Governo apresenta nova proposta, mas ainda insuficiente!

Greve deve seguir porque é possível arrancar mais orçamento! Zero em 2024 eu não tolero!

A mesa de negociação do governo Lula com os servidores técnico-administrativos ocorrida no dia 11/6 e a reunião com reitores (as) em 10/6, permite aos grevistas tirar algumas conclusões:

O governo está pressionado! A reunião com reitores (as) foi para mostrar algo positivo à opinião pública e para tentar usar o prestígio de Lula para desmoralizar e encerrar a greve por cima. O governo é obrigado, a cada nova rodada, a apresentar algum item a mais, ainda que as propostas sejam insuficientes. Não emplacou a tentativa do presidente Lula de intimidar os grevistas e nem de dar o ultimato de que não haveria mais negociação. Fracassou também a tentativa de encerrar a greve docente com um acordo golpista com a entidade fantasma Proifes. Isso mostra que a greve tem força e impacto na opinião pública, não pode ser ignorada e que há espaço na base e na sociedade para seguir a batalha pelas nossas pautas;

A proposta apresentada pelo Governo é ainda muito abaixo do que está votado na base e mantém o reajuste zero em 2024. A intransigência do governo nesse ponto tem nome e sobrenome: arcabouço fiscal. O teto de gastos imposto por essa medida aprovada pelo Governo Lula é o nosso principal obstáculo a ser derrotado, pois drena R$ 5 bilhões ao dia e R$ 2,5 trilhões somente esse ano (46% do orçamento) para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública aos banqueiros.

No tema do RSC o documento do governo é extremamente vago e nem sequer se compromete a garanti-lo em 2026, como declarado em reunião. Além disso, sem os critérios anteriormente definidos encerrar a greve só com a expectativa do RSC é contar com algo que não está garantido. Nas pautas não-orçamentárias, a proposta é a criação de GTs, algo que não garante nada de concreto para a categoria além de “seguir a discussão”. O governo mostrou recentemente que as resoluções do GT carreira que ele próprio propôs não foram levadas em consideração na sua totalidade.

Os atos espalhados pelo país e as assembleias que foram lotadas para rejeitar a anterior proposta do governo, mostram que a categoria tem disposição de continuar. No entanto, há nesse momento uma tentativa de desmotivar os grevistas. Não foi só o Lula que atacou a greve em sua fala. As correntes políticas ligadas à CUT (PT) e à CTB (PCdoB) são a correia de transmissão do governo no movimento e tentam jogar água fria na greve: boicotam atos, confundem os comandos de greve e desviam o foco da greve, como se o problema estivesse apenas no reacionário congresso nacional e não no governo Lula que é o nosso patrão. A tentativa de tirar o foco e blindar o governo também vemos entre os dirigentes do coletivo Travessia (PSOL).

É preciso construir uma força alternativa e desde a base contra os que pretendem encerrar a luta no meio da batalha. Estamos no meio da guerra e há espaço para mais. Infelizmente os companheiros do Travessia e Taes na Luta, divulgam posições que coincidem com a UNIR da CUT, sobre ir caminhando para o encerramento da greve, algo que consideramos equivocado. É preciso construir uma frente nacional pela continuidade da greve e derrotar nas assembleias as tentativas de acabar com a greve, desmobilizar e desmotivar os grevistas.

A posição da Combate é pela rejeição da proposta insuficiente do governo Lula e pela continuidade da greve. Defendemos a realização de um novo dia nacional de luta da greve da educação federal e seguir a disputa da opinião pública em cada cidade e estado, explicando as razões da greve, responsabilizando o governo Lula e sua intransigência pela continuidade do movimento e chamando as categorias e o povo trabalhador a cercar de solidariedade a greve.

Exigimos que a CUT e CTB se coloquem ao lado dos grevistas e utilizem a influência que possuem em diversas categorias para que a greve triunfe. Da mesma forma exigimos que o FONASEFE articule um espaço de unidade com todas as categorias do Serviço Público Federal como IBAMA, ICmbio, IBGE, PGPE, SPT, Correlatos e outras categorias que estão em mobilização, para marcharem juntos em ações unificadas contra a política de Reajuste Zero em 2024 e o arcabouço fiscal, por reestruturação digna das carreiras.

Chamamos a todos os coletivos, grupos e ativistas que concordam com essa posição a defender nas assembleias a proposta de continuidade da greve, unificando os grevistas como ponto central na luta pela pauta salarial, batalhando nos comandos locais por ações que sigam colocando a greve na rua e enfrentando a intransigência do governo.

Por reajuste salarial digno em 2024 para ativos/as e aposentados/as e reestruturação das carreiras!

A greve continua, Lula a culpa é tua!

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