Dia do estudante: A aula tem que ser nas ruas pra derrotar o NEM!

Por Isadora Bueno – Juventude Vamos à Luta SP e Jeane Carla – candidata a vereadora em Uberlândia

A realidade da juventude é de precarização

A realidade da juventude está cada vez mais precarizada com o aprofundamento da crise capitalista. Hoje, os jovens abandonam mais cedo a escola e/ou universidade para trabalhar em empregos precários com baixos salários, para ajudar a sustentar a família. Os cenários dos estudantes das universidades e das escolas públicas são de sucateamento da educação orquestrado pelos governos
capitalistas: falta infraestrutura nas escolas e universidades, alimentação de qualidade, verbas e valorização dos trabalhadores da educação.

O Novo Ensino Médio (NEM) segue sendo o principal problema dos estudantes secundaristas e dos estudantes de licenciaturas das universidades. Desde o início de sua implementação, denunciamos seu caráter excludente: retirada de diversas disciplinas das humanidades em troca de itinerários que nada servem aos estudantes, disparidade de aprendizagem da escola pública e notório saber.
Aliado a essa situação, o direito dos estudantes das escolas públicas entrarem na universidade pública vai ficando cada vez mais distante, uma vez que o que os vestibulares cobram não é apresentado nas escolas.

Mesmo com pesquisas que evidenciam o resultado desastroso do NEM e com a insatisfação dos estudantes e professores, Lula sancionou, no dia 01/08, o projeto aprovado na Câmara e celebrado por Camilo Santana. Foi o PL do remendo, que não revoga o NEM. A direção majoritária da UBES, composta pela UJS/PCdoB, LPJ/Levante e juventudes do PT comemora essa política e aposta na “reforma da reforma” ao invés de mobilizar os estudantes. Para nós, não há motivos para comemorar. Nossa luta é pela revogação total dessa política e uma construção verdadeiramente democrática do Ensino Médio, com participação dos estudantes, professores e comunidade escolar.

Construir uma jornada de lutas contra o NEM a partir do Dia do Estudante

O Dia do Estudante, no dia 11 de agosto, é uma tradicional data de mobilização nacional para que os estudantes garantam suas pautas e reivindicações. A UBES e a UNE corretamente convocaram atos de rua para o dia 14 de agosto, por se tratar de um dia de semana. As entidades fizeram a convocação nas redes sociais, pautando menos juros e mais investimentos em educação, com uma leve crítica a Fernando Haddad e sua política de altos juros para manter o Arcabouço Fiscal, sem sequer citar o NEM, abandonando essa luta fundamental.

No entanto, apenas fazer uma postagem no Instagram sem construção pela base é insuficiente e não reflete a necessidade de inundação das ruas para exigir as demandas mais sentidas pelos estudantes, a começar pela revogação completa do NEM, mais orçamento para as universidades e escolas, mais verbas para bolsas e auxílios nas universidades, contra as escolas cívico-militares de Tarcísio e Zema, pelo Fora Nikolas Ferreira da Comissão de Educação, 10% do PIB para educação,
Passe Livre e fim do vestibular. É preciso estar cotidianamente nas escolas e universidades para construir esse dia, com passagens em sala, garantia de transporte e assembleias de base.

Em São Paulo, por exemplo, a UMES já convocou o ato no MASP às 8h da manhã. Entretanto, não há nenhuma política de paralisação nas escolas ou transporte, sendo um horário no qual a maioria dos estudantes está em aula. Assim como o ato contra as escolas cívico-militares, há a chance de ser um ato esvaziado. Por isso, nós, da juventude revolucionária Vamos à Luta, exigimos das nossas
principais entidades estudantis, UBES e UNE, que verdadeiramente construam esse dia pela base, para conquistarmos nossas pautas.

Colocamos também que essa data deve ser construída com total independência do governo Lula/Alckmin, que, infelizmente, tem atacado os estudantes com a sua política econômica de Arcabouço Fiscal “a qualquer custo”, que retira orçamento das universidades e escolas para destinar aos banqueiros e patrões, assim como sua política de não revogação do NEM. Chamamos também as organizações que fazem oposição à majoritária da UBES e UNE (UJR/PCR, Juntos/MES, UJC/PCB, UJC/PCBR, Rebeldia/PSTU, Já Basta/ SOB, Faísca Revolucionária/MRT) a exigirem com a gente uma jornada de lutas a partir do dia 14, como um pontapé inicial de lutas para derrotar de vez o NEM e todas as políticas que atacam os estudantes.

Venha conhecer a juventude revolucionária Vamos à Luta!

Você, estudante secundarista e universitário, que acredita que só a luta combativa e independente dos governos muda a vida, venha nos conhecer e militar conosco. Defendemos que a conta da crise capitalista não seja paga pela juventude e trabalhadores, mas sim por aqueles que a causam: os patrões e banqueiros. É urgente esmagar nas ruas a extrema direita. Acreditamos que só a mobilização e organização dos estudantes com os trabalhadores pode mudar essa realidade. Se
você tem acordo, vem dar essa batalha com a gente!

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