Eleições em Niterói: a CST-UIT-QI vai com a candidatura de Danielle Bornia do PSTU

Nós da CST-UIT-QI estamos compondo, a nível nacional e local, uma coligação da esquerda independente, junto com o PSTU, MRT, SoB e Emancipação Socialista e vamos apresentar candidaturas a vereança em diversas cidades e apoiamos os candidatos e candidatas a prefeitura do PSTU. Em Niterói apoiamos a candidata Danielle Bornia, do PSTU.

Rodrigo é o candidato da Frete ampla em Niterói para seguir aplicando um plano de ajuste contra a população pobre.

Por que Niterói, mesmo tendo um orçamento per capita muito superior à média dos municípios, tem falta de creches e escolas, falta de professores, serviços de saúde precários e paga tão mal aos seus servidores? Niterói é hoje governada por Axel Grael (PDT), e o vice é Bagueira, conhecido coronel da PM. Eles dão continuidade à sucessão de gestões fisiológicas de frente amplíssima, com 14 partidos na coligação da atual prefeitura, que conta com suas muitas secretarias para fatias o orçamento da cidade, e governar de acordo com os interesses dos ricos, empreiteiros e da especulação imobiliária. E recentemente, o Prefeito Grael “desconvocou” 150 professores de apoio do concurso realizado para a educação, concurso esse conquista de lutas, atos e greves desde 2021. O argumento para a “desconvocação” foi de problemas em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal.
O candidato que representará o atual projeto de governo municipal nestas eleições é Rodrigo Neves (PDT), que foi prefeito por duas gestões (2013 a 2020). A chapa tenta apresentar um verniz “progressista”, e governa com medidas populistas, como a criação da moeda Arariboia concedido a famílias de baixa renda, benefício insuficiente e que recentemente teve alterações bruscas e pouco transparentes na sua distribuição; recém inauguração de duas UMEIs (unidades de educação infantil) e grande quantidade de atrações culturais na cidade, com isto tenta esconder relações espúrias com partidos do centrão e da direita, como o União Brasil, Republicanos, Cidadania e o MDB, entre outros.

O projeto político em torno de Rodrigo Neves é seguir a precarização da educação municipal, como a falta absurda de professores de apoio para as crianças com deficiência nas escolas, governando num projeto capacitista e excludente. Reajustes baixos aos servidores municipais, reforma da previdência municipal, com sobretaxação dos servidores. Salários dos servidores da saúde congelados há 20 anos, privatização da saúde, com OSs e Fundações Estatais, como a FeSaúde, além da quantidade absurda de trabalhadores RPAS, que trabalham sem direitos, com salários baixos.
Escândalos de cargos fantasma, como o recentemente descoberto na EMUSA, a empresa de obras da cidade, comitê de negócios das empreiteiras. Transporte público caro e ineficiente, privilegiando as linhas da Zona Sul da cidade, deixando regiões mais pobres com ônibus escassos, além de se negar a conceder o Passe Livre estudantil, uma reivindicação histórica dos estudantes. No sentido contrário, as relações de Niterói com a máfia do transporte são tão profundas, que Rodrigo Neves chegou a ser preso, em seu segundo mandato, por conta de esquemas de corrupção relacionados a isso. De progressista a chapa de Rodrigo Neves não tem nada.

Qual o caminho para derrotar a extrema direita?

Uma preocupação correta de muitos moradores de Niterói, especialmente jovens e mulheres, é sobre como enfrentamos a extrema direita na cidade, que será representada nas eleições pelo Jordy, do PL, um bolsonarista “raiz”, inimigo dos trabalhadores, da juventude, das mulheres e dissidências. Nós confluímos com essa preocupação: precisamos derrotar a extrema direita em Niterói, no Brasil e em todo o mundo. E qual o melhor caminho? Nós defendemos a unidade de ação nas ruas contra a extrema direita. Seguimos cobrando do governo Lula e do STF a prisão de Bolsonaro, seus ex-ministros e familiares, bem como o confisco de seus bens. Muitos dizem que precisamos “unir as forças democráticas” para derrotar a extrema direita. No entanto, vemos que, na prática, isso não se confirma: Lula tem 3 ministérios de bolsoaristas, nomeados por ele, além de secretarias e cargos de confiança. Além do próprio Arthur Lira, homem de confiança de Bolsonaro, presidente da Câmara, eleito com apoio do PT, sendo o principal responsável por colocar na pauta o PL 1904. Como derrotar a extrema direita se aliando a ela e financiando-a? É o que faz Lula e o que faz Rodrigo Neves, na chapa com União Brasil e Bagueira.

