Exigimos salário e emprego! Perdão das dívidas da classe trabalhadora juntos aos bancos e lojas! Por mais verbas para educação e saúde públicas!

A atual edição do Combate Socialista chega quando iniciamos um novo semestre.
Teremos campanhas salariais importantes, como dos metalúrgicos, Correios e
petroleiros, além da possibilidade de mobilizações estudantis, com a volta as aulas e o
dia 11 de agosto. Agora estamos reivindicamos os direitos das mulheres negras no
Brasil e em toda América Latina. E apoiamos a luta da enfermagem pelo seu legitimo
direito ao piso salarial.


Se organizar e lutar é necessário


A vida da classe trabalhadora e das juventudes não está nada fácil. A precarização do
trabalho, longas jornadas sem direitos trabalhistas nos serviços oferecidos pelos apps
ou o desemprego são problemas que crescem. Por outro lado, quase nunca
encontramos um bom atendimento no posto de saúde e a educação pública segue
sucateada pelos governos, sem que os servidores sejam valorizados. E todos os dias
precisamos nos espremer no transporte superlotado, precário e caro. Os salários
seguem arrochados e as bolsas estudantis defasadas. E isso se combina com alto
endividamento no cheque especial e cartão de crédito dos bancos, além da
inadimplência nos crediários e financiamentos que pode envolver “70 milhões de
negativados”, segundo o próprio governo. E o arcabouço fiscal, um novo teto de
gastos, vai seguir impactando negativamente nossas vidas.


Exigimos o perdão das dívidas da classe trabalhadora junto aos bancos e lojas


No atual governo, há discursos carismáticos de Lula e o simbolismo popular de alguns
ministros e ministras, mas todos os seus projetos tentam conciliar nossos problemas
com as necessidades e lucros dos patrões e multinacionais. E nessa colaboração com
nossos inimigos de classe, quem “paga o pato” somos nós da classe trabalhadora e as
juventudes proletárias. Por exemplo, na edição passada comentamos o tal “carro
popular”, que custa uma fortuna que nenhum trabalhador consegue ter em mãos, mas
despeja rios de dinheiro nas multinacionais. Cerca de R$ 1,5 bilhões de descontos no
pagamento de impostos para essas empresas, incluindo aquelas que estão sem
produzir no Brasil, como a Ford.
Hoje podemos citar o tal “Desenrola”, que propõe apenas parcelamento da dívida por
60 meses. Vejamos: para as montadoras, que sempre querem retirar direitos e demitir
operários, há isenção de pagar imposto. Para a classe trabalhadora, há apenas mais
prazo para pagar a dívida, que aumentou devido aos juros abusivos a que nós somos
submetidos. Ao invés de seguir “enrolados” por mais 60 meses, exigimos o perdão de
todas as dívidas de toda classe trabalhadora, dos desempregados, jovens precarizados
e camponeses, e que os bancos, multinacionais e empresas paguem por essa crise.
Defendemos a redução dos juros e o Fora Campos Neto do Banco Central, a taxação
dos bilionários e das multinacionais e o não pagamento da dívida aos banqueiros, para
haver recursos para as áreas sociais.
Chega de pacto com a patronal que nos explora e com setores da extrema direita
Sabemos que foi essencial derrotar nas urnas o bolsonarismo, pois não suportaríamos
mais um governo genocida, antipopular, patronal e golpista, mas sempre afirmamos que o fundamental é seguir de forma independente exigindo nossas pautas por
reajuste de salário, emprego, direitos trabalhistas, verbas para assistência estudantil,
para as pautas feministas e LGBTQIA+, o combate ao racismo e mais investimentos em
saúde e educação estatais. Muitos de nossos colegas de trabalho, estudo e moradia
acreditam que os pactos da Frente Ampla são necessários para “governar”, mas nós
seguimos explicando que essa ideia não é correta. A linha da frente ampla de
Lula/Alckmin de pactuar com Lira, o centrão, abrir mais cargos e vagas nos ministérios
aos que sustentaram Bolsonaro e setores do bolsonarismos está na contramão do que
precisamos. Não temos como fazer nada diferente mantendo a extrema direita em
setores chave do poder político. Do mesmo modo, a indicação de Gabriel Galipo, do
Banco Fator e conselheiro da FIESP, para o Banco Central indica outro problema do
pacto do governo com o sistema financeiro e a bancada dos grandes empresários. Não
temos como avançar como trabalhadores se continuarmos aliados aos patrões que
sempre nos exploram.
Exigimos da CUT, UNE, MTST a convocação de uma plenária das lutas populares
Infelizmente as maiores direções do movimento operário e popular estão na
contenção das lutas para blindar o atual governo. As greves da educação foram
boicotadas e a luta da enfermagem é secundarizada. As campanhas salariais de
metalúrgicos, petroleiros, bancários, ecetistas, químicas, não está a serviço de
impulsionar uma forte jornada nacional unificada. Do mesmo modo, o FONASEFE e a
recente plenária nacional da FASUBRA não encaminharam um efetivo plano de lutas
para conquistar reajuste efetivo e aumento das verbas para os serviços públicos. Outro
exemplo foi visto no Congresso da UNE, que foi um palanque pra Lula e seus ministros,
sem armar a luta estudantil de verdade. Nesses espaços, nós da CST, junto a
trabalhadores e jovens, lutamos por outra orientação. Em primeiro lugar, a
independência que necessitamos em relação ao governo Lula/Alckmin, governadores,
prefeitos e reitores. Em segundo lugar, unificar as lutas do conjunto da classe
trabalhadora e setores populares nas ruas contra o arcabouço fiscal de Lula/Alckmin, o
marco temporal que destrói nossas florestas e mata os povos indígenas, a punição
efetiva a extrema direita, pela revogação do Novo Ensino Médio, da reforma da
previdência e trabalhista e da privatização da Eletrobrás. Por isso, exigimos da CUT,
UNE, MTST a retomada das plenárias de lutas populares para organizar essa luta por
nossos salários, direitos, mais verbas paras áreas sociais.
É nós por nós: confiar e apostar em nossa força e organização
Se as maiores lideranças do movimento operário e popular nada fizerem apesar de
nossas batalhas nas bases, não podemos ficar chorando pitangas ou lamentando leite
derramado das derrotas econômicas. Ficar parado será o caminho da desmoralização.
Afinal, a pior derrota é aquela que ocorre sem nenhuma luta. Se eles se negam a
convocar, devemos unir os setores combativos do movimento sindical, estudantil e
popular e realizar ações por menores e mais simbólicas que sejam no atual momento.
Antes tivemos a experiência do Povo na Rua, que conseguiu peitar o imobilismo da
cúpula das Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular. Agora, com impacto e força
menor, o que conseguimos foram atos de vanguarda contra o arcabouço fiscal
convocados por sindicatos de base do serviço público, como SINTUFRJ e SINTUFF, e
juventudes socialistas e comunistas do Rio de Janeiro. Outro exemplo foram as

