Como conquistar um Brasil Socialista?
Em nossa última edição divulgamos um Programa operário e popular para tirar o Brasil e nossas cidades da crise, com o qual a CST realizará a campanha eleitoral da esquerda independente. Ao final dele, falamos que essas medidas somente serão conquistadas com um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil Socialista. Muitos de nossos leitores e leitoras podem se perguntar “como seria isso?”. Então, vamos explicar a proposta programática das candidatas socialistas e revolucionárias da CST.
O Brasil capitalista não é bom para a classe trabalhadora
A origem de nossos problemas encontra-se no Brasil capitalista de hoje. Os patrões brasileiros e estrangeiros se apropriam de nossas riquezas e nos exploram. O governo da frente ampla de Lula-Alckmin governa com e para eles, como vemos nos cortes de verbas das áreas sociais, no Arcabouço Fiscal que congela salários. A subordinação de Lula ao imperialismo pode ser vista na atual organização do G20 em nosso país.
A extrema direita nem se fala. Por eles estaríamos em uma ditadura militar, onde se prende e tortura opositores.
Enquanto estivermos no capitalismo e os patrões e seus representantes nos governarem, seremos explorados. Sem sair do capitalismo, o povo trabalhador está ameaçado pela crise social, econômica e ambiental, como vimos no Rio Grande do Sul. Por isso lutamos todos os dias contra as direções pelegas e burocráticas que defendem os capitalistas e seus governos. Exigimos que CUT, CTB, Força, UNE, UBES e MTST sejam independentes do governo Lula-Alckmin. E nas eleições não compomos a frente ampla de Lula e Boulos; construímos uma esquerda independente dos patrões. A CST está num mesmo campo eleitoral com PSTU, MRT, SoB e Emancipação Socialista e propomos que ele avance para ações em comum.
Construir uma ponte para o socialismo
Defendemos um projeto baseado na mobilização e organização. Só assim podemos batalhar para tirar o poder das mãos dos patrões, romper com o imperialismo e construir um Brasil da classe trabalhadora e dos setores populares. É a revolução brasileira. É uma luta dura para construir um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil socialista.
O fato é que nossas reivindicações mais básicas se chocam com a propriedade privada capitalista. Nossas reivindicações por emprego e salário se chocam com o pagamento da dívida ao sistema financeiro. Os governos aplicam planos de austeridade para favorecer os patrões e as multinacionais. Então nas lutas, aqui e agora, temos de construir um sistema de reivindicações que se volte cada vez mais diretamente contra as estruturas e instituições dos bilionários capitalistas. Impulsionando os operários e operárias para uma política independente. É o Programa de Transição da IV Internacional, que através da UIT-QI lutamos para reconstruir. São medidas transitórias, que partem das atuais condições e consciência de amplas camadas da classe operária e conduzem, invariavelmente, a uma só e mesma conclusão: a conquista do poder pela classe trabalhadora e setores populares. Para expandi-la numa América Latina socialista. Algo que só conquistaremos com uma poderosa mobilização e muita organização operária e popular.
Um programa operário e popular
Nossa mobilização vai partir dos temas mais sentidos, das necessidades mais básicas. O Arcabouço Fiscal capitalista aumenta o arrocho e os ataques aos serviços públicos. Por isso, é necessário lutar por medidas urgentes que atendam às demandas da classe trabalhadora e dos setores populares. Para sair do desastre que nos levaram os sucessivos governos patronais, a CST propõe as seguintes medidas urgentes:
– Por reajuste salarial e em defesa do emprego! Defendemos reajuste e reposição automática de acordo com a inflação. Redução da jornada de trabalho sem redução de salários;
– Pela revogação das contrarreformas trabalhista, previdenciária e do NEM! Redução dos preços dos alimentos, tarifas de combustível, água, luz, gás e internet;
– Pelo não pagamento da dívida! Pela taxação de bilionários, empresas e multinacionais! Reestatizar as empresas privatizadas e estatizar o sistema financeiro! Realizar um controle efetivo do câmbio, do comércio exterior e garantir crédito barato para os pequenos produtores;
– Expropriação dos bancos e unificação de todos, gerando um único banco nacional sob controle dos trabalhadores. Expropriação das grandes empresas e multinacionais.
Governo da classe trabalhadora e Brasil Socialista
É evidente que nenhum governo capitalista, como o da frente ampla de Lula está demonstrando, pode tomar essas medidas. Portanto, ao lutar por elas, enfrentando os limites da ordem capitalista e seus governos e instituições, estamos batalhando para construir a ponte para o socialismo. São medidas transicionais. Com essas medidas, podemos garantir recursos para salários, empregos, serviços públicos, empresas estatais e um plano de obras públicas. Para moradia, meio ambiente, para as demandas do movimento de mulheres, negro e LGBTQIA+ e medidas anticapacitistas. E isso só será garantido por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil socialista. Essa é a proposta que defendemos nas lutas e nas eleições através das campanhas de Bárbara Sinedino, Lorena Fernandes, Andressa Rocha e Jeane Carla. Vem com a gente! Entre na campanha e ingresse na CST! Ajude a construir a batalha eleitoral da esquerda independente!