Belém: greve enfrenta prefeitura do PSOL
Por João Santiago, Coordenador Geral do Sintsep/PA e Mariza Santos, da Coordenação Nacional da CST
Depois de 16 dias de greve em Belém, com atos e acampamentos em frente ao gabinete do Prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) e com a ocupação da Secretaria de Administração por 3 dias, os servidores municipais decidiram encerrar a greve, em assembleia geral realizada no último dia 10/04 na sede do Sindtifes.
Como resultado da greve, trabalhadores e trabalhadoras do município de Belém conquistaram um reajuste de 3,71% no vencimento base, no vale-alimentação, passando dos atuais R$370, para R$400,00, o recebimento do vale-alimentação por três meses para os servidores que forem afastados do seu trabalho por motivo doença, além de não serem descontados os dias em que a categoria esteve de greve.
É preciso que se diga que os servidores enfrentaram a política antioperária da prefeitura do PSOL e da Frente Ampla (PT, PCdoB, PV, REDE e PDT). Em 2023 foi “reajuste zero”. Com a ameaça de greve a prefeitura disse que iria dar a inflação do período, de 3,71%, o que daria um ínfimo reajuste de R$ 37,00; com a entrada em greve e seu encerramento a prefeitura se comprometeu a estender o reajuste para o vale-alimentação.
É lamentável que uma prefeitura do PSOL, que se diz de esquerda, aplique a mesma política dos governos e partidos da burguesia, ao não garantir o realinhamento salarial para mais de 60% da categoria que ganham um piso de R$1.007,00, bem abaixo do salário mínimo nacional. Essa política é a mesma que levou o PSOL nacional a apoiar a Frente Ampla de Lula, que neste momento enfrenta greves dos servidores federais da educação que repudiam a política de reajuste zero de Lula para 2024. Também é a mesma que levou à aliança com o MDB e o governador Helder Barbalho e que deram à prefeitura do PSOL os piores índices de aprovação no país, segundo as pesquisas. É preciso valorizar o serviço público e garantir reajuste e plano de carreira dignos para os servidores de Belém e não governar com a política da burguesia e da frente ampla.
Apesar da greve encerrada, foi votado que se permanece em estado de greve até que a prefeitura cumpra o acordado e faça o realinhamento do salário dos atuais R$ 1.037,00 para R$ 1.412,00. Os servidores seguirão atentos a qualquer assédio moral por parte da direção da prefeitura e seguirão a reivindicação de suas pautas na sua integralidade! Pelo piso dos professores, piso da enfermagem, etc. Parabéns aos servidores municipais pela coragem de ir à luta.