Preparar a luta contra a privatização!

Terminamos a campanha salarial de 2024. Após quase dois meses de mobilização, arrancamos uma proposta do metrô. Além do uso massivo da camiseta contra a privatização, foram dezenas de setoriais, alguns atos, cartas-abertas à população, etc. Parabenizamos a categoria pela forte mobilização.

Nós, da Combate Sindical, fomos parte dos que defenderam não aceitar a primeira proposta que veio da empresa. Acreditamos que era possível arrancar mais. O valor do reajuste, por exemplo, foi muito baixo, pois a empresa utilizou o menor índice de inflação (IPC-FIPE). Acreditamos que foi um erro a maioria da diretoria do sindicato (Chega de Sufoco e PSTU) não ter proposto esticar a campanha e ir novamente pra cima da empresa, brigando para melhorar o reajuste e outros pontos.

Porém reconhecemos que, fruto da mobilização da categoria e da ameaça de greve, tivemos alguns pontos de avanço. Conseguimos um complemento de R$3 mil ao valor ridículo de PR que a empresa queria impor. Além disso, arrancamos o step dos colegas que tomaram advertência pela greve de novembro do ano passado, impondo uma derrota política ao metrô que tenta constantemente atacar nosso direito de greve. Não temos nenhuma dúvida de que o pouco conquistado é fruto de uma questão essencial: a empresa e o governo, vendo a força e o impacto na opinião pública das greves de 2023, calcularam uma proposta econômica que pudesse evitar uma nova greve esse ano. Eles sabem que o atual “plano de contingência” não tem nenhuma força para evitar a paralisação da maior cidade do país. Por isso, optaram por não comprar essa briga nesse momento.

Organizar a categoria para enfrentar a privatização!

Não temos dúvidas de que as principais batalhas que temos pela frente serão contra o processo de privatização. O governador da extrema-direita em São Paulo, Tarcísio, quer a todo custo entregar todo o patrimônio público nas mãos de meia-dúzia de multimilionários.

Para esse ano, Tarcísio quer entregar três linhas da CPTM (11, 12 e 13). O leilão estaria previsto para ocorrer mais próximo do final do ano. Acreditamos que é necessário reorganizar a luta unificada ao lado dos ferroviários. Essa deve ser a proposta do nosso sindicato. Daqui até a data do leilão, devemos intensificar as setoriais, passagens nas áreas e diálogo com a categoria.

Junto à organização da categoria e a unificação da luta contra a privatização, é necessário seguir dia após dia a disputa da opinião pública. Nesse sentido, o sindicato tem tido importantes iniciativas desde o ano passado (como o plebiscito com mais de 900 mil votos, cartas abertas, uso intenso das redes sociais da entidade, etc). Fortalecer e envolver cada vez mais metroviários nessas atividades é de grande importância para os próximos meses.

Precisamos garantir o funcionamento democrático da parte presencial das assembleias 

A condução da assembleia de encerramento da campanha salarial não foi boa. Os membros da mesa  (presidente, vice-presidente e secretário-geral), após falarem mais de 50 minutos, propuseram que os presentes não pudessem se inscrever para falar. Apenas poderiam para apresentar propostas diferentes da mesa. Após muita confusão desnecessária, esse método infelizmente se impôs. Em uma assembleia com votação de 24 horas, restringir o debate é inaceitável.

Esse ano teremos plebiscito sobre o formato das assembleias da categoria. Nesse plebiscito defenderemos que as assembleias voltem a ser 100% presenciais.

Porém, enquanto o plebiscito não ocorre, nós da Combate Sindical proporemos na diretoria do sindicato que em todas as assembleias com votação de 24 horas todos os metroviários presentes no sindicato possam ter direito de fala.

 

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