Negacionismo e impunidade 

Negacionismo e impunidade 

O resultado da política de acordos.

Sem espaço para dúvidas, a derrota de 11 de setembro de 1973 foi catastrófica para a classe trabalhadora e setores populares. Passaram de construções de alternativas de poder com atritos permanentes com o governo de Allende ao verem destruídos seus sindicatos, presos e muitas vezes desaparecidos seus dirigentes e com uma quase nula capacidade de resposta para as ofensivas patronais. Nesta situação favorável, os empresários conseguiram recompor sua dominação e extrair uma gigantesca quantidade de capital sobre a base da superexploração, privatização de estatais e a mercantilização da segurança social. Lição aprendida pelos grandes empresários: Não deixar que se reagrupam os dominados e encorajar a uma camada de líderes políticos e sindicais a serviço do modelo (patronal).

Assim como nas explosões sociais nos anos 80, quando apesar do medo as massas dizem basta e passam sobre seus dirigentes vendidos, os governos ensaiam as mais brutais formas de repressão. Piñera e Pinochet colocaram militares nas ruas para afogar em sangue as mobilizações, e quando não conseguem resultados, recorrem aos dirigentes vendidos para pactuar saídas.

Os pactos de transição (acordo assinado por vários partidos e orientados pela igreja católica para encenar o fim da ditadura) e o acordo pela paz (acordo pelos direitos humanos e ordem pública de Piñera para tentar acabar com os protestos em 2019) têm em comum não castigar os criminosos e outorgar-lhes garantias de impunidade e esquecimento.

Os criminosos da ditadura se auto aplicaram a anistia de 78 o descobrimento do local de Pisagua (vala comum onde encontram vários corpos de vítimas de Pinochet durante a ditadura militar) lhes obrigou a formar uma comissão investigadora (Rettig – Comissão nacional para a verdade e reconciliação), tentaram acabar com a falsa mesa de diálogos em 99 e em 2003 outra farsa chamada Comissão Valech (Comissão para investigar as violações dos direitos humanos durante a ditadura militar), que escondeu por 50 anos os antecedentes dos torturadores.

Hoje a 50 anos do golpe, nada mudou, Boric é mais do mesmo, reprimindo o povo Mapuche facilitando a Ley Del Gatillo fácil (lei do gatilho fácil – que facilita o uso indiscriminado de armas de fogo pela polícia), Nain-Retamal (nome formal da lei do gatilho fácil), e “aperfeiçoando” a lei antiterrorismo. Nem seu mentiroso plano nacional (plano de buscar vítimas desaparecidas da ditadura de Pinochet) para tentar encobrir sua vergonha de ser um governo a serviço das multinacionais, grandes grupos econômicos e dos acordos constitucionais com a direita e apoiadores de Kast (Candidato da extrema direita chilena).

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