Massivos protestos estudantis nos EUA contra o genocídio em Gaza
Enquanto as manifestações populares de solidariedade com a Palestina continuam em todo o mundo, uma nova onda de grandes protestos estudantis contra o genocídio em Gaza está espalhando-se pelos campi das principais universidades dos EUA. Foi feita uma tentativa de deter tais manifestações com prisões em massa de estudantes e também com a suspensão das aulas presenciais na Universidade de Columbia, em que os protestos começaram. Além disso, a partir do governo, do próprio presidente Biden e de entidades sionistas estadunidenses foi lançada uma campanha, acusando absurdamente os estudantes de serem “antissemitas”. Trump disse a mesma coisa e acusou Biden de “não fazer o suficiente” para impedir as manifestações. Porém, no lugar de parar os protestos com tais medidas repressivas e calúnias, foi gerada uma enorme indignação popular entre os estudantes e os protestos expandiram-se e incluíram também os professores.
Em Nova York e em Yale, a polícia efetuou dezenas de detenções, enquanto tentava desmantelar acampamentos montados nas universidades. Em Columbia, prenderam 100 estudantes. A manifestação em solidariedade aos palestinos acabou se expandindo pelas ruas da cidade de Nova York. A Universidade Politécnica do Estado da California também fechou as portas devido aos protestos. Na Universidade de Minnesota, os estudantes estão exigindo que a instituição abandone qualquer associação com Israel, enquanto os estudantes da Universidade do Estado de Ohio estão cobrando que a instituição revele e anule os convênios com empresas ligadas a Israel.
Em geral, todos estão exigindo que o governo ianque pare de apoiar militarmente Israel. Essa gigantesca onda de mobilizações conta com enorme simpatia popular. Nas pesquisas, 60% da população norte-americana expressou a sua oposição ao apoio do governo dos EUA a Israel.
Essas manifestações continuam e ampliam os grandes protestos que já haviam ocorrido nos Estados Unidos. Tais movimentos – tanto os protestos populares que ocorreram durante meses quanto as atuais manifestações e acampamentos universitários – são muito semelhantes ao que aconteceu há 50 anos, durante a Guerra do Vietnã, que terminou numa grande crise política, forçando os Estados Unidos a se retirarem do país em 1975.
Solidariedade com a “Flotilha da Liberdade”
Outro movimento de solidariedade global com a Palestina é a chamada “Flotilha da Liberdade”: três navios carregados com quase 5.000 toneladas de ajuda humanitária – alimentos e medicamentos – e com 800 ativistas de todo o mundo, ancorados na Turquia, que estão anunciando a sua partida para Gaza desde domingo, 21 de abril. Porém, ainda não foram autorizados pelo governo a partir, apesar das manifestações populares a favor da “Flotilha” na Turquia. Tanto os Estados Unidos como a Alemanha, os principais Estados imperialistas cúmplices de Israel, estão pressionando a Turquia para não permitir a sua saída. Enquanto isso, metade da população de Gaza está passando fome.
Nós, da Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), fazemos parte dessa campanha global de solidariedade com a Palestina. Somos solidários com os estudantes norte-americanos e apoiamos suas reivindicações básicas: que os Estados e as instituições rompam todos os acordos econômicos, comerciais, culturais e militares com Israel e com empresas e instituições sionistas. Apoiamos o envio emergencial de ajuda humanitária, bem como a reivindicação da população da Turquia para que seja permitida a partida da “Flotilha da Liberdade” e a sua entrada em Gaza! Não à repressão dos estudantes estadunidenses que apoiam o povo palestino! Liberdade para os detidos! Exigimos o fim imediato de qualquer envio de ajuda financeira ou militar para Israel, em especial das remessas diárias de gigantescas quantidades de armas pelos Estados Unidos. Abaixo o Estado genocida e de apartheid de Israel! Viva a luta heróica do povo palestino! Por uma Palestina livre, unida, não racista e democrática, do rio ao mar!
Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)
25 de abril de 2024