Venezuela: A Classe Trabalhadora não tem candidato. Vote Nulo.

Por Prensa PSL

Estamos a apenas alguns dias de uma eleição presidencial de importância transcendental. Essas eleições ocorrerão em um momento em que os trabalhadores estão recebendo salários inferiores a US$ 4, com os serviços públicos destruídos e com um governo repressivo que está realizando um processo eleitoral fraudulento, moldando-o para se adequar a sua medida.

Mais de 70 ativistas e líderes dos partidos de oposição de partidos patronais já foram presos, enquanto o governo está aumentando as restrições às liberdades democráticas e abusando dos recursos do Estado a seu favor. As eleições não serão transparentes e democráticas.

A maioria do povo venezuelano está farta desse governo que aplica um duro ajuste capitalista, porém, a menos de uma semana das eleições, há uma grande incerteza. O resultado não está claro.

Sabemos que estamos diante de um governo autoritário, capaz de qualquer manobra para se manter no poder. Nós, da esquerda, já vimos isso. O governo fechou qualquer possibilidade de apresentar uma candidatura independente que reflita os interesses do povo trabalhador.

Desde o Partido Socialismo y Libertad, defendemos as liberdades democráticas e os direitos políticos e eleitorais do povo trabalhador. E, nesse sentido, rejeitamos todas as medidas antidemocráticas que tem caracterizado o atual processo eleitoral.

Nosso partido, juntamente com o PPT/APR, a Marea Socialista e a LTS, chegou a um acordo com base em um documento e um plano de luta, que tornamos públicos semanas atrás. O eixo desse acordo é a defesa da independência política da classe trabalhadora. Nele, levantamos o slogan: “a classe trabalhadora não tem candidato”. Com base nesse slogan, decidimos convocar o voto nulo, uma vez que nenhum dos candidatos reflete os interesses dos trabalhadores, das trabalhadoras, das mulheres e dos jovens dos setores populares. Todos eles defendem o capitalismo, independentemente de suas nuances. E todos concordam em continuar aplicando as medidas de austeridade.

Nós, do PSL, defendemos a vontade do povo e rejeitamos qualquer tentativa de burlá-la. Acreditamos que somente por meio da mobilização será possível derrotar o governo.

Por isso, conclamamos os trabalhadores a ficarem atentos e a se mobilizarem para exigir as liberdades democráticas e seus direitos eleitorais.

Editorial da Voz de los Trabajadores nº74, julho de 2024

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