PORTUGAL: TODO O APOIO À LUTA DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO
Imprensa UIT-QI
20/01/2023. Desde 9 de dezembro, os trabalhadores da educação estão em greve em defesa da educação pública e por melhores salários, uma longa mobilização que o governo pretende dobrar pela força e com medidas judiciais contra os protestos.
O estopim dessa luta foi apenas a gota d’água que fez transbordar o descontentamento, diante dos ataques à educação pública pelo Partido Socialista (PS) e seu ministro da educação, João Costa, que agravaram a crise imposta ao setor após a visita da Troika (órgão tripartite formado pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI, que funciona como uma verdadeira polícia econômica dentro da União Europeia, NT).
Esta situação se soma aos baixos salários, precarização do emprego e aumento do custo de vida, um quadro que levou o próprio Primeiro Ministro António Costa a reconhecer num ato do PS a precária situação dos trabalhadores docentes, ao mesmo tempo em que pretende dar continuidade aos ajustes a fim de pagar a dívida externa mediante o desfalque do setor público.
Ao se anunciar a municipalização da efetivação docente pelo ministro da Educação, os trabalhadores do setor, docentes e não docentes, se puseram unanimente em pé de guerra. A reforma desejada por Costa implica atribuir aos municípios a competência para a contratação de pessoal da educação através de processos seletivos duvidosos e arbitrários, inclusive com a participação das direções escolares. Contra isto, o Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), vem convocando a categoria, desde 9 de dezembro, à greve e às mobilizações que deverão se prolongar ao longo de fevereiro.
Apesar do intento do governo e seus aliados de declarar a ilegalidade da greve, juntamente com outras formas de intimidação, um número crescente de docentes e trabalhadores da educação tem aderido à greve e nutrido os protestos.
André Pestana é dirigente sindical do STOP, o sindicato que impôs a greve e os protestos apesar do pouco empenho da burocracia sindical, cada vez mais denunciada e repudiada. Pestana lidera as lutas docentes e tem cumprido um papel fundamental no chamado à ampliação da unidade nesse conflito docente. Pestana é também o dirigente do Movimento Alternativa Socialista (MAS), partido integrante de um Comitê de Enlace com a UIT-QI. Tanto Pestana como o MAS vêm denunciando a cumplicidade e a negligência da FENPROF, federação dos sindicatos docentes, que manipula para ficar de fora da greve e envia sinais de agrado ao governo do PS.
Desde a UIT-QI, damos todo o nosso apoio à heroica greve dos docentes e demais trabalhadoras e trabalhadores da educação portugueses, repudiando as tentativas de intimidação do governo do PS e seu Ministro da Educação.
Aumento de salário já! Pelo fim dos contingenciamentos e o reconhecimento de todas as horas de trabalho! Em defesa da educação pública!
*Compartilhamos a seguir a entrevista com o dirigente sindical André Pestana e a declaração do Movimento Alternativa Socialista (MAS):