plenárias e ações como as que se realizaram junto a CSP-CONLUTAS, com inúmeras
organizações políticas de esquerda. Unir tudo e todos os que queiram lutar de forma
ampla e unitária nas bases e no conjunto das entidades é fundamental.


Vem com a CST


Nesse novo semestre que se inicia convidamos você que esteve conosco nos atos “Sem
Anistia”, em nossa campanha pela punição de Bolsonaro e da extrema direita, que
compôs a nossa bancada feminista e classista nas plenárias e nas passeatas do 8M, que
lutou conosco contra a o arcabouço fiscal e o marco temporal, que batalhou com a
gente nas eleições sindicais como garis, Apeoesp, Sind-Ute, e estudantis na UFU,
UFMG, UFF, UNFESPA do primeiro semestre. Você que esteve conosco nas greves da
educação e viu que o COMBATE lutou até o final contra as direções burocráticas e
pelegas que traíram a nossa luta, que se juntou a nós na greve do Metrô e nas batalhas
da Linha Verde. Você que esteve junto as bancadas do Combate e do Vamos à Luta nos
Congressos da FASUBRA, SEPE, do EME e da UNE a somar forças e ingressar na CST,
tornando-se militante de um num projeto socialista e revolucionário, batalhando pelas
lutas que virão. Você, leitor e leitora de nosso jornal nas fábricas, que sempre nos faz
críticas e sugestões. Ao lado da luta unificada pelas pautas da classe trabalhadora e
dos setores populares, precisamos construir uma alternativa política da classe
trabalhadora. Enquanto formos governados por defensores do capitalismo, através de
pactos com os patrões e multinacionais, seguiremos massacrados. Por isso,
defendemos a necessidade de lutar por um governo da classe trabalhadora, sem
patrões, que rompa com o capitalismo e a exploração imperialista, construindo um
Brasil socialista. Venha se organizar com a gente, participe das reuniões da CST, ajude
a distribuir nosso jornal no seu local de trabalho, estudo ou moradia ou em nossos
piquetes de venda nas empresas, órgãos públicos e praças, contribua com nossa
campanha financeira. Seja militante dessa causa e fortaleça essa batalha e esse projeto
revolucionário!

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