Zero para o trabalhador e bilhões para banqueiro? | Combate Socialista No.182
Os banqueiros com bilhões e os servidores com salário congelado. Será que isso é justo? No conjunto da classe trabalhadora impera o arrocho salarial, longas jornadas e mecanismos como a escala 6×1. Não podemos aceitar o que o VAT (Vida Além do Trabalho) chama de “escravidão moderna”. Nem nos calar diante dos preços do arroz, feijão, ovo, tomate ou da cenoura, batata e cebola. O salário nunca chega ao fim do mês. É preciso de organização para mudar essa situação. O caminho é a unidade da classe trabalhadora contra os banqueiros, as multinacionais e o agronegócio. Lutar nas ruas, de forma independente, e exigir que o governo Lula atenda nossas reivindicações.
Os servidores estão em luta
Recentemente ocorreu uma marcha nacional de servidores federais em Brasília. O protesto teve protagonismo dos comandos de greve das universidades, institutos federais e do colégio Pedro II (veja em @cst_uit a cobertura completa). A greve da educação federal exige do governo Lula/Alckmin o fim do congelamento salarial em 2024, melhorias nas carreiras e recomposição orçamentária. Nesta edição você pode conferir uma avaliação da Combate Sindical, galera de luta e classista que está no cotidiano da greve (páginas centrais).
O Lula deixou de ser sindicalista faz tempo
O presidente Lula há muito tempo deixou de ser sindicalista. Tornou-se parceiro de empresários e presidentes imperialistas como Macron e Biden. Lula governa com e para o sistema financeiro, megaempresários, multinacionais e velhas raposas da direita (tipo Alckmin). Ele não está do nosso lado. O governo é fiel ao Arcabouço Fiscal que impôs um novo teto de gastos nas áreas sociais, medida que prejudica os serviços públicos. É preciso recuperar o velho ditado: a libertação da classe trabalhadora será obra da própria classe trabalhadora.
A força está na união e na luta
A greve da educação federal questiona a política econômica capitalista de Lula e da frente ampla. A greve denuncia os bilhões aos banqueiros e ao agronegócio e o “zero” para os servidores em 2024. A CST defende um comando unificado da educação federal e seus sindicatos (FASUBRA, SINASEFE e ANDES-SN) e ações em comum com a UNE e UBES (entidades estudantis); comandos greve e mobilização unificados nos estados para realizar ações em comum com DCEs, CAs e Grêmios ou greves estudantis, como na UFF, UFC e UFPR. Além disso, exigimos do FONASEFE (fórum das entidades federais) e da CONDSEF/CUT uma greve de todo o serviço público.
Exigir da CUT e CTB atos unificados
Quando escrevemos este texto, fala-se de que a CUT e CTB estariam chamando uma marcha a Brasília. Exigimos dessas Centrais e das demais (como a Força e UGT) o apoio ativo à greve da educação federal, que a CUT e CTB se somem ao pedido de que Lula atenda à reivindicação da greve e apresente um índice de reajuste em 2024. Exigimos a unificação das lutas e reivindicações da classe trabalhadora. Uma jornada de lutas de fato tem de ser pelas pautas da classe trabalhadora, sem apoiar governo nenhum. Um calendário de mobilização em defesa de mais verbas para os serviços públicos, por reajuste do salário mínimo, aumento do Bolsa Família, redução do preço dos alimentos e tarifas (água, luz, aluguel, internet e combustíveis), revogação das reformas trabalhistas/previdenciária e do NEM, barrar as privatizações, reestatização do que foi privatizado (como a Eletrobras), fim das chacinas policiais, a demarcação das terras dos povos indígenas, etc.
Lutar contra a extrema direita
Ao mesmo tempo propomos a mais ampla unidade de ação de todas as entidades da classe trabalhadora e dos setores populares contra a extrema direita. Devemos nos mobilizar juntos contra ultrarreacionários como Tarcísio/SP, Cláudio Castro/RJ e Zema/MG, que estão privatizando estatais, atacado sindicatos, como o do metrô de SP, e demitindo lutadoras e lutadores metroviários, bem como realizando chacinas policiais ou aumentado tarifas. Ataques que precisam ser enfrentados de forma unificada em cada estado e coordenada em nível nacional.
Por outro lado, o bolsonarismo promete uma nova passeata nacional, desta vez no RJ. Ocupar as ruas é uma necessidade para seguir exigindo punição efetiva aos golpistas de 8J, sem anistia.
Medidas urgentes em defesa do salário e serviços públicos
a) Exigir do governo Lula o fim do Arcabouço Fiscal e do plano de desestatização do sistema ferroviário federal! Redução de juros, taxação de bilionários e não pagar a dívida aos banqueiros para investir em saúde, emprego e moradia! 10% do PIB na educação!
b) Pelo reajuste imediato dos salários! Redução da jornada sem redução de salários! Redução dos preços das tarifas! Transporte estatal de qualidade e gratuito!
c) Pela revogação das reformas da previdência e trabalhista, da privatização da Eletrobras e do Novo Ensino Médio! Prisão e confisco de bens dos políticos, empresários e militares golpistas bolsonaristas!
d) Emergência climática, já! Demarcação das terras indígenas! Pela reforma agrária sob controle dos sem-terra! Aborto legal, seguro e gratuito! Basta de genocídio e operações policiais contra o povo negro nas favelas! Fim da PM e PRF! Por emprego e renda para LGBTQIA+!
Um governo da classe trabalhadora, sem patrões
Ao lado da luta unificada, temos de construir a independência política da classe trabalhadora. A CST é uma organização socialista e revolucionária independente, que batalha por isso. Não compomos a frente ampla e nem somos lulistas. Defendemos um governo da classe trabalhadora, sem patrões, que rompa com o imperialismo. Contra o sistema capitalista, defendemos um Brasil Socialista. Seja militante! Participe de nossas reuniões, ajude a distribuir e financiar nosso jornal!