20N: Atos nas ruas pelo fim da escala 6×1 e das chacinas policiais

Por Andressa Rocha e Rômulo A. Lourenço – Educação em Combate BH
O 20 de novembro traz consigo a exaltação e a memória de luta e de resistência do povo negro, dos quilombos, de Zumbi e Dandara dos Palmares. O Dia da Consciência Negra representa um histórico de lutas, em uma sociedade que ainda hoje é marcada pelas desigualdades sociais e econômicas e pelo racismo estrutural. Neste ano a data pela primeira vez se dá como feriado nacional e houve mobilizações pelo país, com atos de rua em diversas capitais e cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

A escala 6×1 atinge principalmente a juventude negra!

Os protestos tiveram como um dos eixos o fim da escala 6×1, jornada de trabalho que atinge duramente a juventude pobre, periférica, precarizada e sobretudo negra. Nos últimos dias o debate sobre a jornada de trabalho ganhou grande relevância, pautando discussões na imprensa e redes sociais, por exemplo. Nós, da CST, consideramos fundamental essa batalha por uma vida digna. Os patrões e os governos firmaram posição pela manutenção desse regime de trabalho adoecedor. É necessário seguirmos com um calendário de mobilizações. O dia 20 de novembro demarcando essa pauta foi um importante passo de continuidade dos atos que aconteceram no dia 15 de novembro.

Chega de chacinas policiais!

Outra pauta de extrema importância é a exigência pelo fim das chacinas policiais. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, de 2023, apontam que a polícia brasileira segue sendo uma das que mais mata, com Bahia e Rio de Janeiro sendo os estados com maior número de mortes efetuadas pela
polícia. O povo negro, em especial nossa juventude, segue como maior alvo do encarceramento em massa e das chacinas policiais realizadas nas periferias.

Uma notável característica do projeto racista são as operações policiais realizadas em horário de entrada e saída de crianças da escola.

Pela revogação das contrarreformas!

Acreditamos que o calendário de lutas pelo fim da violência policial e contra a escala 6×1 deve estar associado a outras batalhas fundamentais da classe trabalhadora. Devemos colocar na pauta do dia e exigir das centrais sindicais, como CUT e CTB, direções do movimento estudantil, como UNE e
UBES, um calendário de mobilizações. Que nele contenha também a revogação das contrarreformas trabalhista, previdenciária e da terceirização, além de exigir o fim do Arcabouço Fiscal, que limita investimentos na educação e saúde, sendo que o povo negro é quem mais sofre os efeitos destes planos e medidas de fome e miséria.

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