8 de Março:  Nas ruas contra o feminicidio, a lesbo, bi e transfobia! Legalizar o aborto e exigir verbas para as mulheres!

8 de Março: 

Nas ruas contra o feminicidio, a lesbo, bi e transfobia!

Legalizar o aborto e exigir verbas para as mulheres!

 

Por Rana Agarriberri, Rosi Messias e Ana Teles – Mulheres da CST-UIT-QI

 

No Brasil, assim como no restante do mundo, estão sendo convocados atos para o dia 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras. Nós, mulheres da CST, somos parte das plenárias preparatórias e defendemos a unidade das mulheres para ocupar as ruas por nossos direitos. Nas plenárias, houve importantes debates, por isso vamos expressar nossa visão, debatendo com as mulheres do PT, PCdoB, PSOL e com a Marcha Mundial de Mulheres, que, na nossa opinião, priorizam o apoio ao governo de frente ampla de Lula-Alckmin e não a mobilização independente das mulheres. 

Nós, mulheres, fomos as principais vítimas do governo misógino de Bolsonaro. Por isso comemoramos a sua derrota e seguimos até hoje lutando por sua prisão. No entanto, já se passou um ano do governo Lula-Alckmin, que em nada avançou em relação às nossas pautas. Pelo contrário, segue governando com os setores reacionários e patronais. 

Em 2023, vimos os casos de violência de gênero dispararem; seguimos recebendo os piores salários e ocupando os cargos de trabalho mais precários; sendo mortas por sermos mulheres e vítimas de abortos clandestinos; de estupro e todo tipo de violência machista: física, moral, psicológica e patrimonial. E, apesar de toda a propaganda, o Governo Lula não teve política efetiva para buscar reverter esta situação. Vejamos: o Ministério das Mulheres segue com orçamento pífio, basta ver que em 2023 foi gasto apenas 6% do orçamento destinado à Casa da Mulher Brasileira. 

Em 2024, o orçamento destinado para as mulheres segue minguado. Enquanto o governo vai gastar R$ 418 milhões na distribuição de absorventes, vai destinar R$ 4,9 bilhões para o Fundo Eleitoral. Ou seja, a prioridade do governo não são as mulheres e sim manter os acordos com os partidos fisiológicos e o corrupto do Congresso Nacional.  

Nas plenárias também foi pautada a declaração de Lula sobre a Palestina, que comparou o extermínio do povo palestino com o Holocausto nazista realizado por Hitler. Essa correta declaração é utilizada pelas organizações governistas para apoiar o governo Lula e não para fortalecer nas ruas a luta contra o genocídio palestino. O papel do movimento de mulheres deve ser concordar com as declarações do Lula, e, ao mesmo tempo, exigir ações efetivas, como a ruptura de relações diplomáticas, econômicas, militares e políticas.

Nós, mulheres da CST, defendemos no 8M o caráter independente do movimento de mulheres, com eixo na mobilização contra o feminicidio, a lesbo, bi e transfobia; pela legalização do aborto e para exigir do Governo Lula verbas para as mulheres e não para os banqueiros. Esse é o chamado que fazemos às trabalhadoras e jovens que todos os dias enfrentam o machismo estrutural.

 

Por um 8M internacionalista!

 

Apoiamos as lutas das mulheres em todo o mundo por seus direitos e lutamos por uma saída anticapitalista, antipatriarcal, antirracista, anticapacitista, feminista e socialista. E nós, mulheres da CST e da UIT-QI, gritamos bem alto que as mulheres não vão pagar pela crise capitalista dos governos!

Neste 8M nos solidarizamos com as mulheres palestinas que, bem como as crianças, são as principais vítimas do genocídio cometido pelo Estado Nazi-Sionista de Israel.

É urgente que sigamos o exemplo das argentinas, que fortaleceram, ano após ano, a luta nas ruas pela legalização do aborto e permanecem nas ruas para garantir que o governo de extrema direita de Millei não ataque esse importante direito já conquistado.

 

Pela continuidade das lutas das mulheres!

 

É necessário que o Movimento de Mulheres construa um calendário intensivo de lutas independente dos governos e dos patrões. Pois nenhum direito feminino foi concedido às mulheres por governos e pela burguesia, todos foram CONQUISTADOS pelas mulheres trabalhadoras, através de muita luta e resistência. Por isso, é fundamental, após o 8M, realizarmos plenárias de balanço e que discutam a continuidade das mobilizações por nossos direitos.

Nós, Mulheres da CST, construímos a Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), reivindicamos um feminismo socialista, classista e internacionalista. Defendemos um programa que enfrente os capitalistas e lutamos por um governo da classe trabalhadora e dos setores populares, que inicie a construção de uma sociedade socialista, em que sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.

 

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