Por uma campanha salarial com independência em relação ao patrão

Estamos começando a campanha salarial com grandes desafios no momento em que a categoria está com um salário defasado e uma grande sobrecarga de trabalho ocasionada pelos 13 anos sem concurso público. O plano de saúde está muito caro e os benefícios como VA e VR não dão mais conta de garantir a alimentação.

O concurso público tem um cronograma que sem pressão não sairá do papel e para piorar o presidente dos correios, Fabiano Silva, informou que serão apenas de 3000 a 3200 vagas, apesar do déficit de 40.000 trabalhadores e o anúncio de um novo PDI que vai reduzir ainda mais o quadro efetivo.

Na contramão da luta contra a privatização estão vendendo o imóvel próprio da antiga AC Posto 5, ao invés de reabrir a agência para ampliar o atendimento da população. Somos totalmente contrários a essa venda e defendemos a reabertura da agência.

Ainda no contexto da empresa, o presidente Fabiano se enrola na explicação sobre as contas da estatal com notícias de rombo e valores sobre sigilo mostrando nenhuma transparência nos correios. Toda vez que vai chegando a campanha salarial aparece esse discurso de falta de dinheiro.

As federações têm que exigir a abertura das contas da empresa e que uma comissão independente dos trabalhadores avalie a situação. O Correios é uma estatal federal e se falta orçamento que o governo Lula coloque dinheiro do tesouro na empresa. Quem paga aos banqueiros só de juros e amortizações da dívida pública R$ 1,879 trilhão por ano, pode muito bem financiar a maior empresa pública do país. É uma questão de prioridade.

Exigimos da FINDECT(CTB) e FENTECT(CUT) mobilização já

As pautas apresentadas pelas federações que propõe aumento real de salário não podem ficar no papel como estão acostumadas a fazer. Ano passado ambas federações aprovaram nas assembleias o ACT sem mobilização e com uma série de erros e inconsistências. Um absurdo com a categoria. Mas isso acontece porque essas direções são patronais e para não desagradar a empresa freiam qualquer tipo de mobilização.

Para conquistarmos aumento real de salário, reajuste dos benefícios para além da inflação, a volta dos correios saúde e realização do concurso público exigimos da FINDECT e FENTECT lutar de forma unificada. Essas federações deveriam desde já realizar assembleias, reuniões de delegados sindicais, fazer atos para convocar a categoria para a mobilização. Sem essas ações poderemos amargar mais uma campanha fraca e sem a participação da base, o que ajuda a empresa na sua política de arrocho salarial.

Na eleição do SINTECT-RJ proteste e vote nulo

Nos dias 18,19 e 20/06 ocorrerão as eleições do SINTECT-RJ. Um processo preparado pela direção do sindicato para excluir chapas de oposição de verdade e sem patrão. Por exemplo, o prazo de inscrição de chapa foi reduzido para 7 dias mantendo o número absurdo de 97 nomes para inscrever uma chapa, o que dificultou a nossa participação na eleição.

As duas chapas que concorrem são as que aprovaram o ACT do ano passado rapidamente sem fazer nenhuma mobilização e usam a sua influência para negociar cargos e transferências construindo uma relação fisiológica com a categoria.

A chapa 1 (CTB/PCdoB) está na direção do sindicato há mais de duas décadas. De forma autoritária e burocrática, dirige com mão de ferro o SINTECT-RJ não reconhecendo as decisões da base como a que revogou por unanimidade o mandato do delegado da AC presidente Vargas. Foi responsável ainda por inúmeras derrotas da categoria nos últimos anos. Não tem independência em relação ao SE/RJ, a presidência dos correios ou o governo Lula. Portanto é patronal.

Mesma coisa é a chapa 2 (CUT/Artsind PT) que na FENTECT aplica os mesmos métodos da CTB, é governista e pró direção da empresa e foi responsável por assinar rapidamente o acordo coletivo 2023/2024 acabando com a campanha salarial só para agradar a direção da empresa e o governo. No passado foram responsáveis pelas indicações da famosa dupla Janjão e Omar que surrupiaram o plano de saúde.

Não tem como votar em nenhuma dessas chapas e avalizar um projeto de retrocesso no movimento sindical. Nós da Combate- Correios orientamos que a categoria proteste nas urnas e diga não a essas chapas votando nulo, colocando chapa 3 na cédula para negar essas burocracias vendidas e também para dizer que não aceitaremos mais uma traição na campanha salarial. Vamos protestar contra essas direções. O que eles mais temem é uma base indignada.

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Alguns dos pontos apresentados na campanha salarial pelas duas federações

FENTECT

Fim da terceirização; Concurso Público; Retorno ao Correios Saúde e mensalidade zero; INPC + 10%; retorno do 70% de gratificação de Férias; Aumento linear R$ 350,00;Vale cesta R$822,84;70 reais o valor facial do tíquete;Vale Peru; Vale Cultura; 30% de adicional para todas as atividades e isonomia do diferencial de mercado.

FINDECT

Reajuste salarial: 100% do INPC; Aumento real de 5% por produtividade; Aumento linear de R$300,00; Vale Alimentação de R$ 70,00 e Vale Cesta de R$ 822,84; Retomada da quantidade dos Vale Refeição para 26 e 30 vales; Retomada dos 0,5% do compartilhamento máximo do Vale Alimentação/Refeição e Retomada do Vale Extra (Peru).
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Todo apoio à greve da educação federal

Fruto do reajuste zero em 2024 e da redução do orçamento das universidades, por parte do governo Lula, servidores das universidades e escolas técnicas federais começaram uma greve em março. Mesmo com as manobras do governo em querer fechar acordo com sindicato cartorial, a categoria não aceitou esse golpe, derrotou a proposta e ampliou a greve. É necessário que FENTECT e FINDECT, a CUT e a CTB cerquem de apoio e unifiquem com essas greves, pois a vitória desses trabalhadores pode evitar que também nos correios o governo/direção da empresa apresente um
reajuste zero para a categoria.

 

 

Conheça a COMBATE sindical – Somos uma corrente sindical que compõem a Conlutas e atua em diversas categorias, como nos Correios, garis, professores, metroviários, rodoviários, servidores públicos etc. Nosso compromisso é com a classe trabalhadora. Defendemos a construção de uma direção alternativa que seja independente dos patrões, governos e das burocracias sindicais.

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