Ocorreu na manhã da sexta-feira (28/2) o primeiro ato contra o aumento da tarifa de ônibus em Belém. Os empresários mafiosos pedem reajuste dos atuais R$4 para R$5,85. Uma verdadeiro assalto aos salários da classe trabalhadora.

O protesto foi marcado para o local que ocorreria a reunião do Conselho de Transporte para referendar o reajuste proposto pela patronal. A reunião do Conselho foi cancelada, mas os manifestantes realizaram caminhada pela avenida Almirante Barroso até São Brás para denunciar à classe trabalhadora e ao povo o reajuste ilegítimo e imoral proposto pela burguesia do transporte com apoio do prefeito Igor Normando (MDB) e da maioria da Câmara Municipal de Belém (CMB).

*Nenhum centavo a mais para os empresários de ônibus*

O serviço de transporte rodoviário em Belém que já era muito ruim piorou demais desde a pandemia. Para manterem seus lucros milionários, os empresários diminuíram a frota, demitiram rodoviários e pediram e ganharam isenção milionária de impostos, na casa de R$250 milhões. Esta isenção também obrigava os empresários a comprarem 300 novos ônibus para renovar a frota, algo que não vimos ser implementado. Essa isenção, na prática, é dinheiro público dos nossos impostos para que os empresários melhorassem o serviço e continuassem lucrando.
*Defendemos que não haja nenhum reajuste na passagem*. Sabemos que os patrões pedem um valor elevado para acabarem aceitando um reajuste menor e o prefeito pousar como bom moço que não deu tudo o que os patrões queriam. Esta mesma tática foi usada pelo ex-prefeito Edmilson (PSOL-PT-PcdoB) quando reajustou a passagem em 2022, inclusive com repressão policial contra a juventude.

*Transporte de qualidade, passe-livre, municipalização do serviço rumo à tarifa zero*

Além da luta pelo congelamento das passagens, devemos impulsionar um forte movimento entre a juventude, a classe trabalhadora e o povo pobre para que possamos ir além, para conquistarmos um transporte realmente público e de qualidade, com passe-livre para estudantes e desempregados, rumo à tarifa zero para toda a população. Quando falamos em transporte público, é porque defendemos que o município assuma o serviço, tirando das mãos dos empresários de ônibus que visam o lucro e não o bem-estar da população usuária do transporte. Defendemos que o serviço seja controlado pelos trabalhadores rodoviários e a população da cidade. Única forma de garantir um serviço de qualidade e valorização e direitos aos rodoviários.

*Exigimos da UNE, DCE-UFPA, CUT, CTB, PT, PSOL, PCdoB uma mobilização unificada contra o aumento da passagem*

Derrotar o aumento da passagem e avançar na nossa pauta é possível e necessário. Para isso, no entanto, as organizações de esquerda precisam jogar seu peso para construir essas mobilizações. Após o Carnaval haverá reunião para construção de novos protestos. É importante que todos nos somemos aos atos. Nas ruas para derrotar o reajuste imoral de Igor Normando e da patronal do transporte.