A greve unificada mostra força e expõe as mentiras do governador Tarcísio.
Hoje, a cidade de São Paulo, a maior das Américas, amanheceu sem Metrô e Trens. A culpa pela paralisação de hoje recai sobre o governador Tarcísio, que mente na imprensa e em suas redes sociais. Além disso, ele esconde a realidade durante seu pronunciamento à imprensa no Palácio dos Sanguinários Bandeirantes.
O governador, sem diálogo com os passageiros e trabalhadores dessas estatais, planeja privatizar essas empresas, incluindo a Sabesp (águas e saneamento). Todas as privatizações resultam em aumentos das tarifas e na piora dos serviços. Por exemplo, no Rio de Janeiro, a tarifa do transporte privatizado é de R$ 7,40, enquanto em Minas Gerais, a tarifa do metrô subiu para R$ 5,30 após a privatização. No caso das linhas da CPTM, o caos na prestação de serviços nas linhas 8 e 9, recentemente entregues à CCR, é evidenciado por 73 falhas, em comparação com 31 nas 5 linhas da CPTM. Essa piora é resultado direto da busca pelo lucro típica do setor privado, sem considerar a qualidade do serviço ou as condições de trabalho dos funcionários.
Além disso, não podemos esquecer que essas empresas recebem recursos públicos. Nas linhas privatizadas do Metrô, por exemplo, a passagem custa R$ 6,80, mas o usuário paga apenas R$ 4,40, sendo o restante do valor coberto com recursos estatais arrecadados pelo metrô público. Entre outras irregularidades, é garantida uma cota mensal de passagens às empresas CCR, responsáveis pelas linhas privadas do metrô (linhas 4 e 5). Dois episódios exemplificam como o estado subsidia o lucro privado: no governo Dória, R$ 1 bilhão foi repassado à empresa Via 4/CCR devido a atrasos nas obras públicas da linha 4 amarela. Recentemente, a Via Mobilidade/CCR, operadora da linha 5 do Metrô, recebeu R$ 300 milhões do governo estadual, alegando perdas durante a pandemia. Ou seja, eles nunca investem e nunca têm prejuízos, são privilegiados pelos governos com o dinheiro público.
Assim, o povo trabalhador é sempre o prejudicado. Não há um exemplo sincero de que a iniciativa privada esteja disposta a “investir” e expandir as linhas. Não é por acaso que em muitos países as empresas privatizadas estão sendo reestatizadas, frequentemente resultando na diminuição das tarifas.
Tarcísio, abusivo é o seu projeto de privatizações e chacinas. A greve é legítima e legal.
Os grevistas não são irresponsáveis. A irresponsabilidade e a atitude antidemocrática é do Governador. Sua administração não consultou a população trabalhadora que utiliza diariamente os serviços do metrô, CPTM e Sabesp, nem atendeu às demandas dos trabalhadores dessas empresas, profissionais altamente qualificados que atendem diariamente os usuários desses serviços estatais. Por isso, os grevistas desafiaram o governador a manter os transportes em operação durante um dia inteiro com as catracas livres durante a greve, o que foi recusado pelo governador.
Os sindicatos realizam assembleias democráticas com toda a categoria e promovem plebiscitos populares com a população trabalhadora, algo que o governador não fez e não faz. Seu governo está a serviço dos interesses da Bovespa, da FIESP e das multinacionais, ignorando os interesses da classe trabalhadora e não adotando critérios democráticos mínimos. A menção a audiências públicas agora é mera demagogia perante a população, refletindo o apoio popular à greve e ao plebiscito conduzido pelos sindicatos e movimentos sociais.
Em defesa do direito de greve e de livre manifestação.
Exigir multas milionárias dos sindicatos e 100% de funcionamento dos serviços é uma tentativa de negar o direito constitucional de greve. Falar em punir os grevistas é autoritarismo. Os tempos em que os ditadores proibiam nosso direito à livre manifestação já passaram. Não aceitamos nenhuma restrição ao direito de greve, duramente conquistado. Qualquer medida restritiva nesse campo é um ataque às liberdades democráticas e deve ser repudiada.
Com unificação somos fortes e podemos vencer.
Interromper os ataques e exigir um plebiscito oficial.
Atualmente, estão ocorrendo licitações nos dias 10 e 17 para terceirização dos serviços de estação e manutenção de trens da linha 15 prata, visando acelerar a privatização do Metrô, o que tem causado os problemas mencionados anteriormente. Um exemplo desses problemas ocorreu recentemente nas bilheteiras terceirizadas, onde uma empresa declarou falência e deixou de pagar os salários de seus funcionários. Portanto, é crucial barrar esse ataque. Os metroviários têm uma assembleia hoje à noite para decidir a continuidade da luta contra esses editais de terceirização.
Também defendemos um plano de luta com novas greves unificadas e do metrô, incluindo um ato unificado na próxima semana, e exigimos que o governador aceite o desafio das catracas livres e realize um plebiscito oficial sobre as privatizações, garantindo tempo de propaganda e debates igualitários na TV e nas redes sociais para ambas as posições, tanto do governo quanto dos trabalhadores. A luta não pode parar.
Propomos que a CUT, CTB e MTST convoquem uma greve geral para deter as privatizações e os ataques do governador Tarcísio.