Governo Lula enrola em nova negociação; É preciso exigir das direções sindicais nova paralisação e construção da greve
A paralisação de 48h de 7 e 8/11 esquentou a campanha salarial dos SPFs. Em ao menos 40 universidades federais, IFs e em diversos orgãos os servidores paralisaram suas atividades, o que demonstra crescimento da luta.
Na contramão disso, em reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) reaizada em 16/11, o Governo Lula mais uma vez enrolou a categoria e não apresentou nenhum índice de reajuste para os salários e os auxílios-alimentação, creche e saúde.
No tema da revogação das medidas de Temer e Bolsonaro, houve apenas poucas e limitadas alterações sobre a IN 02/2018 e a IN 54/2020, mas nenhuma dessas medidas foram revogadas como solicitava o movimento.
Governo promete nova reunião até 15/12: fica nítida a política de enrolação, com a complacência das direções sindicais majoritárias.
O governo disse que até 15/12 poderia apresentar valores sobre o tema salarial e dos auxílios. A política é claramente de enrolação, para jogar a campanha salarial para uma encruzilhada no final do ano. Infelizmente essa tem sido a postura do governo desde o início da campanha salarial, frustrando as expectativas da categoria.
Infelizmente, as direções majoritárias da Fasubra, Condsef, Sinasefe e de várias entidades do Fonasefe, a CUT e a CTB atuaram para blindar o governo e os ajudaram na desmobilização. Atreladas ao governo da frente ampla, alimentaram na categoria o falso discurso de que havia avanços nas negociações e, mesmo frente a mais uma uma reunião sem respostas, ainda chamam a “confiar no governo”¹.
A nossa pauta foi protocolada em julho, o governo primeiro condicionou a sua proposta à aprovação do arcabouço fiscal, depois deu declarações dúbias sobre a possibilidade de apenas 1% de reajuste e depois enviou enviou o PLOA ao Congresso em 31 de agosto sem nenhum valor para nosso reajuste; adiou reuniões com servidores e está prestes a fechar 2023 sem apresentar uma proposta concreta para a categoria.
Para nós, da Combate Sindical, está nítido que as negociações foram frustradas e que o governo está enrolando para apresentar propostas. Enquanto isso, direções majoritárias das federações e do Fonasefe, ao invés de prepararem um calendário de lutas imediato à reunião do dia 16/11, falam apenas em novos dias de atos e em uma possibilidade de greve para daqui a 4 ou 5 meses. No Momento em que fechamos essa nota , o Fonasefe sequer havia publicizado o chamado de ato para dia 28/11, aprovado em sua última reunião.
Diante dessa enrolação do governo deveríamos já estar em greve, mas a política das direções acabou colaborando com a enrolação do governo. Na plenária da Fasubra de outubro a chapa Unidade pra Lutar (minoria da direção) apresentou um calendário para a greve iniciar em novembro. A Unir, Travessia e CTB votaram contra com o argumento de que “o governo ainda está negociando”. Na Condsef nem mesmo houve empenho, por parte da direção, para construir as paralisações.
Batalhamos por uma nova paralisação dia 28/11, infelizmente a maioria do Fonasefe está contra.
Na plenária nacional do Fonasefe de 7/11 nós da Combate e outros setores também propuseram que o dia 28/11 pudesse ser um novo dia de paralisação nacional para pressionar o governo. No dia 28/11 o Metrô, Sabesp e Trens de São Paulo farão paralisação contra as privatizações do governo de extrema-direita de Tarcísio. No entanto a proposta foi jogada para o debate posterior, dez dias depois, na reunião do Fonasefe de 17/11.
Nós da Combate e da chapa unidade pra lutar (minoria da direção da Fasubra), defendemos novamente essa proposta, com a qual infelizmente os dirigentes sindicais da Unir na Fasubra, da direção do Sinasefe, Condsef e Fenasps não tiveram acordo, argumentando que “seria uma paralisação menor”, chamando apenas como um “Dia de Luta”, sem paralisação.
Nós da Combate reivindicamos uma reunião emergencial da Direção Nacional da Fasubra para votar o 28/11 como dia de paralisação na educação federal. Pela pressão do agrupamento Unidade pra Lutar a reunião está marcada para o dia 21/11.
Convocar assembleias de base emergenciais para aprovar nova paralisação e debater o indicativo de greve!
Frente a ausência de respostas por parte do governo é urgente pautar na categoria a necessidade de uma greve, ferramenta que temos para batalhar por nossas pautas. Apesar de já estarmos no final do ano, precisamos manter nossa mobilização. As direções majoritárias do Fonasefe já falam em deixar tudo para abril de 2024 o que nós achamos um erro.
É preciso pressionar as direções majoritárias das federações, a CUT, CTB para que mudem de postura. É preciso seguir exigindo que o governo atenda nossas pautas. Por isso propomos.
* Que se oriente a convocação de assembleias de base emergencias ainda em novembro para debater e deliberar sobre a campanha salarial.
* Que essas assembleias aprovem paralisação em dezembro no dia da reunião de negociação e deliberem sobre um indicativo de data para a greve na categoria.
* Que o Fonasefe, as federações e os sindicatos produzam uma forte campanha de denúncia da postura do governo nas redes, com panfletos para base, faixas, banner cartazaes para os órgãos.
* Que durante a Plenária da Fasubra ( 9 e 10 de dezembro) e o Congresso da Condsef ( 14 a 17/12) ambos em Brasília, se realizem atos e ações externas de denúncia e exigência ao governo.