Política econômica do governo Lula-Alckmin a serviço da grande burguesia!

Mobilizar pelo fim do arcabouço fiscal, da escala 6×1, pela redução dos preços dos alimentos e por aumento geral dos salários.

É notório que a vida não anda nada fácil: os preços dos alimentos disparam a cada ida ao supermercado, a taxa de juros SELIC está na estratosfera, os empregos estão cada vez mais precarizados, os salários estão arrochados, trabalhamos em escalas 6×1 e as tarifas de gás, luz, água e transporte não param de subir.

Segundo a Associação Brasileira de Supermercados – Abras, a cesta básica em 2024 ficou 14,22% mais cara, sendo que os alimentos básicos são os que mais encareceram: café, ovo, leite, arroz e o óleo de soja. O ovo, alimento considerado acessível à maioria da população, vem se tornando artigo de luxo, sem falar no preço da carne bovina, ou seja, a promessa do governo Lula de que íamos voltar a comer picanha parece cada vez mais um sonho.

Enquanto os alimentos e as tarifas sobem e a inflação dispara, o reajuste do salário mínimo não passou de 7,5%, um aumento irrisório perto das necessidades básicas de um trabalhador e muito longe do que deveria ser o seu valor real, conforme indicado pelo Dieese (R$ 7.156,15). Evidentemente essa conta não fecha e o trabalhador chegar ao final do mês com algum dinheiro no bolso é quase impossível.

Lutar contra o arcabouço fiscal!

A situação só piorou com a aprovação do pacote fiscal do governo Lula/Alckmin no final de 2024. Esse pacote impôs cortes em programas sociais, dificultando o acesso ao BPC e ao abono salarial, limitando o reajuste real do salário mínimo a 2,5%, além de cortar verbas do Fundeb e criar gatilho que pode proibir reajuste real aos servidores federais em 2027. Um pacote de maldade aprovado com o apoio da ampla maioria da Câmara e do Senado, que elegeu seus presidentes com os votos do PT, PCdoB e dos partidos da extrema-direita. Do PT ao PL todos votaram para ajustar as contas na costa dos trabalhadores, com objetivo de manter a sangria do orçamento da união para pagar juros e amortização da dívida pública aos banqueiros. Em 2024, os cortes no orçamento atingiram R$19 bilhões para cumprir as regras do arcabouço fiscal. Foi dinheiro tirado do Bolsa Família até às universidades federais – precarizando ainda mais os serviços públicos dos quais a classe trabalhadora tanto precisa.

As altas temperaturas e as fortes chuvas revelam que o governo Lula e os governos estaduais e municipais não enfrentam e secundarizam a crise ambiental do país, inclusive com o governo insistindo na exploração de petróleo no Foz do Amazonas.

Enquanto isso, os juros no Brasil chegaram a 13,25%, um ponto percentual a mais do que em 2024. Esse novo aumento foi decidido na primeira reunião do ano do Copom, já sob a presidência de Gabriel Galípolo- ex-banqueiro, indicado pelo governo Lula para chefiar o Banco Central. Isso tudo para ratificar a política econômica do governo de frente ampla a serviço dos banqueiros e dos grandes conglomerados financeiros internacionais, deixando o Brasil na segunda posição no ranking global de juros reais (descontada a inflação), perdendo apenas para a Argentina comandada pela extrema-direita de Millei. Isso significa o aumento do crédito para o consumidor e no pagamento da dívida pública, que deve subir R$ 50 bilhões graças à política econômica do governo de altas dos juros. Em 2024 governo Lula pagou 1,997 trilhões de juros e amortizações da dívida, 43% do orçamento.

As últimas pesquisas apontam queda na popularidade do governo Lula.

De acordo com as pesquisas divulgada pela Atlas/Intel divulgada no dia 7 de março a desaprovação do presidente Lula chegou a 53% contra 45,7% de aprovação, trata-se de um aumento  na rejeição ao presidente Lula e seu governo se comparada a pesquisa Quaest no final de janeiro, aonde a reprovação do presidente chegou há 49%. Nas palavras de José Dirceu (ex-presidente do PT), isso significa um “tombo histórico”, visto que a maior queda do apoio ao Lula é justamente em seus principais apoiadores: setores mais pobres, mulheres e no nordeste, que foram essenciais para sua eleição em 2022.

