Por um programa à serviço da classe trabalhadora, que seja feminista, antirracista, anti-LGBTfóbica, anticapacitista e por garantia de direitos.
A CST nestas eleições se apresenta como parte da esquerda independente dos governos e patrões, junto a outras organizações, chamando a votar nas candidaturas majoritárias do PSTU e apresentando as candidatas a vereadoras: companheira Lorena em São Paulo, Bárbara no Rio de Janeiro, Andressa em Belo Horizonte e Jeane em Uberlândia. Candidaturas feministas que são parte das lutas contra a violência de gênero, contra a transfobia e em defesa dos direitos das mulheres trabalhadoras. E defendem um o enfrentamento as políticas capitalistas e lutam por programa à serviço da classe trabalhadora, que seja antirracista, anti-LGBTfóbica, anticapacitista e por garantia de direitos.
Apresentação
A situação dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil é de penúria. Após 2 anos do Governo da Frente Ampla de Lula-Alckmin, o desemprego segue em alta, o preço dos alimentos não baixou e os banqueiros seguem lucrando com a precarização da nossa condição de vida e trabalho. Essa situação de penúria é ainda pior no caso das mulheres, que além de exploradas, somos oprimidas.
Um dos principais ataques implementados contra nós são as duplas e triplas jornadas de trabalho: após vender nossa força de trabalho precisamos arcar com as tarefas que deveriam ser feitas pelo próprio estado, como o preparo das refeições, lavagem das roupas, cuidado com os filhos, idosos e companheiros. Essas tarefas, são impostas às mulheres e representam US$10 trilhões não pagos às mulheres e embolsados pela burguesia.
Além da superexploração, a violência é gritante. Em 2023, vimos os casos de violência de gênero dispararem; seguimos recebendo os piores salários e ocupando os cargos de trabalho mais precários; sendo mortas por sermos mulheres e vítimas de abortos clandestinos; de estupro e todo tipo de violência machista: física, moral, psicológica e patrimonial.
A cada 6 minutos ocorre um estupro no Brasil. Em sua maioria, as vítimas são meninas (88%), negras (52%), com menos de 13 anos (62%). Somente em 2023, foram 83,9 mil casos registrados — um aumento de 6,5% em relação a 2022. Os dados são do Anuário da Segurança Pública.
Segundo pesquisa DataFolha divulgada no início de setembro, revela números preocupantes: 2,4 milhões de brasileiras sofreram agressões físicas entre junho de 2023 a junho de 2024. A cada 6h uma mulher é vítima de feminicídio.
Confiar somente em nossa mobilização!
As mobilizações contra o PL do estupro (PL 1904) demonstraram na força das mulheres nas ruas, forma mobilizações que ocorreram em todo o país. E conseguimos uma vitória parcial a não votação desse projeto e pautar o debate sobre o aborto no país. Nós mulheres da CST dizemos que somente com nossa mobilização de forma independente dos governos e patrões é possível impor derrotas aos projetos dos patrões e governos capitalistas que nos exploram e oprimem todos os dias e avançar
em nossos direitos. Por isso para superar a realidade brutal de exploração e opressão que vivemos é necessário um programa que vá até o fim na luta contra o capitalismo e o patriarcado. Pela construção de um programa da classe trabalhadora, feminista, antirracista, anti-LGBTfóbica, anticapacitista e por garantia de direitos sociais, lutamos por:
Pelo fim da violência contra as mulheres
Pelo fim do feminicídio, transfeminicídio, travesticídio e da cultura do estupro;
Contra o assédio moral e sexual;
Por políticas públicas de proteção à mulher;
Contra o assédio moral;
Aumento de casas de acolhimento;
Mais delegacias especializadas de atendimento à mulher;
Formações de agentes que atuam no acolhimento de vítimas de violência;
Combater o genocídio do povo negro que segue em curso, pelo fim dos massacres nas favelas e periferias.
Saúde e justiça reprodutiva: direito ao nosso corpo
Pelo arquivamento do PL 1904/24;
Aborto legal, seguro e gratuito no SUS;
Educação sexual nas escolas;
Amplo acesso a contraceptivos;
Conscientização sobre acesso à justiça reprodutiva para pessoas trans e não binárias;
Ampliação do acesso aos tratamentos em saúde mental;
Fim das “comunidades terapêuticas”;
Ampliação de hospitais de atendimento à mulher e desde a atenção básica;
Criação de casas de parto humanizado;
Justiça reprodutiva: combater a violência obstétrica e garantir o pleno acesso das mulheres ao planejamento familiar e saúde antes, durante e após a gestação;
Saúde pública de qualidade para travestis, mulheres e homens trans e pessoas não binárias;
Investimento e garantia de acesso ao tratamento hormonal previsto por lei para pessoas trans.
Direitos das trabalhadoras
Salário igual para trabalho igual;
Fim da Lei de Responsabilidade Fiscal;
Salário para donas de casa;
Cursos de capacitação profissional para a população trans;
Mais creches de tempo integral;
Acesso digno à saúde, educação e segurança a mulheres com deficiências;
Implementação específicas de cotas para mulheres negras;
Cursos de qualificação profissional para mulheres de baixa renda;
Contra a criminalização das greves e a perseguição das trabalhadoras e trabalhadores;
Criação de Centros de referência e casas abrigos LGBTQIA+;
Cotas para pessoas trans em concursos, empresas privadas e nas universidades;
Por reajuste de salário, redução do preço dos alimentos e das tarifas de transporte e fim da escala 6×1;
Pela revogação do RG transfóbico.
Políticas públicas pelas mulheres
Não ao pagamento da dívida, com esses recursos garantir investimentos em políticas voltadas às mulheres;
Pelo fim do Arcabouço Fiscal: a dívida é com as mulheres, não com os banqueiros!;
Revogação das reformas da previdência, trabalhista e de todas as privatizações;
Revogação da LAP, a Lei de Alienação Parental;
Investimentos emergenciais para prevenção de desastres ambientais, combatendo também o racismo ambiental;
Pela separação definitiva entre Igreja e Estado.