Governo Lula oferece menos de 1% de reajuste salarial aos SPFs. Nova paralisação nacional já!
Que o Fonasefe convoque paralisação de 48h e assembleias de base que debatam a greve na categoria
Depois de condicionar o reajuste salarial dos SPFs à aprovação do Arcabouço Fiscal (PLP 93/2023, o famigerado projeto que contém dispositivos de congelamento salarial e proibição de reestruturação de carreira), o governo Lula-Alckmin, em mesa de negociação realizada nessa terça-feira (29/8), informou às entidades sindicais que só tem reservado para as despesas com pessoal o vergonhoso montante de R$ 1,5 bilhões, para serem divididos também em possíveis reajustes nos auxílios, nos salários e na reestruturação das carreiras. Se todo o montante for aplicado somente nos salários, significará uma reajuste de somente 1% aproximadamente.
Nós da Combate Sindical consideramos essa “proposta” do governo uma falta de respeito com os (as) servidores (as) federais e avaliamos que o Fonasefe, a Fasubra, a Condsef, o Andes, o Sinasefe, a Fenasps, a CUT, a CTB e demais entidades sindicais precisam urgentemente convocar e construir uma jornada de mobilização que inclua uma paralisação nacional de 48h, atos, atrasos de turno, uma plenária nacional do Fonasefe com delegados eleitos nas bases e assembleias de base para ajudar na preparação de uma forte greve do serviço público federal caso o governo não faça uma proposta de reajuste digno.
Chega de paralisia! As centrais sindicais e federações precisam fortalecer a campanha salarial com um calendário de lutas.
Temos alertado desde o início do ano que a política do governo Lula-Alckmin é de manter o ajuste fiscal que privilegia o pagamento da dívida pública aos bancos e grandes empresários; por isso cobramos um reajuste maior que os 9% garantido no primeiro semestre. Erroneamente a ampla maioria das direções sindicais indicou às bases que aceitasse o valor sem nenhum tipo de mobilização, porque supostamente com o orçamento do novo governo tudo seria melhor.
Agora na campanha salarial para 2024 o papel que vem cumprindo as cúpulas da CUT, CTB, Condsef, majoritária da FASUBRA, dentre outras, tem ajudado o governo a passar com tranquilidade sua política. Frente à chantagem do governo, os dirigentes lançaram discursos dúbios, insinuando que não havia outro caminho que não esperar a aprovação do PLP 93, como fez a coordenadora da FASUBRA, que disse que “infelizmente estamos dependendo do Arcabouço Fiscal ser aprovado para termos algum índice”. Como se o arcabouço fiscal não significasse exatamente menos verbas para garantir salário digno para nossa categoria.
O governo vem enrolando a categoria na pauta do revogaço, há articulações sobre uma reforma administrativa e agora nos apresenta um valor irrisório de reajuste sem que nesse período todo tenha havido grandes mobilizações ou sequer uma forte paralisação nacional de todos os servidores públicos.
É preciso mudar esse rumo. Exigimos da CUT, CTB que dirigem as principais organizações dos servidores que construam já a mobilização nas bases
Arcabouço fiscal na prática: menos de 1% de reajuste aos servidores e trilhões aos banqueiros.
A proposta vergonhosa do governo Lula-Alckmin visa atender a política de superávit primário prevista no Arcabouço Fiscal. Eles retiram verbas das áreas sociais para garantir um suposto déficit zero, enquanto seguem pagando religiosamente bilhões todos os dias em juros e amortizações da dívida pública aos banqueiros.
Mais corte de verbas e sucateamento é o que espera os servidores e serviços públicos e a população trabalhadora que mais precisa destes serviços.
Temos que seguir a luta pelos nossos reajustes, pela reestruturação das nossas carreiras, pelo revogaço e pela equiparação dos auxílios dos trabalhadores do executivo aos do judiciário, ao mesmo tempo que lutamos por um projeto econômico alternativo, da classe trabalhadora e do povo pobre, que garanta reajuste salarial digno para os servidores, duplicação do salário mínimo até chegar ao mínimo proposto pelo Dieese, além de serviços públicos de qualidade para todo o povo trabalhador. Para isso é preciso taxar os bilionários, os bancos e as multinacionais, deixar de pagar a divida pública, reduzir e congelar os juros, além de demitir Campos Neto e acabar com a independência do Banco Central.