Seguindo este mesmo pensamento, não temos como apoiar Talíria, cujo partido integra o governo Lula, e que entra na disputa tentando brigar para ver qual é a chapa mais lulista da eleição. Ao mesmo tempo, estes setores que falam sobre derrotar a extrema direita não têm apresentado propostas de datas de luta nas ruas pela prisão de Bolsonaro, ou pelo #ForaNikolas. Ou seja, a luta contra a extrema direita fica restrita ao terreno eleitoral. E nós concordamos que a disputa eleitoral é importante, não queremos que nenhum candidato da extrema direita seja reeleito. No entanto, como fizemos no #EleNão e no #ForaBolsonaro, acreditamos que a grande arena dessa batalha precisa ser as ruas. Para derrotar Jordy em Niterói, vem com a esquerda independente dos governos, sem rabo preso com nossos inimigos! Vem com Dani Bornia!

O PSOL não é alternativa de esquerda.

A candidatura do PSOL será de Talíria Petrone, atualmente deputada federal. Na coligação estão PSB, partido do Alckmin, REDE, PCB e UP. Talíria demonstra que o curso do PSOL de capitulação à conciliação de classes segue se aprofundando. Apresenta uma candidatura que não faz oposição à atual prefeitura, porque isso significa ter que fazer o balanço de qual é o resultado da conciliação de classes da atual prefeitura e do governo Lula. Ao contrário, Talíria tenta “parecer mais lulista” que a chapa do próprio PDT, que o PT compõe, usando inclusive a identidade visual do governo federal na sua pré campanha. Isto explica também porque Talíria não participou das atividades da greve unificada da educação federal, mesmo sempre dizendo que a UFF é sua “casa”. O fato é que a política do PSOL para estas eleições é de blindar o governo Lula, afastando-se das lutas, e apresentando um programa rebaixado, junto com setores que sempre governaram contra nossos interesses, o que não permite uma mudança de fundo na vida dos trabalhadores, das mulheres e dissidências de gênero e sexualidade, da juventude pobre. Por isso Taliria não luta contra o arcabouço fiscal, que acaba de retirar 15bilhões dos orçamentos das áreas sociais.

De fato, diferente do que batalhamos para que o PSOL fosse, respeitando seu programa fundacional, e quando suas candidaturas faziam oposição aos governos e se vincularam às lutas, hoje o curso de adaptação ao regime é muito superior, e por isso nós da CST não acreditamos que a candidatura de Talíria Petrone represente uma verdadeira alternativa para a nossa classe.

Danielle Bornia: uma verdadeira alternativa, que enfrente os interesses dos inimigos da nossa classe.

Para fortalecer a esquerda independente de governos e patrões em Niterói apoiamos a candidata Danielle Bornia, do PSTU. Danielle e Sérgio, seu vice candidato, são trabalhadores da educação, sempre comprometidos com a luta em defesa da educação pública, inclusiva, gratuita e de qualidade. São grevistas, e apoiam as greves e lutas de outras categorias, e também a luta da juventude preta e pobre. Dani é militante da luta das mulheres e dissidências de gênero e sexualidade e também dos povos originários do Brasil. Uma candidatura consequente com a luta pela legalização do aborto, em defesa da vida das mulheres e dissidências, contra o PL 1904/24. Uma candidatura que é abertamente defensora do povo palestino e contra o genocídio perpetrado por Israel. A única candidatura que verdadeiramente faz oposição à prefeitura, e que representa uma alternativa de esquerda e independente.

Nós, da CST defendemos o fim da LRF e o não pagamento das dívidas públicas, para que toda a receita do município seja voltada para as nossas demandas. Defendemos também a taxação das grandes fortunas e dos lucros das grandes empresas, além de IPTU diferenciado para os ricaços.

Por um Brasil socialista e sem patrões!

Nós, da CST-UIT-QI, somos revolucionários e acreditamos numa Niterói, um Brasil e um mundo socialistas. Nos apresentamos nas eleições com nosso programa socialista revolucionário. Fazemos parte de uma coligação de esquerda independente, e convidamos você a vir dar essa batalha conosco. Contra a extrema direita, contra o comitê de negócios da burguesia imperialista e contra a falsa esquerda, que mente para o nosso povo diariamente, enquanto nos aplica ajuste fiscal para garantir os lucros dos bilionários. Venha construir a CST, por um Brasil socialista e sem patrões!

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