Fogo, fumaça e seca histórica: a Amazônia pede socorro!
Por Joice Souza – Coordenação Nacional CST
Em mais um triste capítulo das catástrofes ambientais que assolam o país¹, a região amazônica enfrenta a seca mais severa dos últimos 40 anos e um aumento dos focos de incêndio, alta concentração de fumaça e calor extremo. Os rios apresentam volumes muito baixos, levando ao isolamento de comunidades, morte de peixes, falta de água potável e comida, penalizando as populações ribeirinhas. O Amazonas é estado mais atingido pela seca e pelas queimadas, com 95% de seus municípios em situação de emergência e sua capital, Manaus, coberta de fumaça de incêndios.
A Amazônia está doente de capitalismo
Cientistas apontam o desmatamento como principal fator de agravamento das secas na região e o responsável por 40% da emissão de carbono na atmosfera. O garimpo e a construção de hidrelétricas também intensificam o assoreamento dos rios. Além disso, o El Niño, fenômeno natural que influencia na ausência de chuvas, também é agravado pelo Aquecimento Global. Ou seja, trata-se de problemas gerados pela fome de lucro e pela irracionalidade do sistema capitalista, o grande responsável pela catástrofe ambiental. Em live da Revista Fórum, a Pesquisadora do INPE Luciana Gatti, especialista em mudanças climáticas, declara categoricamente: “os donos do poder estão aí garantindo seus lucros e fazendo pressão lá no congresso, com o governo, na ONU, para que nada mude […] estão destruindo a Amazônia numa velocidade chocante.” Exigimos dos movimentos ambientalistas, indígenas, seringueiros, bem como dos sindicatos rurais, MST, CUT e UNE, uma jornada de lutas contra essa situação.
Uma saída socialista para a Amazônia
Essa tragédia ocorre poucas semanas depois da Cúpula da Amazônia no Pará, onde Lula e demais Chefes de Estado assinaram a Declaração de Belém. De lá pra cá vimos medidas insuficientes e decisões a serviço do agronegócio e das multinacionais.
O governo Lula apresenta como saída os acordos internacionais e a cooperação entre poder público, sociedade civil e iniciativa privada. As articulações do governo para exploração de Petróleo na foz do Amazonas e o Ministério da Agricultura nas mãos do ruralista Carlos Fávaro são algumas das expressões de um modelo de conciliação de classes incapaz de resolver a questão ambiental, porque é impossível enfrentar a crise ambiental sem enfrentar os responsáveis por ela: as petrolíferas, o Agro, as grandes mineradoras e grandes empresas desmatadoras e poluidoras. Em outras palavras, é preciso enfrentar a burguesia. É preciso estatizar as multinacionais do campo, como a Cargill e a Hydro, bem como as mineradoras e outras grandes empresas. Lutamos por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, que imponha essas medidas, rumo a um Brasil Socialista.