Eleições Municipais – SP e RJ

SP: Boulos é alternativa para a nossa classe?

Por Lorena Fernandes – pré-candidata socialista e revolucionária a vereadora em SP e Danilo Bianchi – coordenação nacional da CST.

Na maior cidade do país, marcada pela profunda desigualdade social, pelo desmonte dos serviços públicos e pela ofensiva do prefeito Ricardo Nunes (MDB), junto a Tarcísio (Republicanos), de entregar Sabesp, Metrô, CPTM e as escolas de bandeja para a privatização e a terceirização, muitos trabalhadores como professores, metroviários, trabalhadores de aplicativos e da juventude enxergam a candidatura de Guilherme Boulos do PSOL como alternativa para derrotar esse projeto. Mas seria isso mesmo?

Boulos mostra a repetição da fórmula de “Frente Ampla” de Lula. Ou seja, construir alianças com todos os setores, incluindo representantes da burguesia e mercado financeiro para alavancar melhores perspectivas eleitorais. Assim como Lula optou por colocar um verdadeiro representante dos interesses da burguesia como seu vice, Geraldo Alckmin, Boulos coloca Marta Suplicy como sua vice.

Marta esteve até início deste ano como Secretária de Ricardo Nunes e filiada ao MDB. Isso significa que Marta era parte do projeto de arrocho e desmonte do prefeito de São Paulo. Marta também tem o histórico de ter votado a favor da Reforma Trabalhista enquanto senadora. Boulos e Marta têm buscado o apoio de representantes da Faria Lima. Chegaram a fazer jantares às escondidas com esses representantes para “dialogarem” sobre a candidatura. Além disso, o partido conservador, antifeminista, ligado ao bolsonarismo e que possui até mesmo o ex-ministro de Bolsonaro Weintraub em suas fileiras, o PMB, firmou a composição de Boulos e Marta.

Boulos, antes uma figura ligada aos movimentos sociais, à luta por moradia, hoje é um parlamentar mais preocupado em livrar o oportunista Janones das condenações por “rachadinhas” do que defender os interesses da nossa classe. Por isso, não vemos mais Guilherme Boulos impulsionando as mobilizações por moradia digna. Nem mesmo na luta em solidariedade ao povo palestino, diante do genocídio perpetuado pelo Estado sionista de Israel. Toda essa mudança é feita para agradar os setores burgueses e reacionários em detrimento das pautas da classe trabalhadora.

Vamos com Altino para prefeitura de São Paulo! Nós, da CST, vemos que é fundamental apresentar uma alternativa revolucionária e combativa nestas eleições. Por isso, vamos de Altino, um trabalhador metroviário, que sempre esteve à frente das greves e luta incansavelmente contra as privatizações.

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RJ: Estamos com Cyro Garcia e com Bárbara Sinedino

Por Bruno da Rosa e Rosi Messias – Coordenação da CST

Com a proximidade das eleições, os velhos políticos aparecem com falsas promessas para tentar enganar o povo trabalhador. A CST, seção no Brasil da UIT-QI, afirma que é necessário apoiar candidaturas que sejam aliadas à classe trabalhadora e a juventude, que não tenham conchavos com os patrões e que defendam um programa de ruptura com a atual política econômica a serviço dos ricos, priorizando o salário, o emprego, saúde e educação públicas de qualidade. Por isso, apoiamos a pré-candidatura do Cyro Garcia do PSTU para a prefeitura do Rio e apresentamos a companheira Bárbara Sinedino, professora e militante da CST, como pré-candidata a vereadora. Cyro foi presidente do Sindicato dos Bancários na década de 90 e é um companheiro que nunca se aliou aos patrões. Com Cyro e Bárbara podemos construir uma alternativa da classe trabalhadora no terreno eleitoral, verdadeiramente de esquerda, que se apoie nas mobilizações.

Nem Paes nem a extrema direita

O atual prefeito, Eduardo Paes, é apoiado pela frente ampla de Lula-PT. Já foi aliado do ex-governador Sérgio Cabral, do corrupto Eduardo Cunha e de Chiquinho Brazão, um dos suspeitos de mandante do assassinato de Marielle. Paes, nas últimas greves da Comlurb, perseguiu e demitiu as principais lideranças, persegue camelôs e arrocha o salário dos servidores. Já o delegado Ramagem, pré-candidato do PL, é aliado de Bolsonaro e do corrupto Cláudio Castro, responsável pelas chacinas policiais contra o povo negro e favelado.

Tarcísio não é alternativa de esquerda

Enquanto isso, o deputado federal do PSOL, Tarcísio Motta, busca confundir trabalhadoras/es e jovens. Tarcísio é um candidato da frente ampla e sustenta o governo Lula-Alckmin, que aplica o Arcabouço Fiscal retirando verbas das áreas sociais e que não garante reajuste para os servidores da educação em greve.

Colocar a cidade a serviço da população trabalhadora

  1. Enfrentar o Arcabouço Fiscal do governo Lula-Alckmin e defender o fim da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal)que restringe investimentos;
  2. Contra a privatização da saúde: fim dos contratos com as OSs e forte investimento nas unidades básicas e hospitalares;
  3. Servidores públicos: reajuste salarial para recompor as perdas e garantir ganho real, melhores condições de trabalho, redução de jornada de trabalho sem redução de salário. Contra a terceirização e os contratos precários e temporários, pela realização de concursos públicos;
  4. Enfrentar a máfia do transporte, estatizar o transporte e garantir o passe livre sem restrição para estudantes e desempregados;
  5. Lutar pelo fim das chacinas policiais de Cláudio Castro;
  6. Defender a legalização do aborto, políticas públicas para mulheres e a população LGTBQIA+ e contra o capacitismo.

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