Ruptura de relações com Israel! Chega de genocídio em Gaza! Viva a heróica resistência palestina!

Israel continua a intensificar os bombardeios em Gaza e os ataques noturnos às cidades e aos campos de refugiados na Cisjordânia ocupada, juntamente com os ataques de colonos armados. Além disso, dá continuidade ao cerco que impede a entrada de alimentos, água e outros recursos básicos em Gaza, com o objetivo criminoso de matar de fome a população palestina. O número de mortos devido à fome e à inanição aumentou recentemente para 40, na sequência da morte de uma criança em Deir al Balah, no centro de Gaza.

Até 18 de junho, 37.347 palestinos foram assassinados na Faixa, 71% deles são mulheres e crianças, além de 85 mil feridos e cerca de 10 mil desaparecidos sob os escombros. Enquanto isso, na Cisjordânia ocupada os colonos e o exército sionista assassinaram mais de 500 palestinos, incluindo 126 crianças, durante 8 meses.

Uma expressão dramática do genocídio levado a cabo pelo exército sionista foi o massacre perpetrado no campo de refugiados de Nuseirat em 9 de junho, em que os sionistas assassinaram 274 pessoas numa operação de resgate de 4 reféns, que estavam nas mãos da resistência palestina. O fato foi apresentado como um grande triunfo por Netanyahu, mas odiado e rejeitado por aqueles que denunciam o genocídio israelense.

Após oito meses de invasão, Israel só tinha libertado outros dois reféns antes desses quatro, dos 240 que foram capturados em outubro pela resistência palestina. Outros 105 foram libertados numa trégua com o Hamas em novembro, em troca de 240 prisioneiros palestinos. Restaram 120 reféns, dos quais cerca de 43 morreram, principalmente devido aos bombardeios dos próprios aviões israelenses.

A heróica resistência palestina e a mobilização mundial continuam

Apesar do genocídio, a heróica resistência palestina não foi derrotada e o exército sionista está militarmente estagnado. Há combates em toda Gaza. No sábado passado, dia 15, Israel sofreu um duro golpe nas mãos da resistência palestina em Rafah, zona em que o exército sionista tem concentrado o seu esforço de guerra. Naquele dia, 8 soldados israelenses morreram em um ataque realizado por milicianos palestinos

Longe de poder reivindicar a vitória, o exército sionista teve que regressar ao norte, apesar de há meses ter anunciado que tinha desmantelado a resistência naquela zona de Gaza. Na verdade, hoje os combates mais ferozes ocorrem em Jabalia, uma cidade no norte de Gaza, mostrando a estagnação do exército sionista, que não conseguiu matar ou capturar nenhum dos líderes da resistência, nem recuperar os reféns, e muito menos destruir o Hamas e outras organizações da resistência palestina.

Marchas massivas contra o genocídio sionista e em apoio ao povo palestino continuam a acontecer em todo o mundo. Os acampamentos em universidades norte-americanas, canadenses e europeias foram um passo importante na mobilização em apoio à Palestina e contra o genocídio, incorporando massivamente a juventude na luta. Lebram as mobilizações contra a guerra no Vietnã nos anos 60. Os acampamentos resistiram à repressão durante meses e atingiram 200 universidades, em 20 estados, aumentando o apoio global à resistência palestina. Hoje, os acampamentos foram reduzidos devido ao período de férias, mas voltarão a aumentar junto a mobilização dos trabalhadores e dos povos na medida em que o conflito não tem solução imediata à vista e Joe Biden continua a apoiar o genocídio.

Esta semana houve uma manifestação massiva em Sanaa, capital do Iêmen, também em Nova York, em Bogotá, em diversas cidades do Brasil e no Canadá. Além disso, houve outras expressões de apoio à Palestina. Na Alemanha, no âmbito do campeonato europeu de futebol, centenas de torcedores da seleção turca reuniram-se para gritar “Palestina livre”. Ao mesmo tempo, a artista Dua Lipa expressou publicamente o seu apoio à Palestina.

A mobilização mundial atinge Biden e o imperialismo

As mobilizações desencadeadas no coração do imperialismo atingiram o governo Biden. Segundo as pesquisas, de novembro de 2023 a março de 2024, o número de pessoas que aprovam a guerra é cada vez menor, passando de 50% para 36%, e o de pessoas que rejeitam a guerra é cada vez maior, passando de 45% para 55% dos pesquisados.

