Justiça para Janaína! Prisão para o estuprador! Abaixo a cultura do estupro!
No dia 28 de janeiro, a estudante de jornalismo, Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, estudante da Universidade Federal do Piauí (UFPI), foi estuprada e assassinada após uma festa da calourada. Janaína foi violentada e assassinada dentro da universidade e, segundo laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) de Teresina, teve seu pescoço quebrado, além de ter sofrido violência sexual, ou seja, vítima de estupro. O suspeito por esse crime bárbaro é também estudante da UFPI.
O crime do qual Janaína foi vítima infelizmente é recorrente. As práticas machistas acabam acarretando violência física contra estudantes nos espaços das universidades, que sofrem com falta de segurança e iluminação, o que traz ainda mais insegurança para as mulheres e estudantes LGBTQIA+. Tais estudantes ficam a mercê de agressões e violência sexual.
Infelizmente, a violência contra as mulheres no país tem crescido de forma assustadora. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, os casos de estupro somaram 66.020, 4,2% a mais do que no ano anterior, sendo que 75,5% das vítimas eram vulneráveis, incapazes de consentir com o ato sexual. A maioria, 61,3%, tinha até 13 anos e em 79,6% dos casos o autor era conhecido da vítima. Quanto ao crime de perseguição ou stalking, o número chega a 27.722 em 2021, crescimento de 35,8%; já a violência psicológica contra mulheres somou 8.390 casos, com aumento de 17,6% comparado a 2020.
No Brasil, a cada dia, 13 mulheres são assassinadas; a cada 60 segundos, 9 mulheres são agredidas. Entre março e abril de 2020, em plena pandemia, os casos de feminicídio, que já eram inaceitáveis, cresceram 22%, um número alarmante, mesmo com subnotificação.
Devemos exigir que o responsável por esse crime brutal seja preso, ao mesmo tempo em que é necessário responsabilizar os gestores da UFPI, devido à falta de segurança efetiva dentro do Campus. Devemos exigir do governo Lula o aumento de verbas públicas para as universidades federais, para garantir iluminação e toda a infraestrutura de segurança nas instituições públicas de ensino. Ao mesmo tempo, temos que exigir o aumento de verbas para os programas de combate à violência contra a mulher, que foi praticamente desmontado pelo governo Bolsonaro.
Temos que seguir mobilizadas contra a cultura do estupro, que sustenta estupradores e assassina mulheres, como Janaína. Só com a nossa mobilização é possível lutar para que não sejamos estupradas nem mortas. Por isso, cabe ao movimento de mulheres e às entidades estudantis, como a UNE, organizar mobilização para exigir justiça para Janaína. Além disso, no dia 8 de março, dia internacional da mulher trabalhadora, devemos ocupar as ruas contra a violência de gênero, em defesa da vida das mulheres.
Janaína, presente!
Exigimos justiça, cadeia para o estuprador!
Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores – CST-PSOL