25J: Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
Dia foi marcado por lutas e mobilização em cidades do Brasil
No dia 25 de julho, comemora-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, uma homenagem à luta e à resistência das mulheres negras. No Brasil, a data também é uma homenagem à Tereza de Benguela, conhecida como “Rainha Tereza”. Tereza viveu no século XVIII e, com a morte do seu companheiro, se tornou a líder de um quilombo considerado o maior do Mato Grosso. Ela comandou a estrutura política, econômica e administrativa do local. Sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas. O quilombo permaneceu até
1770, quando foi destruído pelas forças do tenente-coronel Luís Pinto de Sousa Coutinho.
Atualmente, apesar de corresponder a 54% dos brasileiros, a população negra ainda luta para eliminar desigualdades e discriminações. E mesmo sendo a maioria, está sub-representada. Em se tratando do gênero, o abismo é ainda maior. Diversos desafios são enfrentados pelas mulheres negras, entre eles a discriminação racial e de gênero, a violência e exclusão social e
econômica. De acordo com dados do IBGE, mulheres negras recebem em média 44% de rendimentos (menos da metade) de homens brancos e, segundo a PNAD, apenas 17,1% das mulheres negras tem ensino superior completo, comparado com 36,1% das mulheres brancas. Esses dados comprovam que,
de fato, as mulheres negras são as mais exploradas e que as políticas dos governos capitalistas as penalizam ainda mais. A realidade não deixa dúvidas da combinação perversa existente no capitalismo entre machismo e racismo.
Nesse sistema, as mulheres negras tem os piores postos de trabalho, as piores condições de saúde, moradia, educação e mesmo assim seguem na linha de frente pelo direito a uma vida digna. Diante desse cenário, é urgente e necessário a luta contra o racismo, o machismo e o patriarcado para reafirmar a luta contra os governos e patrões, que oprimem e exploram sobretudo as mulheres negras e periféricas. No último dia 25, as mulheres saíram às ruas em diversas cidades do país, como RJ e
SP. Nós, da CST, apontamos que a saída se dá através da luta e mobilização, para exigir o não pagamento da dívida pública e taxação de grandes fortunas, para que se tenha verba para investir em políticas públicas para mulheres, saúde, emprego e moradia e reverter as penúrias enfrentadas pelas mulheres negras.