A seis meses das eleições gerais de novembro, Biden está sofrendo no seu país com o fracasso da política de extermínio promovida por Netanyahu e está sendo obrigado a distanciar-se dele. Embora mantendo o seu apoio incondicional a Israel, Biden foi forçado a atrasar o envio de armas e a apresentar um projeto de cessar-fogo ao Conselho de Segurança da ONU, que foi aprovado com 14 votos a favor e a abstenção da Rússia. O isolamento de Israel está aumentando, mas Netanyahu se recusa – por enquanto – a aceitar o cessar-fogo proposto pelos Estados Unidos, através da ONU, e insiste que está disposto a “lutar sozinho” se necessário.

Outro elemento que está alimentando a crise em Israel e no governo norte-americano é a intensificação dos confrontos com o Hezbollah, na fronteira norte de Israel com o Líbano. Israel declarou que se prepara para levar a cabo uma ofensiva militar em grande escala contra o Hezbollah. Nesse quadro, o imperialismo norte-americano enviou Anthony Blinken, Secretário de Estado, numa viagem pela região. Blinken busca chegar a um acordo definitivo sobre a resolução aprovada pela ONU, para evitar que o conflito se espalhe para o Líbano. Isso porque os EUA, devido à sua fraqueza e à crise de sua dominação, não estão em condições de enfrentar tal situação e procuram evitá-la.

A crise do sionismo enfraquece Netanyahu

No seio do governo de extrema-direita de Netanyahu há uma grave crise interna, gerada pela pressão das mobilizações em Israel e pelo fracasso do governo em atingir os objetivos estabelecidos no início da agressão contra Gaza: libertar os reféns e destruir o Hamas, o derradeiro objetivo que até Biden reconheceu como impossível.

No mesmo dia em que Netanyahu reivindicou vitória pela recuperação de 4 reféns, Benny Gantz e Gadi Eisenkot, generais reformados das Forças de Defesa de Israel, que defendem a necessidade de chegar a um acordo com o Hamas para o cessar-fogo e o resgate dos reféns, demitiram-se do gabinete de guerra. No domingo, dia 16, cerca de 150 mil pessoas, segundo fontes israelenses, marcharam até o parlamento (Knesset), exigindo eleições legislativas, a saída de Netanyahu e um acordo que permita o regresso dos reféns em poder do Hamas.

Os setores da oposição sionista, que estão buscando uma pausa no atual confronto, distanciam-se de Netanyahu da mesma forma que Biden. Face à crise interna, a oposição a Netanyahu está procurando se reposicionar, tentando negociações baseadas na fracassada política de dois Estados, que é inviável no quadro da existência do enclave imperialista e do regime de apartheid em Israel. A comunidade judaica mundial começou a demonstrar, através da campanha “não em nosso nome”, que amplos setores rejeitam a invasão e estão manifestando o seu apoio à Palestina em várias partes do mundo.

Netanyahu pretende controlar política e militarmente todo o território palestino e não apoia os “dois Estados” propostos pelo imperialismo, pela diplomacia capitalista e por setores da oposição sionista. Netanyahu agarra-se ao poder, sabendo que negociar um acordo com a resistência palestina significaria a sua queda e morte política.

É necessário continuar a mobilização mundial

Nós, da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), defendemos o apoio e o desenvolvimento da mobilização até que seja alcançado um cessar-fogo e a retirada imediata de todas as tropas sionistas do território histórico da Palestina. Nesse quadro, apelamos aos partidos políticos de esquerda e às diferentes organizações e comitês de solidariedade com a Palestina para que realizem um Dia Mundial de Agitação, durante a primeira quinzena de julho, em apoio à luta do povo palestino e contra o genocídio sionista.

A UIT-QI exige que os governos do mundo rompam as relações diplomáticas, políticas, econômicas, militares e culturais com Israel. Parem de financiar o genocídio! Basta de mortes por fome e doenças! Abertura já das fronteiras para entrada de ajuda humanitária! Não à invasão de Rafah! Israel fora de Gaza e de toda a Palestina! Por uma Palestina única, laica, democrática e não racista! Viva a Palestina livre do rio ao mar!

Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)
19 de junho de 2024

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