Ocupar as ruas pela legalização do aborto
No dia 28 setembro, dia de luta em defesa da legalização e descriminalização do aborto na América Latina e no Caribe, ocorreram atos em diversas cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Porto Alegre, Manaus, Recife, Fortaleza, Natal, Florianópolis, João Pessoa, Teresina, etc, sendo que em São Paulo o ato teve 2 mil pessoas. Isso demonstra a importância de ocupar as ruas.
A política de Lula/Alckmin não é avançar na pauta da legalização do Aborto
A eleição de Lula abriu expectativas no movimento de mulheres em relação às pautas em defesa dos direitos reprodutivos. No entanto, passados quase um ano de governo, em nada se avançou nessa pauta. Por isso, é necessário fazermos uma reflexão: o governo Lula/Alckmin não é nosso aliado. Um dos exemplos é o fato de que partidos conservadores, como o Republicanos, dirigido pelo Bispo da Universal, Marcos Pereira, acabou de ser chamado para integrar o governo.
O próprio Lula já declarou ser contra o aborto e a Ministra das Mulheres se cala diante dessa pauta. Essa política abre mais espaço para que os conservadores tentem pôr em votação o Projeto do nascituro, que, se for aprovado, impediria até o aborto nos casos previstos em lei.
Infelizmente, a maioria das direções do Movimento de Mulheres aposta nas negociações com o Congresso e com o STF e na sustentação do governo Lula. Defendemos total independência do movimento frente ao governo e a mobilização para
conquistar a legalização do aborto.
Nenhuma confiança no STF
A ADPF 442, que pede a Descriminalização do Aborto no Brasil, ou seja, que nenhuma mulher seja presa por abortar, teve o voto favorável da ex-Ministra Rosa Weber, o que criou expectativas. O Ministro Barroso, que assumiu a Presidência do STF, suspendeu o debate, sem data para o julgamento. O STF é uma instituição que sustenta o podre regime político, responsável pela perpetuação do patriarcado e de sucessivos ajustes capitalistas contra a classe trabalhadora, em especial as mulheres. Por isso, nenhuma confiança no STF!
Defendemos a continuidade da luta das mulheres!
Nós, mulheres da CST, defendemos a continuidade a luta pela legalização e descriminalização do aborto. Por isso, é necessário que a Frente Nacional de Legalização do Aborto, as Frentes estaduais, as plenárias do 8M, os coletivos
feministas, os sindicatos e as centrais sindicais realizem plenárias para organizar uma grande campanha nacional pela legalização e descriminalização do aborto, construindo um Manifesto nacional; panfletagens e debates de conscientização nas universidades, escolas, bairros e locais de trabalho, culminado em um ato de rua em novembro.
Fazemos um chamando às ativistas que concordam que é necessário continuarmos a luta pelos nossos direitos a ingressarem nas fileiras da CST e fortalecer um feminismo socialista, independente e combativo. Defendemos: educação sexual integral para decidir, anticoncepcional para não abortar e aborto legal e seguro para não morrer. Pela taxação dos bilionários e não pagar a Dívida Pública para destinar verbas para as demandas das mulheres.