Construir um 1º de maio classista e independente
Combate Sindical
Está se aproximando mais uma vez o dia do trabalhador. Ao longo da história é uma data marcada por diversas lutas como a jornada de 8 horas diárias de trabalho. É importante lembrarmos que no início do capitalismo, os patrões obrigavam os trabalhadores (incluindo mulheres e crianças a partir dos 6 anos) a trabalharem 16 ou até 18 horas por dia nos sete dias da semana. Ao longo de muitas lutas, conseguimos enfrentar os patrões e diminuir a jornada de trabalho, assim como conquistar direitos como férias, 13º salário, licença maternidade, entre outros. Toda essa história deve ser relembrada no 1º de maio. Além disso, é fundamental que levantemos as bandeiras que nossa classe defende atualmente, como o fim da escala 6×1 e das privatizações. Devemos também neste 1º de maio apoiar as lutas em curso, como a greve das universidades federais, que passa de 40 dias e marca a primeira greve nacional contra a política econômica do governo Lula-Alckmin.
Todo apoio à Greve das Universidades e Institutos Federais
Os servidores das universidades estão dando atualmente um importante exemplo de como devemos lutar por salário e melhores condições de vida. Protagonizam uma forte greve, com ampla adesão da base, desde o dia 11 de março. A greve recentemente ganhou ainda mais força com a adesão de professores de diversas universidades. É uma greve justa, que enfrenta a política absurda de reajuste 0% que o governo do PT propõe. A proposta da Combate Sindical é que nesse 1º de maio, os atos classistas impulsionados pela CSP-Conlutas devem ter como um dos eixos o apoio e solidariedade a essa greve.
Não ao PL da Uberização
Recentemente o governo Lula fechou um acordo com empresas como a Uber para “regulamentar” o trabalho dos trabalhadores deste aplicativo. Acreditamos que esse PL é ruim, pois legaliza verdadeiros retrocessos quanto aos direitos trabalhistas. O mais gritante é a jornada de trabalho. Cada motorista pode trabalhar 12 horas diárias, sete dias por semana. Além de legalizar a superexploração do trabalho, esse ataque pode servir como “referência” para outras categorias de trabalhadores. No acordo com o governo a Uber também conseguiu que as horas em que o trabalhador não está efetivamente fazendo uma corrida, não contem como horas de trabalho. A estimativa é que a média diária de horas em que o trabalhador está a disposição da empresa, mas não está fazendo uma corrida efetivamente é de 40% do tempo total em que está logado no aplicativo.
Direitos históricos da nossa classe como férias, 13º não existirão para os motoristas da Uber. Além disso, a empresa não recolherá o FGTS. A extrema-direita bolsonarista, de forma demagógica, se coloca contra o PL. Porém é porque não quer nenhuma regulamentação do trabalho. Para eles, 12 horas é pouco. O trabalhador deve trabalhar mais para que o patrão (com quem verdadeiramente a extrema-direita está comprometida) possa ganhar ainda mais. De nossa parte, vamos ao 1º de maio para defender a ampliação de direitos trabalhistas para os trabalhadores de aplicativo, colocando que a proposta do governo Lula é um ataque contra direitos históricos que conquistamos através de muitas lutas e, portanto, deve ser derrubado.
CUT, CTB e Força Sindical farão atos “chapa branca”
A postura das maiores centrais sindicais do país é vergonhosa. Promoverão em todo o país atos para bajular o governo federal, assim como governos estaduais e municipais ligados à frente ampla. O próprio presidente Lula, que enfrenta atualmente a greve dos servidores das universidades, deve estar no ato de São Paulo. O ato será no Itaquerão, e como no ano passado deve contar com financiamento estatal. Ao invés de cobrar o governo para que atenda a pauta dos grevistas, revogue as reformas trabalhista e da previdência, entre outras pautas, as maiores centrais do país farão um ato totalmente “chapa branca” para defender o governo ao invés de lutar pelos direitos da nossa classe.
Atos da CSP-Conlutas reafirmarão a independência de classe
Na contramão das maiores centrais do país, a CSP-Conlutas corretamente está convocando atos independentes, sem apoio de governos e patrões. Nós da Combate Sindical apoiamos totalmente essa proposta. A central da qual fazemos parte fará os únicos atos que efetivamente apoiarão as greves em curso, assim como exigirão do governo Lula que rompa as relações com o estado genocida de Israel, revogue as reformas de Temer e Bolsonaro assim como o Novo Ensino Médio. O ato também contará com a presença de membros do movimento VAT (Vida Além do Trabalho) e se somará à campanha pelo fim da jornada 6×1. Além dessas pautas o ato exige o fim das privatizações e terceirizações. Além disso, as manifestações impulsionadas pela CSP-Conlutas exigirão a suspensão imediata do pagamento da dívida pública aos banqueiros.
Por fim, mas não menos importante, os atos da nossa central exigirão a prisão de Jair Bolsonaro e a punição de todos os envolvidos na tentativa de golpe no dia 8 de janeiro.