O desastre do governo Tarcísio e Feder para a educação
Por Danilo Bianchi e Lorena Fernandes – Conselheiros da Apeoesp
Em seu primeiro ano como governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, juntamente com o empresário Renato Feder, chefe da Seduc, têm demonstrado todo o seu desprezo pela educação pública. Essa dupla tem feito de tudo para massacrar os professores da rede estadual. Imposição de longas jornadas de trabalho, a agressão do assédio moral, o esvaziamento do currículo e falta de
material didático e estrutura, o concurso público desastroso e completamente insuficiente para cobrir o quadro de professores temporários da rede e o não repasse dos valores descontados ao INSS são apenas alguns dos ataques proferidos durante este ano.
Além de tudo isso, o governo quer impor mais insegurança para a categoria em ter seus empregos garantidos. Já percebemos a arbitrariedade nos critérios de atribuição de aulas para professores efetivos e estáveis. Com os professores categoria “O”, a total incerteza reina. O que se avizinha é uma situação ainda pior, com a proposta tenebrosa desse governador em cortar R$9,6 bilhões do orçamento da educação pública do estado. Como o governador pretende diminuir as já insuficientes verbas da educação? Ora, os salários há muito já estão defasados. A estrutura das escolas segue precária e as salas de aula superlotadas, dificultando tanto o trabalho do professor, como a aprendizagem dos alunos. Em vez de aumentar as verbas para a educação e valorizar todo o conjunto de profissionais, o governo pretende enxugar o orçamento e precarizar ainda mais a educação.
Mas, diante de tudo isso, o que a direção da Apeoesp deveria fazer?
Em meio a todos os ataques protagonizados pelo governo Tarcísio para a educação, a direção da Apeoesp tem ficado muito atrás do que deveria ser o seu papel. A entidade que representa dezenas de milhares de professores por todo o estado deveria organizar o conjunto do professorado paulista em uma grande luta contra os ataques do governador Tarcísio e seu secretário Feder. Afinal, a única
assembleia convocada no dia 20 de outubro e com boa adesão à paralisação demonstrou a disposição que o professor paulista tem em lutar contra o governo privatista de Tarcísio. Os professores também votaram massivamente quando ocorreu o plebiscito contra as privatizações do Metrô, Sabesp e CPTM.
A pergunta que fica é: por que o maior sindicato da América Latina não canaliza a revolta dos professores e o correto entendimento que esse governo só quer privilegiar os grandes empresários da educação às custas da precarização do nosso trabalho e da deterioração dos serviços públicos em uma grande greve unificada com os setores do Metrô, Sabesp e CPTM contra Tarcísio? A verdade é que o grupo que há décadas está à frente do sindicato (Art/PT) está mais preocupado em manter
relações complacentes com o governo do que ir a fundo em uma proposta que resulte em uma grande luta contra o governo. É por isso que vimos o chamado tímido à paralisação do dia 28N. A educação poderia ter paralisado, fortalecendo as greves dos outros setores, poderíamos ter feito um grande ato unificado na Paulista e com uma assembleia da categoria para sair com um plano de lutas.
Infelizmente, nada disso foi feito. Foram essas as nossas propostas que nós, do Combate Sindical, apresentamos. A continuidade da luta é fundamental neste período para defender nossos empregos e a valorização da educação pública no estado.