EDITORIAL | Seguir nas ruas! | Combate Socialista n°164
No último dia 8 de março, as mulheres realizaram manifestações, um exemplo que devemos seguir (ver as páginas centrais). Em um país onde empresários escravizam trabalhadores negros, onde os setores populares morrem após as fortes chuvas, não resta outra saída: é preciso nos organizar e construir nossa luta por direitos, contra a violência e discriminação ao povo negro punindo severamente os empresários escravocratas; por moradia digna e casa própria para que nossa classe não precise habitar o que se chama de área de risco. Confiar em nossa força e união para recuperar as perdas salariais, impedir que o transporte continue tão precário e caro (com novos aumentos em muitas cidades), revogar as contrarreformas da previdência, trabalhista, a terceirização e o novo ensino médio; por direitos trabalhistas para todo e toda trabalhadora de aplicativo; pelo piso salarial e demais reivindicações da enfermagem; sem anistia para os líderes e ativistas da intentona golpista.
Os trabalhadores precisam de novo marco social, não fiscal
O governo Lula/Alckmin, por meio do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prepara o que eles chamam de “novo marco fiscal”. É um nome novo para uma proposta antiga, a velha proposta de conter “os gastos públicos” mantendo intacto o pagamento de quase metade do orçamento aos banqueiros e ao sistema financeiro, a remessa de lucro das multinacionais para o exterior, a mamata dos novos bilionários. Mas, no caso da frente ampla, o “ajuste fiscal” vem acoplado ao discurso de que estão preocupados também com o povão. Sabemos que muitos de nossos colegas de trabalho e estudo têm muitas expectativas sobre o novo governo e acham bom esse novo discurso. Nós entendemos essa forma de raciocinar, ainda mais após 4 anos de genocídio bolsonarista; porém, não compartilhamos essas expectativas e nem concordamos com o discurso de Lula/Alckmin. Se pararmos para pensar com calma, podemos verificar que, até aqui, o “marco fiscal” da frente ampla, traçado por Haddad e Simone Tebet, significou um vergonhoso “aumento” de 18 reais no salário-mínimo, uma proposta rebaixada aos servidores federais, nos limites do orçamento bolsonarista (e a depender de uma votação no parlamento de Lira) e manutenção do entulho do governo anterior. Estão ainda em vigor as contrarreformas e não foram não retirados do parlamento projetos encaminhados pela presidência, a exemplo da Privatização dos Correios e reforma administrativa. O novo marco fiscal, que tranquiliza “os mercados”, é compartilhado pelo bolsonarista Campos Neto, presidente do Banco Central, com quem o governo optou por selar um pacto de cavalheiros logo após os discursos que pareciam evidenciar uma grande briga (do mesmo modo como o fizeram com o Ministro Golpista, José Múcio, que segue na Defesa).
Atender a classe trabalhadora e os setores populares, não os “mercados”
O novo marco que precisamos e pelo qual lutamos é a duplicação imediata do valor do salário-mínimo e sua equiparação ao custo real de vida calculado pelo Dieese até o final do mandato. A garantia de reposição automática da inflação nos salários, zerando automaticamente qualquer perda. A redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários. O não pagamento da dívida pública aos banqueiros, a taxação dos bilionários e do lucro das multinacionais. O fim da dolarização do preço dos combustíveis e do desmonte dos serviços públicos e estatais. A reestatização das empresas privatizadas, sob controle da classe trabalhadora. O congelamento dos preços das tarifas dos transportes e estatização de todas as frotas.
Trabalhador e trabalhadora, a extrema direita é antipovo e golpista
Nossas críticas ao atual governo Lula/Alckmin são pela esquerda e partem de um ponto de vista operário e popular, mantendo a luta contra o bolsonarismo. Mas sabemos que em muitas fábricas, hospitais, gerências de limpeza urbana, garagens de ônibus, ainda há muitos trabalhadores e trabalhadoras nos grupos de internet do movimento bolsonarista. A extrema direita continua espalhando desinformação. A verdade, porém, é que eles falavam contra a corrupção, mas meteram a mão no cartão corporativo, no orçamento dos ministérios e roubaram até jóias e a despensa do palácio do planalto; nunca revisaram a tabela do imposto de renda; congelaram salários durante a pandemia. Além do mais, defendem uma ditadura, onde todo mundo fica calado e ninguém pode protestar por salário, emprego e direitos sociais.
Exigir um plano de luta da CUT, CTB, UNE, MTST e um 1º de maio classista
Precisamos aprender com as manifestações do 8M e seguir nas ruas no mês de abril. Exigimos das Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular e do Fórum das Centrais uma nova jornada de lutas, buscando retomar a organização e mobilização de rua. Devemos exigir do governo Lula/Alckmin o atendimento das pautas da classe trabalhadora e dos setores populares.
Além disso, devemos, desde já, organizar um primeiro de maio classista, sem patrões, governos e seus representantes. A CSP-CONLUTAS está dando essa batalha para que tenhamos um 1º de maio da classe trabalhadora, sem nenhum empresário ou seus representantes.
Venha pra CST: participe das reuniões, divulgue nosso jornal e ajude a financiar nossas atividades
Ao lado da luta unificada, é preciso fortalecer uma esquerda independente, classista e socialista. A CST é uma organização revolucionária e internacionalista que esta dando essa batalha. Propomos a unidade da esquerda e dos lutadores contra a conciliação de classes da frente ampla a partir de um bloco ou frente classista. Nas lutas, sempre batalhamos contra os pelegos e os conchavos com os burocratas, para que possa existir democracia em nossas entidades e que possamos debater coletivamente o que fazer. Venha pra CST e ajude a construir uma esquerda consequente, que aposta na organização e luta contra o sistema capitalista e seus governos, que não passa pano para os patrões e seus agentes. Lutamos por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e por um Brasil Socialista. Participar de nossas reuniões, divulgar nosso jornal, financiar nossas atividades e ajudar a fortalecer esse projeto. Seja militante.