e as plenárias do 8M, compostas majoritariamente por membros do PT e PSOL, não apostaram na realização de grandes mobilizações,  e, mesmo diante de diversos ataques, buscam constantemente formas de aliança com o governo de frente ampla, como ocorreu na atividade do 8 de março, no Sambódromo do Rio de Janeiro, onde participaram de uma ação conjunta com o Ministério das Mulheres e a Prefeitura de Eduardo Paes (PSD).

Seguir a luta feminista!

Nós estivemos na linha de frente da construção dos atos do 8M, batalhando por atos classistas, independentes com eixo nas demandas das mulheres, denunciando a cultura machista e patriarcal e exigindo verbas para as mulheres e não para os banqueiros.

Agora, nós, mulheres da CST, defendemos a continuidade da nossa mobilização. Para isso, é fundamental a realização de novas plenárias para avaliar os atos do 8M e organizar um novo calendário de lutas, pois somente mobilizadas podemos conquistar nossas pautas: fim do feminicídio e da cultura do estupro; verbas para as mulheres e não para os banqueiros; fim do arcabouço fiscal; aborto legal, seguro e gratuito; arquivamento do PL 1904 (gravidez infantil) e da PEC 164; prisão para Bolsonaro e abaixo Trump e a extrema direita.

Somem-se as mulheres da CST!

Nós mulheres da CST somos parte de um feminismo classista e socialista e lutamos todos os dias pelo fim do patriarcado e contra os planos de ajustes capitalistas que só fazem aumentar a exploração de mulheres. Convidamos as ativistas que estiveram conosco nas batalhas por um 8 de março classista e independente dos governos a se unirem a nós para, juntas, fortalecermos o movimento feminista nas próximas lutas.

—————————————————————————————————————————————–

 Por Lorena Fernandes – Coordenação Nacional da CST

Mulheres da CST debatem as lutas feministas!

A plenária feminista virtual, realizada próximo ao 8M, discutiu a situação da mulher trabalhadora e os nossos eixos de luta.  A plenária contou com a participação de nossa camarada Mercedes Mendieta, deputada argentina, que esteve à frente das mobilizações da ‘Onda Verde’, movimento que levou à legalização do aborto no país em 2020. Atualmente, ela enfrenta diariamente os ataques contra as mulheres e as dissidências promovidos pelo governo ultradireitista de Milei. Os relatos na plenária evidenciaram que a situação das mulheres continua extremamente difícil no governo da Frente Ampla de Lula/Alckmin. Enfrentamos o ajuste fiscal, a carestia e estamos inseridas nos trabalhos mais precarizados, como destacaram duas jovens trabalhadoras submetidas à massacrante jornada de 6×1. Por isso, defendemos que o 8M deve ser um instrumento de luta contra essa jornada exaustiva. Também foi debatida a urgência da legalização do aborto no Brasil, além da vulnerabilidade das mulheres à violência, ao assédio e ao feminicídio. Nesse contexto, nos enfrentamos à política de austeridade imposta pelo Arcabouço Fiscal, exigindo que as verbas públicas sejam destinadas às mulheres. Nossa participação foi fundamental na construção dos atos do 8M, e seguiremos mobilizadas pela continuidade das lutas. A deputada nacional da argentina Mónica Schlotthauer (Esquerda Socialista, seção da UIT-QI e integrante da FIT-U) estará em São Paulo no dia 29/03 para debater a luta das mulheres contra Trump, as extremas direitas e os governos capitalistas. Convidamos você, a participar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *