EDITORIAL | Exigir uma nova jornada de lutas pela punição dos golpistas! | Combate Socialista n°162

Esta edição sairá quando completamos duas semanas da intentona bolsonarista do dia 8 de janeiro. A extrema direita realizou uma manifestação golpista para tentar impor uma ditadura militar. Estamos na luta implacável contra o golpismo bolsonarista, propondo uma ampla unidade de ação para esmagar nas ruas qualquer proposta de ditadura militar. Num regime militar não há oposição, os sindicatos e entidades populares são ilegalizados e não se pode lutar por salário e direitos sociais. Exigimos de Lula, do PT, PCdoB, da CUT, CTB, do Fórum das Centrais, da UNE, UBES, MTST e da frente Povo Sem Medo e Brasil Popular uma nova manifestação de rua nacional pela punição dos golpistas, defendendo as liberdades de manifestação e nossos salários, empregos, verbas para educação e demais reivindicações econômicas e sociais dos de baixo (Lei nossa nota nacional nas páginas centrais).

 

Sem anistia! Punir Bolsonaro, sua família, empresários e cúpula militar neofascista

 

Apesar das graves ações do dia 8 (e todas as anteriores), apesar dos vídeos e das provas abundantes, os chefes dessa quadrilha ditatorial seguem impunes. Bolsonaro e sua família, os empresários graúdos, como o dono da Havan, e a cúpula militar do exército, marinha e aeronáutica seguem soltos por aí tentando implantar uma ditadura militar. Algo inaceitável.

Defendemos a punição de tudo e todos que participaram e financiaram o 8 de janeiro e ações golpistas anteriores. Todos devem ser presos, ter bens confiscados, ser exonerados de cargos públicos e ter mandatos parlamentares cassados. As empresas golpistas precisam ser expropriadas e colocadas sob controle da classe trabalhadora.

 

O ex-presidente Bolsonaro é um criminoso e deve ser preso

 

Bolsonaro lidera ações pela implantação de uma ditadura militar. Comandou o genocídio durante a pandemia de Covid-19, foi líder de esquemas corruptos no seu mandato por meio do orçamento secreto no congresso e desvios de verbas em ministérios. Agora já vemos revelações de lavagem de dinheiro com cartão corporativo e da rachadinha palaciana.

 

A linha de Lula e da frente ampla é insuficiente e errada. Fora Mucio!

 

Até aqui poucas punições de verdade ocorreram. A maioria focada no governo do DF. No caso dos militares federais, o máximo foi troca de soldados do GSI e de parte da cúpula da PF e PRF. Erroneamente, já se definiu que o ministro Mucio – um personagem que compactuou com as ações golpista – se mantém no Ministério da Defesa. E todos os ministros bolsonaristas seguem também em seus cargos, como Daniela do Waguinho, do União Brasil. Lula e o PT não jogaram peso na mobilização do dia 9 e apostam numa errada linha institucional, ficando refém do Congresso Nacional e do centrão de Arthur Lira, dos governadores bolsonaristas, como Tarcísio de SP, e do STF. Mas o que necessitamos e exigimos são novas manifestações de rua combativas e massivas, numa ampla unidade de ação, para derrotar de vez o golpismo.

 

Com pactos com a direita e ajuste fiscal se contraria os interesses da classe trabalhadora

 

A política de conciliação de classes gera pactos com esses setores do bolsonarismo. Essa governabilidade deve nos fazer refletir. Sabemos que muitos de nossos leitores têm expectativas no governo Lula/Alckmin e novos ministros. Compreendemos esse pensamento, mas discordamos. Não apoiamos e nem compomos esse governo. O defendemos de qualquer intento golpista visando uma ditadura, mas sempre mantendo nossa independência política e sem concordar com nada do seu projeto burguês e aliança com a direita e banqueiros. Vejamos, por exemplo, o que está ocorrendo agora: ao lado de vários discursos progressista e propostas de mesas de negociação, estão ocorrendo ações contrárias aos interesses da classe trabalhadora, como o anúncio da privatização do Porto de Santos (numa parceria com o governador bolsonarista de SP), a extinção da FUNASA (fatiando o órgão em vários ministérios para atender partidos conservadores da coalizão governamental) e o recorrente discurso de austeridade e ajuste fiscal de Ministros do PT, como Fernando Haddad. Em concreto é a possibilidade de um rebaixado reajuste do salário mínimo.

 

Exigimos das Centrais majoritárias um plano de luta

 

Exigimos que a CUT, CTB, Força Sindical, UGT e as demais centrais organizem um plano de luta, com assembleias democráticas, para exigir um aumento de verdade no salário mínimo já agora em 2023, dobrando o seu valor. E a verdadeira política de valorização do salário mínimo se dá com aumentos periódicos que levassem ao valor vital calculado pelo DIEESE até o final do mandato de Lula, colocando o salário no mesmo patamar do custo real de vida. Do mesmo modo, garantir o reajuste das perdas da pandemia e do governo Bolsonaro a todas as categorias, com reajuste automático de acordo com a inflação. Exigimos um calendário de mobilização da CUT e CTB que unifique com as campanhas salariais, como a dos SPFs e outros setores, como os servidores da FUNASA, contra as privatizações de metrô de BH e do Porto de Santos, pela revogação das reformas da previdência, trabalhista e o teto de gastos. Pelo não pagamento da dívida pública aos banqueiros e taxar os bilionários para ter orçamento para reajuste salarial, emprego, renda para a classe trabalhadora e os setores populares. Unindo essas pautas à luta pela punição dos golpistas e prisão de Bolsonaro.

 

Lutamos por uma esquerda classista e um governo da classe trabalhadora, sem patrões!

 

Ao lado da luta unificada, precisamos construir uma alternativa política da classe trabalhadora, socialista e revolucionária. Lutamos para construir uma esquerda classista e revolucionária, que lute por uma saída operária e popular, o que passa por batalhar por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil socialista.

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