Seguir o exemplo da USP e da UNICAMP!
Guilherme Bueno, Coordenação Vamos à Luta e CST de SP.
No dia em que escrevemos esta matéria, a USP segue por tempo indeterminado numa das maiores greves que já ocorreram na universidade, até a garantia das suas demandas. Esta luta consegue, inclusive, do reitor Carlos Gilberto Carolotti Jr., que antes se recusava a reunir com os estudantes, o comprometimento de cumprir diversas demandas. Dentre elas, a disponibilização de forma imediata de 1027 vagas docentes, sendo 148 para a distribuição de acordo com as necessidades de cada unidade.
A greve da USP é um exemplo para outras universidades que entram em greve também, como a UNICAMP. Isso mostra para nós que nossas demandas só se conquistam com luta. Uma reivindicação, que a princípio surgiu do curso de Letras, que sofria com o fechamento de atribuições pela falta de professores, avança para FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências humanas). Posteriormente, para a universidade inteira, com a realização de trancaços, piquetes, mobilizações, enfrentamento e denúncia a cada tentativa dos institutos e reitorias que pretendiam desmobilizar a
organização estudantil. Hoje, o movimento estudantil está no caminho para conquistar mais do que a demanda inicial, lutando pela implementação até 2025 do gatilho imediato (reposição imediata das vagas de professores que
faleceram, aposentarem ou forem exonerados), janta para os finais de semana; prioridade dos estudantes que recebem PAPFE (Programa de apoio à permanência e formação estudantil) para serem selecionados para as bolsas, a assinatura de um termo de não represália ao final da greve, etc.
Esse movimento mostra qual é o caminho, em nível federal, para arrancar mais orçamento para as universidades. Assim como a USP e a UNICAMP hoje exigem da reitoria e do governo de direita de Tarcísio de Freitas, as universidades federais devem exigir de suas reitorias e do governo Lula/Alckmin o fim do Arcabouço Fiscal para que haja uma recomposição orçamentária que supra as necessidades das universidades, que hoje estão sucateadas e respirando por aparelhos. Por isso, é fundamental que a USP siga em luta e dando o exemplo, sem nenhuma confiança na palavra de Carlotti, até a garantia do que foi prometido, assim como outras universidades sigam o mesmo caminho e construam suas lutas, se utilizando dos métodos de mobilização do movimento estudantil, contra esse projeto nacional de
sucateamento das universidades e dos serviços públicos para pagamento da dívida públicas aos ricaços.