Os incêndios em LA são mais um triste capítulo da tragédia ambiental capitalista

Por Ana Luiza Ugucione e Rosi Messias, militantes da CST

Estamos acompanhando os incêndios que acometem grande parte de Los Angeles. Já são centenas de desabrigados e dezenas de desaparecidos e de mortos, sendo a maioria pessoas idosas, negras, e/ou com deficiência.

O presidente eleito Donald Trump se apressa em negar as influência das mudanças climáticas nessa tragédia para seguir reafirmando seu projeto de governo negacionista, que pretende aprofundar a degradação ambiental em todo o mundo a serviço do lucro dos bilionários e das multinacionais.
As autoridades estadunidenses e a mídia tentam colocar a conta desse desastre em “causas naturais” dizendo que as tempestades e ventos que são os culpados por alastrar o fogo e dificultar o trabalho dos bombeiros; o que eles não contam é que foram cortados milhares de dólares do orçamento dos bombeiros no ano fiscal de 2024 – 2025: 17,6 milhões de dólares, o que equivale a 107 milhões de reais. Isso tudo em meio ao agravamento das mudanças climáticas e no local em que historicamente, mais se sofre com incêndios.

Esse corte foi denunciado pela comandante do Corpo de Bombeiros de Los Angeles, que alertou que isso prejudicaria a resposta da cidade a emergências de larga escala, já que limitou a capacidade do Departamento de se preparar, treinar e responder a essas emergências, além de eliminar mais de 50 vagas e arrochar salários. Nesse cenário, quase mil pessoas encarceradas, em sua maioria pessoas latinas e negras, estão “trabalhando” no combate aos incêndios recebendo no máximo 10,24 dólares por dia (com 1 dólar adicional por hora), valor menor que o salário mínimo da Califórnia (que é 16,50 dólares por hora), para um trabalho perigosíssimo. Enquanto isso, os super ricos da Califórnia contratam, por 2mil dólares por hora, bombeiros particulares para salvar suas casas milionárias.

Esses momentos de crise acentuam o já enorme contraste social que existe em Los Angeles; que desde 2022 adota medidas rigorosas de conservação de água, com moradores “comuns” restritos a regar seus jardins duas vezes por semana durante oito minutos cada; por sua vez, pessoas como Kim Kardashian, que mora em uma casa de US$ 60 milhões em The Oaks (condomínio fechado exclusivo perto do epicentro de um dos incêndios desta semana) foi multada pelas autoridades da cidade por usar 232.000 galões de água a mais do que sua cota.

Enquanto o governo estadunidense corta verbas de bombeiros; financia o genocídio palestino, gasta 30 bilhões de dólares em drones e mísseis; não limita verbas na sua política imperialista de invasão, domínio e genocídio de povos e territórios. É preciso denunciar essa política que parte dos partidos democrata e republicano.

Os incêndios em LA são mais um triste capítulo da tragédia ambiental capitalista, se somando aos terríveis incêndios na Amazônia, enchentes no sul do Brasil, na Espanha, Paquistão e tantos outras outras tragédias climáticas cada vez mais constantes mundo a fora e que castigam principalmente os mais pobres, enquanto o imperialismo e as multinacionais seguem saqueando e degradando o planeta.

É necessário cercar de solidariedade a população trabalhadora que vem sofrendo com as consequência deste incêndio e exigir do governo que destine verbas para a construção das casas dessas pessoas. Ao mesmo tempo dizemos que é necessário seguirmos mobilizados para enfrentar a política genocida e de fome de Trump que afetará centralmente a população trabalhadora dos EUA

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