Fim da violência policial contra o povo negro pobre!

Por Ana Luiza Ugucione, militante da CST e Michel Oliveira, dirigente da CST

 

Nas últimas semanas, novamente, ocorreram diversos casos de extrema violência policial contra o povo negro e pobre, inclusive casos de assassinatos. Casos no Brasil todo, mas especialmente em SP, em que a polícia de Tarcísio e Derrite se sente cada vez mais à vontade para agredir e matar.

Derrite, hoje secretário de segurança pública de São Paulo, era chefe das polícias e foi expulso da Rota – um dos entulhos oriundos da ditadura militar – por excesso de mortes em serviço, tendo sido investigado por dezesseis homicídios; o que nos mostra quem está à frente do trabalho da polícia em SP.

Somente nos últimos dias vimos:

Em SP: a PM arremessar um homem de uma ponte, dar 8 tiros nas costas de um jovem no mercado e outro PM atirar na direção de crianças que o avisaram que a seta de seu carro estava ligada. Em Pernambuco – um PM matar um jovem trabalhador mototaxista, para não pagar 7 reais pela corrida que ele fez.

Na Bahia, no domingo, dia 01/12, a PM matou Gabriel, um adolescente de 17 anos que já estava deitado e rendido. No dia anterior, a polícia tinha abordado Gabriel e o detido por desacato, jogando-o na viatura e se recusando a informar para onde o levariam.

No RJ, houve uma operação conjunta das polícias militar e civil no Complexo da Penha, RJ, que começou na terça-feira, dia 03/12, às 5h20 da manhã; na qual linhas de ônibus pararam de circular, escolas e postos de saúde não abriram. Na própria terça-feira já havia 6 pessoas feridas e uma morta. Sendo a Polícia Civil do RJ comprovadamente controlada por milicianos que assassinaram Marielle.

Não são casos isolados, é a forma como a instituição funciona e diz sobre para que a polícia foi criada!

A polícia foi criada para reprimir a população negra e pobre. Desde seu início sua missão é servir e proteger os senhores de engenho com a chegada de Dom João e os imperadores escravocratas. Não por acaso há uma série de leis pra criminalizar rituais, culturas e a população negra: como a criminalização da capoeira, do samba, a proibição de reuniões de 3 a 5 pessoas de pele negra. Depois, o papel da PM é reprimir manifestantes e garantir a permanência da ditadura empresarial-civil-militar e seus grupos de extermínio. Atualmente é o local das milícias.

Não podemos naturalizar a barbárie, o abuso de autoridade e a letalidade policial. Uma política de extermínio da população, e especialmente da juventude, negra, pobre, periférica. No Brasil, a tentativa de branqueamento da população foi uma política de Estado, dos governos e da patronal. Essa herança do racismo e de genocídio da população negra nunca acabou, permanece na sociedade e nas instituições que a compõe: isso significa que a polícia é racista e vê a população negra e periférica como inimigos a serem combatidos, se utilizando a falácia da guerra às drogas para isso.

Defendemos:

-Fim das chacinas policiais nas favelas e periferias! Punição efetiva aos responsáveis civis e militares pelos assassinatos contra o povo negro! Desmantelar o aparelho repressivo! Dissolução da PM e da Polícia Civil miliciana e assassina!

-Legalizar as drogas para tratar como questão de saúde pública e não caso de polícia e pôr um fim a esse massacre!

– Garantir que nenhum trabalhador ou trabalhadora de Apps seja agredido ou assassinado e tenha plenos direitos trabalhistas!

Batalhamos para que as entidades do povo negros agrupadas na Coalização Negra por Direitos convoquem uma nova jornada nacional de lutas ainda em dezembro. Exigimos que a CUT, CTB, Força, UNE, MTST mobilizem suas bases contra ao racismo e a violência policial, em conjunto com a luta pelo fim da 6×1, contra os cortes de verbas das áreas sociais, as privatizações, contra a reforma administrativa de Eduardo Paes e a privatização das escolas em SP.

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