Isso não ocorre à toa, é fruto do desencanto da maioria da população que veem sua vida cada vez pior, devido à política econômica do arcabouço fiscal, de cortes nas áreas sociais, de emprego precário, de negociação com o centrão, enquanto o agronegócio e os banqueiros e a grande burguesia seguem lucrando como nunca.

Esta política de aliança com a burguesia e com os setores mais retrógrados e reacionários é o que pode pavimentar a volta da extrema-direita ao poder, tal como Donald Trump, que se elegeu, com o voto castigo, contra o governo democrata de Biden. Não à toa que, nas últimas pesquisas eleitorais no país, Lula empata com Tarcísio de Freitas (governador de São Paulo) e com o próprio Bolsonaro.

Por isso é fundamental lutar para derrotar a atual política econômica responsável pelo agravamento da crise social, e fortalecer uma esquerda independente que não tenha rabo preso com o governo de frente ampla do Lula-Alckmin nem com a burguesia, apoiar e unificar as lutas em curso e defender um programa alternativo para resolver a crise social que atravessamos.

Sem anistia: É preciso ocupar as ruas pela prisão de Bolsonaro e todos os golpistas.

Mesmo com a revelação das evidências que provam a trama golpista de 8 de janeiro de 2023, com o envolvimento direto de Bolsonaro, empresários e militares, até o momento nenhum articulador foi verdadeiramente punido. E pior, nos próximos dias, a extrema-direita golpista pretende realizar manifestações por anistia e em defesa de Bolsonaro.

Bolsonaro foi indiciado pela PGR, mas isso não basta, entendemos que, para derrotar a extrema-direita, é preciso ocupar as ruas! É lamentável que em meio a essas convocações golpistas, as grandes organizações da esquerda como o PT e o PSOL, as Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, o MST, UNE, MTST e as centrais sindicais como a CUT e a CTB continuem de braços cruzados, não convocando lutas e atos de ruas para punir e colocar os golpistas como Bolsonaro na cadeia!

Seguir o exemplo dos professores e indígenas do Pará e dos atos do 8M.

A vitoriosa greve dos professores e dos indígenas do Pará mostrou o caminho, com greve e ocupação e com a unidade dos trabalhadores com os oprimidos foi possível conquistar vitórias. Esse é o caminho que temos que seguir!

No dia 8 de março, milhares ocuparam as ruas contra a violência machista, por mais verbas para as mulheres e pela legalização do aborto. Em São Paulo, o ato reuniu 15 mil pessoas.

Essas lutas devem ter continuidade. Por isso é preciso além de fazermos a luta contra a anistia aos golpistas unirmos com as mobilizações de enfrentamento aos governos da extrema-direita nos estados e municípios, como em São Paulo, onde os governos reacionários de Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes aprofundam os ataques como as privatizações, militarização e a violência policial. É preciso unir as campanhas salariais e assembleias das categorias para enfrentar os governos da extrema-direita de maneira unificada. No Pará, mostraram o caminho.

As principais direções da esquerda vacilam na luta e não constroem a unidade, pois apostam na defesa do governo Lula, mesmo ficando cada vez mais evidente que o compromisso do governo é com os banqueiros e com seus acordos com a extrema-direita e com o centrão. Por isso, essas direções governistas estiveram ausentes da continuidade das mobilizações pelo fim da escala 6×1, não chamam a unificar as lutas nos estados e municípios e não estão propondo nenhum calendário de luta para enfrentar a extrema-direita nas ruas contra a anistia aos golpistas.

Nós da CST, Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores chamamos fortalecer todos os processos de luta e a construir a unidade necessária, seguindo o exemplo do Pará e dos importantes atos do 8 de março, pois fortalecer e unificar as lutas é o único caminho possível para conquistar as nossas pautas e para fortalecer uma alternativa real, por um governo da classe trabalhadora e por um Brasil Socialista.

Some com a CST e venha defender um programa alternativo: fim do arcabouço fiscal do governo Lula-Alckmin! Fim da escala 6×1! Por 36 horas semanais de trabalho! Pelo não pagamento da dívida externa e interna e pela taxação das grandes fortunas! Verbas para salário, serviços públicos e não para banqueiros, multinacionais e agronegócio! Fim das chacinas policiais e pela legalização das drogas! Aborto legal, seguro e gratuito! Fim dos feminicídios! Por direitos das mulheres e da população LGTBQIAP+ e pessoas com deficiência! Emergência climática e ambiental! Sem anistia, Bolsonaro e todos os golpistas na prisão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *