Julian Assange recupera a liberdade após anos de perseguição imperialista

Por Miguel Lamas, dirigente da UIT-QI

 

O fundador da agência de notícias WikiLeaks, Julian Assange, confessou-se culpado de um crime de espionagem no âmbito de um acordo com o governo dos Estados Unidos, algo que lhe permitiu recuperar a liberdade após uma batalha judicial de mais de uma década, evitando a extradição para aquele país.

Assange deixou na segunda-feira a prisão de Belmarsh, em Londres, depois de 1.901 dias de encarceramento numa pequena cela, algo que afetou a sua saúde, e vai comparecer perante um tribunal nas Ilhas Marianas dos Estados Unidos, no Pacífico. Ao se declarar culpado, com pena de 62 meses de prisão, foi libertado, pois já cumpriu mais de 70 meses de detenção em Londres. E retornará ao seu país, a Austrália.

Assange, quando dirigia o WikiLeaks, revelou milhares de segredos militares dos EUA sobre crimes de guerra no Iraque e no Vietnã, durante as invasões estadunidenses, com vídeos em que militares executavam pessoas, incluindo jornalistas. Ele também revelou dados sobre pessoas detidas injustamente na base norte-americana de Guantánamo, em Cuba. Assange fundou o site Wikileaks em 2006, que afirma ter publicado mais de 10 milhões de documentos, incluindo muitos relatórios oficiais confidenciais ou restritos relacionados com guerra, espionagem e corrupção.

Um dos vazamentos mais notáveis ​​ocorreu em 2010, quando foi publicado um vídeo gravado a partir de um helicóptero militar dos EUA, mostrando o massacre de 18 civis em Bagdá, no Iraque. Uma voz na gravação pedia aos pilotos que “queimassem todos” e do helicóptero foram disparados tiros contra pessoas na rua.

A divulgação dessas informações, com detalhes dos crimes de guerra dos invasores imperialistas ianques, aumentou evidentemente o repúdio global aos Estados Unidos.

Assange passou sete anos exilado na embaixada do Equador em Londres. Foi removido à força de lá e encarcerado numa prisão em Londres, enquanto os Estados Unidos continuavam os procedimentos para obter a sua extradição para uma prisão ianque. O objetivo óbvio era desencorajar qualquer jornalista do mundo que quisesse denunciar os criminosos “segredos” ianques.

A libertação de Assange, depois de terem tentado condená-lo a 175 anos de prisão, é um triunfo da campanha global de solidariedade e mostra a crise dos Estados Unidos, que tenta se justificar com a ridícula “culpa” de Assange por revelar os seus “crimes” secretos.

Nós, da UIT-QI, sempre exigimos a sua libertação e repudiamos os crimes genocidas do imperialismo ianque, que se repetem hoje em Gaza através de Israel.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *